Defensor das ciclovias, autor da Lei 10.161, que estabelece a cria��o do sistema ciclovi�rio em Belo Horizonte, o vereador Adriano Ventura (PT) foi atropelado ontem na Avenida Tereza Cristina, na Regi�o do Barreiro. O acidente foi �s 12h40 e o socorro m�dico s� chegou duas horas depois. O parlamentar reclamou da assist�ncia do Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu), que, por sua vez, informou que n�o havia no sistema solicita��o para o caso. Imobilizado, depois de ficar protegido do sol a pino por caixas de papel�o no asfalto, o vereador foi levado pelo Corpo de Bombeiros ao Hospital Jo�o XXIII. Ele teve v�rias escoria��es e trauma na bacia.
Ainda que com dificuldade para conversar – em fun��o do uso de colar cervical –, Adriano Ventura falou sobre o acidente, enquanto esperava por exames em sala de raios X: “O carro saiu do viaduto, acelerou e n�o me viu… � um trecho muito perigoso da Avenida Tereza Cristina, que n�o tem ciclovia”, lamentou. O vereador chama a aten��o para cerca de cinco quil�metros entre o Barreiro e o Bairro Bet�nia – trecho que, diariamente, enfrenta nos 16 quil�metros de trajeto entre onde mora, no Bairro Novo das Ind�strias, e a C�mara Municipal, no Bairro Santa Efig�nia, na Regi�o Leste da capital.
Adriano, um entusiasta do uso de bicicletas, reconhece a vulnerabilidade dos ciclistas na cidade. “Quem pedala em Belo Horizonte corre s�rios riscos, infelizmente. No Bairro Calafate, a ciclovia se confunde com o passeio, havendo ainda lixo em muitos pontos. Alguns motoqueiros, motoristas e praticantes de corrida e caminhada tamb�m desrespeitam e usam o espa�o destinado ao ciclista”, critica. Para o parlamentar, desrespeitadas e incompletas como est�o as ciclovias da capital, elas n�o atendem quem pedala e representam um perigo para os pedestres.
MAIS RESPEITO Para Renata Aiala, de 26 anos, da Associa��o dos Ciclistas Urbanos de Belo Horizonte (BH em Ciclo), ningu�m est� absolutamente seguro no tr�nsito. Usu�ria da bicicleta como meio de transporte desde 2012, a professora de franc�s cobra melhor estrutura, como sinaliza��o e blocos de prote��o, para o fim de acidentes como o que derrubou o vereador na Avenida Tereza Cristina. “O pedestre � o menor de nossos problemas. O perigo est� nos motoristas, nos carros, que podem nos machucar”, considera.
Renata anda sobre duas rodas desde crian�a e nos dois �ltimos anos circula diariamente na Regi�o Centro-Sul e, uma vez por semana, pelo menos, na Regi�o da Pampulha. Entre as reivindica��es da BH em Ciclo est� uma ciclovia na Avenida Ant�nio Carlos. Na lista de prioridades pelo melhor para o tr�nsito da cidade, a professora fala em “respeito, educa��o e compreens�o de todos: do cidad�o e do poder p�blico, entre pedestres, ciclistas e motoristas”.