
O vice-prefeito e secret�rio de Meio Ambiente de BH, D�lio Malheiros, informou nessa quarta0-feira que a Secretaria de Sa�de investiga as circunst�ncias da morte por febre maculosa do estudante Samir Assi, de 20 anos. “A confirma��o de que ele morreu por febre maculosa j� ocorreu, mas n�o podemos concluir se ele foi contaminado por carrapato na Pampulha. Independentemente disso, estamos trabalhando preventivamente para n�o deixar nenhum risco para a popula��o”, disse Malheiros. Segundo ele, testes feitos no ano passado nas capivaras que vivem na orla da lagoa deram negativo, o que n�o � suficiente, no entanto, para descartar que alguma esteja doente.
A morte do jovem causou especula��o sobre a possibilidade de que ele tenha sido contaminado por carrapato durante passeio no entorno da Lagoa da Pampulha. Parentes suspeitam que as capivaras sejam hospedeiras do carrapato-estrela infectado com a bact�ria. O infectologista e professor da UFMG Una� Tupinamb�s n�o descarta a possibilidade e afirma que as autoridades devem averiguar. Segundo ele, esses parasitas s�o mais comuns em cavalos e se alimentam de sangue do hospedeiro, que tamb�m s�o encontrados em capivaras e c�es.
“N�o se pode afirmar que foi no entorno da lagoa, pois o carrapato-estrela � comum em todo o estado. Ao contr�rio da dengue, que tem como vetor o mosquito Aedes aegypti, a febre maculosa, tamb�m hemorr�gica, n�o gera risco de epidemia. S�o casos pontuais”, explica.
O engenheiro Farid Assi, pai de Samir, sugere que as autoridades j� tinham conhecimento do risco de contamina��o. “O parque ecol�gico chegou a ser fechado, em julho do ano passado. Mas reabriram, pensando apenas em n�o causar estado de alerta, de olho na Copa do Mundo. A gente tem certeza de que eles sabiam e ocultaram a situa��o de risco.” Farid tamb�m criticou a falta de estrutura p�blica para o r�pido diagn�stico da doen�a. “Outras pessoas que morreram com o mesmo sintoma aqui na regi�o, acabaram por ter diagn�stico de dengue por febre hemorr�gica. Acho que falta melhor investiga��o dos casos”.Em julho de 2013, o gerente de tecnologia da informa��o Alysson Ribeiro de Miranda, de 42, morreu depois de um passeio com a fam�lia no parque ecol�gico da Pampulha. Ele chegou a ser tratado com diagn�stico de dengue e n�o houve confirma��o oficial que se tratava de maculosa, apesar do registro da doen�a no atestado de �bito.
Samir apresentou os primeiros sintomas da maculosa em 31 de janeiro, 10 dias depois de um passeio de bicicleta pela orla. Os parentes contam que, em 10 de janeiro, ele chegou de viagem de Berlim (Alemanha), e n�o viajou para outras cidades mineiras. Somente em 4 de fevereiro, depois de n�o confirmado o diagn�stico de dengue, Samir passou a ser tratado sob suspeita de febre maculosa, na UTI de um hospital particular. A fam�lia teve dificuldade para conseguir a medica��o para o tratamento no estado, que s� foi encontrada em Manaus (AM). No dia 8, o jovem morreu e a confirma��o da doen�a s� veio no dia 14, em exame feito pela Funda��o Ezequiel Dias (Funed) .
Captura e transfer�ncia
Tr�s empresas comunicaram � prefeitura ontem interesse em capturar e transportar as capivaras que vivem na orla da lagoa. Os animais ser�o levados para uma fazenda no interior do estado, ainda sob an�lise, depois de passar por exames e pelo teste de carrapatos para detectar doen�as como febre maculosa. A coleta do material para an�lise tamb�m ser� de responsabilidade da empresa e a escolhida ser� a que apresentar o menor custo para executar o plano de manejo, que consiste em recolher, examinar e entregar os animais na nova �rea. A prefeitura estima que aproximadamente 250 capivaras vivam na orla e que ,para retirar todas, deve gastar entre R$ 250 e R$ 350 mil. O prazo para apresenta��o de propostas acaba ter�a-feira.
O custo, no entanto, pode variar, j� que ser�o levadas para a nova �rea apenas as que estiverem saud�veis. “A empresa vencedora dever� ser especializada no trato com capivaras e contratar um veterin�rio cl�nico para fazer os testes. Se existir capivara com carrapatos infectados por febre maculosa, ela ser� sacrificada”, informou D�lio Malheiros. A doen�a � transmitida por parasitas que se alojam em animais de grande porte.
O prazo para que a retirada das capivaras, entretanto, n�o foi definido. O certo � que elas devem come�ar a ser levadas para o interior em mar�o. “Tudo vai depender da contrata��o da empresa, da aprova��o do plano de manejo pela Ibama e do tempo que a Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz) levar� para concluir os exames.
Ao mesmo tempo em que a prefeitura faz a sele��o da empresa – que ser� contratada em regime de urg�ncia e sem licita��o –, ela decide qual das tr�s fazendas p�blicas ser� o novo h�bitat dos animais. Segundo Malheiros, duas propriedades s�o na Grande BH e uma no Norte de Minas. Assim que o contrato estiver pronto, ser� apresentado ao Tribunal de Contas e ao Minist�rio P�blico. Vencida a etapa de transporte das capivaras, a prefeitura far� licita��o para o servi�o de manuten��o na orla da lagoa, com o objetivo de evitar que animais migrem para a regi�o e voltem a se reproduzir.