
Entre esta��es ainda em fase de conclus�o e corredores por onde �nibus articulados de 19 metros de comprimento trafegam em meio a oper�rios e m�quinas, o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), fez ontem a viagem inaugural da fase de testes de opera��o do Move, o BRT de Belo Horizonte. A equipe do Estado de Minas acompanhou o deslocamento de um desses ve�culos e a opera��o dos corredores nos pouco mais de sete quil�metros entre as esta��es de integra��o da regi�o central e S�o Gabriel. O conforto do ar-condicionado � um grande avan�o para quem vai enfrentar percursos em ve�culos de transportes cheios no dia a dia, mas o trajeto est� longe de ser t�o suave quanto o realizado por um vag�o do metr�.
Ao lado de vereadores, t�cnicos da BHTrans e profissionais da �rea de transportes, Lacerda esteve na esta��o na Avenida Paran�, altura do cruzamento com a Rua dos Tam�ios, na Regi�o Centro-Sul, e viu que muitos ajustes ainda precisam ser feitos. Ainda que seja a unidade mais adiantada em termos de obras, as instala��es passam longe de estarem terminadas. Do forro do teto de arma��es de metal e pl�stico, cabos el�tricos ainda pendiam sem conex�o em 40 pontos. S� duas portas autom�ticas, das quatro existentes, funcionavam, sendo que nas demais falta a montagem de material el�trico e a coloca��o de vidros.

Exatamente �s 10h15 o prefeito embarcou no �nibus do Move e tomou um dos assentos � frente. Jornalistas, assessores e outros profissionais ocuparam todos os espa�os do ve�culo, que pode transportar mais de 140 passageiros. Puderam observar que a arrancada do ve�culo articulado � mais suave do que a de um �nibus comum do sistema BHBus. Descer o forte aclive da Avenida Paran� n�o foi problema para o Move, que fez o contorno ap�s a Rua dos Tupis sem incomodar muito quem estava apoiado nos balaustres ou sentado. Na curva da Avenida Santos Dumont, onde o Move muda de sentido para seguir para a Avenida Cristiano Machado, o motorista, que foi escolhido por ser um dos mais experientes dispon�veis, precisou parar no in�cio da manobra e acertar o ve�culo para fazer a curva. A BHTrans considera que isso n�o atrapalhar� a opera��o dos ve�culos quando v�rios deles dividirem o corredor e tiverem de fazer a mesma curva com passageiros.
As marcas dos treinamentos de motoristas j� podem ser vistas ao longo de todos os corredores exclusivos. Nas plataformas das esta��es h� arranh�es de ve�culos que passaram raspando a lataria ao tentar executar a manobra de atracagem, quando se aproximam dos acessos em n�vel para embarque e desembarque de passageiros. As linhas de tach�es amarelos que delimitam essa aproxima��o tamb�m est�o marcadas pela borracha dos pneus. “Os testes s�o feitos para isso mesmo. Os motoristas est�o usando ve�culos de �ltima gera��o, daqueles que rodam em pa�ses de primeiro mundo. E como muda o modal, a forma de aproxima��o e os procedimentos de embarque e desembarque precisam se adaptar a isso”, disse o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH), Joel Paschoaline. Marcas
Durante a viagem, em velocidade reduzida, a sensa��o de continuidade que deveria ser experimentada pelos passageiros num deslocamento feito dentro de corredor exclusivo � quebrada todas as vezes que o �nibus articulado precisa parar num cruzamento com sem�foro, o que corre sobretudo no Centro de BH. A aproxima��o e a parada na esta��o de transfer�ncia no canteiro central da Avenida Cristiano Machado foi r�pida e precisa. Depois de um aviso sonoro, as portas do ve�culo se abrem e os passageiros desembarcam sem problemas. Na Esta��o S�o Gabriel, as instala��es que ser�o usadas pelos passageiros desse sistema ainda n�o puderam ser testadas pelo prefeito, j� que n�o est�o prontas e s� dever�o se encontrar em condi��es para a opera��o comercial – com usu�rios – em 8 de mar�o. O prefeito aprovou a viagem. “Trabalhamos muito nesse projeto entre 2009 e 2010 e, quando o governo federal divulgar a �ltima lista com a situa��o das obras para a Copa do Mundo, BH ter� uma posi��o de destaque. S� n�o vamos terminar a Via 710, que foi adiada”, afirmou.
O prefeito Marcio Lacerda aproveitou o giro pelos corredores do Move para anunciar mais obras de amplia��o do sistema. Como antecipou a reportagem do EM no dia 3, ser�o mais 81,5 quil�metros de vias adaptadas para que circulem �nibus articulados e segrega��o em pistas j� existentes para o sistema de �nibus simples (padron), que � conhecido como BRT Light ou BRT Leve. Uma das primeiras vias a receber o sistema ser� a Avenida Amazonas. “J� temos os recursos assegurados para essas interven��es, de R$ 377 milh�es. Com isso vamos interligar o sistema”, disse Lacerda.
Entre as aplica��es de verbas previstas, R$ 90 milh�es ser�o usados para a implanta��o da Esta��o de Integra��o do Bairro S�o Jos�, R$ 50 milh�es para as adapta��es da Avenida Vilarinho, que dever� contar com mais um viaduto e mais uma trincheira, e o restante dos recursos aplicados em interven��es nos demais corredores. Para comprar a frota de 430 ve�culos que v�o rodar em BH, as empresas de �nibus investiram cerca de R$ 250 milh�es. “Quando as esta��es estiverem prontas, as empresas v�o gerenciar esses espa�os e organizar a seguran�a”, disse Lacerda.
O prefeito informou tamb�m que em maio o projeto executivo do metr� de Belo Horizonte dever� ser entregue e o processo licitat�rio, iniciado. “Se n�o houver a��es judiciais contestando, poderemos come�ar as obras ainda neste ano”, disse.
Um ato de protesto em tom de ironia, com direito a tapete vermelho, contagem regressiva e espumante foi feito ontem pelo movimento Pula Catraca! para marcar a inaugura��o simb�lica do transporte r�pido por �nibus (BRT), o Move, como � chamado o novo sistema de coletivos em Belo Horizonte, previsto para come�ar a operar ontem. Cerca de 40 manifestantes sa�ram da Pra�a da Esta��o, no Centro, e ocuparam uma das esta��es da Avenida Santos Dumont, na mesma regi�o, tocando e cantando marchinhas de carnaval. As m�sicas faziam cr�ticas ao transporte p�blico na capital. A Guarda Municipal e a Pol�cia Militar estiveram no local, mas o ato foi pac�fico e n�o houve confus�o.