Veja o depoimento de moradores sobre tremores de terra na Grande BH

Foi preciso sair da Calif�rnia, onde est� a famosa Falha de Santo Andr�, fonte potencial de terremoto que, segundo estudiosos, pode devastar a cidade de Los Angeles (EUA), para a norte-americana Chery Silva sentir na pele um tremor de terra. Casada com um brasileiro, a professora de ingl�s mora h� 30 anos em S�o Jos� da Lapa, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, e acordou assustada com estrondos por volta das 2h da madrugada de ontem. A cidade foi epicentro de abalos s�smicos que chegaram a 3.2 graus de magnitude na escala Richter, sentidos tamb�m no munic�pio vizinho de Vespasiano. O Observat�rio Sismol�gico (Obsis) da Universidade de Bras�lia est� analisando os tremores.

Embora os abalos tenham sido considerados fracos por especialistas, moradores ouviram estrondos, sentiram o ch�o se movimentar e viram janelas trepidarem e objetos sa�rem do lugar. N�o houve registro de danos em im�veis. “Nunca senti nada na Calif�rnia e aqui acordei de um sono profundo por causa do estrondo. Vi minha casa tremer muito forte”, conta Chery, ao lado da amiga Eunice Batista, de 72. O coordenador municipal da Defesa Civil, Marc�lio de Oliveira, afirma que os tremores foram mais fortes no Centro da cidade e, na hora, moradores correram assustados para as ruas.

Depois do primeiro, tamb�m ocorreram abalos de 2.2, 1.5 e 2.4 na Escala Richter at� as 10h. Apesar do susto, os tremores n�o s�o novidade para os moradores. Em 2009, houve sismos na regi�o com magnitude de 2.8. Os abalos se repetiram em 2010 e 2012. Segundo a subchefe do Obsis, a geof�sica M�nica Von Huelsen, os eventos s�o considerados fracos na escala Richter.

Os tremores com r�plicas (mais de um abalo) registrados ontem s�o t�picos de falhas geol�gicas. “Pela experi�ncia que temos, esse evento � natural de falhas no interior das placas tect�nicas, em profundidade”, afirma. Pelas caracter�sticas, ela descarta tremores causados por explosivos em minera��o ou desmoronamento de cavernas na regi�o, marcada pelo solo rico em calc�rio. Os sismos foram registrados em cinco esta��es do observat�rio e a equipe da UnB continua acompanhando os eventos na regi�o. “Nesses casos, tremores podem voltar a acontecer dias e at� meses depois”, diz.

Morador de S�o Jos� da Lapa, M�rio V�tor, o Mazinho, de 57, n�o quer que o susto da madrugada se repita. “Foi uma coisa horripilante. N�o houve danos maiores, mas tinha acabado de passar por uma cirurgia na barriga e fiquei com uma dor enorme”, conta. Na hora do abalo mais forte, o professor Amauri dos Santos, de 51, estava acordado. “Vi o piso balan�ar e o S�o Judas Tadeu em cima do m�vel do meu quarto caiu”, lembra, mostrando a imagem do santo quebrada.

Houve susto tamb�m em Vespasiano. Os abalos tiraram o sono de moradores, sobretudo no Bairro S�lvia, pr�ximo ao Centro. “Escutei um barulho de uma bomba e as gavetas do quarto balan�arem. Fiquei morrendo de medo. Pensei que a casa fosse cair”, conta a professora Vera L�cia Silva, de 60, que n�o conseguiu pregar mais os olhos depois dos tremores. Em caso de abalos, a orienta��o do Obsis � que as pessoas procurem ficar em �reas livres ou debaixo de mesas. Se for poss�vel, a recomenda��o � desligar o g�s e a eletricidade.

SAIBA MAIS: primeira morte no brasil
A primeira morte causada por tremor de terra no Brasil ocorreu em Itacarambi, no Norte de Minas. Uma menina de 5 anos morreu com o terremoto de 4.9 graus na escala Richter, em 2007. J� o abalo s�smico mais forte registrado no pa�s, de magnitude 5.0, ocorreu em 1955, na Serra do Tombador (MS). O mais forte terremoto j� registrado no mundo foi no Chile, em 1960, que atingiu 9.5 graus na escala Richter.