(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Professor morto em Itamonte � inocentado e policias trocam farpas sobre atua��o

Cr�ticas de delegado � PM causam desconforto. Ele disse que os PMS se esquivaram do confronto


postado em 26/02/2014 06:00 / atualizado em 26/02/2014 07:19

Operação conjunta resultou em 10 mortes e em apreensão de armamento pesado. Seis pessoas foram presas e 10 são investigadas(foto: Rogério Brasil/Divulgação)
Opera��o conjunta resultou em 10 mortes e em apreens�o de armamento pesado. Seis pessoas foram presas e 10 s�o investigadas (foto: Rog�rio Brasil/Divulga��o)

A Pol�cia Civil de S�o Paulo informou nessa ter�a-feira que o professor Silmar J�nior Madeira, morto em tiroteio durante ataque de uma quadrilha em Itamonte, no Sul de Minas, foi sequestrado pelos bandidos. “Ele foi feito ref�m”, garantiu o delegado da Divis�o de Investiga��o de Crimes contra o Patrim�nio do Departamento Estadual de Investiga��es Criminais (Deic) de S�o Paulo, Ruy Ferraz Fontes. Segundo ele, inqu�rito complementar foi aberto para apurar as circunst�ncias da morte do rapaz, que dava aula em um curso t�cnico de medicina do trabalho. Pesa a favor dele o depoimento de uma testemunha, que relatou ter visto o professor ser sequestrado para dirigir para o bando. Ele foi baleado junto com os criminosos, na madrugada de s�bado, quando uma opera��o policial desarticulou um grupo paulista especializado em explos�es de caixas eletr�nicos. Al�m de Silmar, nove pessoas morreram . Seis foram presas e 10 continuam sendo investigadas.

O professor n�o usava colete � prova de bala no dia do confronto. “Ele era o �nico que destoava. N�o usava colete, como o restante dos bandidos, e era o �nico morador da regi�o”, explicou Ruy Fontes. O delegado de Pouso Alegre, Jo�o Euz�bio, tamb�m d� como praticamente certa a inoc�ncia do rapaz e lista os mesmos elementos a favor do t�cnico.

Nessa ter�a-feira, as pol�cias Civil e Militar fizeram uma opera��o em Itamonte para recolher provas para o inqu�rito. De acordo com o delegado do Deic, o chefe do bando foi morto na opera��o e pelo menos tr�s dos 10 criminosos que v�m sendo procurados j� foram identificados. “O chefe acabou morto. O bando est� desestruturado. Perdeu seus principais executores. Aqueles que tinham coragem de cometer os crimes, de matar. Quem sobrou est� correndo para n�o ser preso”, afirma Fontes. Segundo ele, todos os sobreviventes que est�o detidos foram ouvidos ontem. “Alguns confessaram que foram l� (em Itamonte) para praticar o crime e assumiram, ainda, outros ataques em Minas e S�o Paulo.

CONSTRANGIMENTO

A circula��o de uma mensagem na internet escrita por um delegado que participou da opera��o em Itamonte gerou constrangimento entre as pol�cias Militar e Civil de Minas. No texto, o policial Andr� Barleta, de S�o Louren�o, tamb�m no Sul mineiro, narra detalhes da atua��o de colegas na opera��o. Na vers�o do delegado, militares se esquivaram do confronto e apareceram somente uma hora depois, para tirar fotos e cumprimentar os policiais civis. O texto gerou rea��o da PM, que rebateu coment�rios de Barleta, afirmando que a opera��o foi uma a��o conjunta entre militares, civis de Minas e S�o Paulo e da Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF).

No depoimento p�s-confronto, Barleta descreve as equipes paulistas que atuaram em Minas na opera��o como “grupos da elite da PC-SP que inicialmente estavam meio de narizinho em p� conosco”. Segundo ele, ao final da a��o os paulistas olhavam para os policiais civis de Minas com admira��o. Ele estendeu suas cr�ticas � Superintend�ncia da Pol�cia Civil mineira, por falta de muni��o, equipamentos e armamento reserva para policiais que atuam em confrontos, opera��es ou em viagens.

A resposta da PM partiu do chefe da assessoria de comunica��o da corpora��o, tenente-coronel Alberto Luiz. Ele classificou o texto de Barleta como “deselegante” e “de mau gosto” e refor�a que a PM atuou de forma conjunta com as pol�cias Civil de Minas e S�o Paulo, al�m da PRF. “O trabalho foi integrado. Naquele caso, n�o havia uma divis�o de tarefas. Todas as a��es eram conjuntas. Ningu�m � melhor do que ningu�m. Fizemos o nosso trabalho”, disse o oficial, atestando que um dos militares envolvido na opera��o chegou a perder parte do bra�o em a��o. O tenente-coronel frisou ainda que n�o h� mais espa�o para rixas entre as corpora��es. “Temos respeito pela Pol�cia Civil, que tem um papel grandioso e significativo. Mas n�o gostamos de coment�rios equivocados e desagrad�veis.”

O delegado Andr� Barleta foi procurado ontem pelo Estado de Minas, mas n�o foi localizado nem retornou as liga��es. De acordo com o delegado Jo�o Euz�bio, chefe do 17º Distrito Policial de Pouso Alegre, ao qual pertence a Delegacia de S�o Louren�o, o colega agiu por impulso. “Ele estava um pouco perdido, mas j� voltou ao normal. Eu era um dos que estavam � frente da opera��o e a PM atuou ativamente com a Civil de Minas e de S�o Paulo”, disse. O delegado do Deic, Ruy Fontes, tamb�m afirmou que todas as corpora��es agiram em conjunto.

As cr�ticas tamb�m foram rebatidas pelo Superintendente da Pol�cia Civil em Minas, delegado Jeferson Botelho. Segundo ele, a gest�o da corpora��o � pautada pelo respeito e investimento em equipamentos e armamentos que garantam boas condi��es de trabalho aos policiais.

Estado vai expandir parcerias

O epis�dio de Itamonte, no Sul de Minas, vai ter um car�ter preventivo e pedag�gico, na opini�o do secret�rio de estado de Defesa Social (Seds), R�mulo Ferraz, pelo fato de a quadrilha desmantelada j� ter atacado ag�ncias banc�rias de nove munic�pios mineiros e 14 paulistas. Ferraz anunciou que Minas vai unir for�as como os estados da Bahia e Esp�rito Santo, a exemplo da parceria feita h� um ano com S�o Paulo e Rio de Janeiro, para conter o crime organizado.

R�mulo Ferraz afirmou que os trabalhos das pol�cias estar�o concentrados principalmente no Tri�ngulo Mineiro e Sul, regi�es em que fac��es criminosas transitam pelas divisas praticando delitos, entre eles a explos�o de caixas eletr�nicos, que vem se tornando frequente.

Segundo Ferraz, h� um ano foi lan�ada a Opera��o Divisas, feita uma vez por m�s em mais de 100 pontos do estado em parceria com a Pol�cia Rodovi�ria Federal. Em 2012, disse o secret�rio, foi adotada uma estrat�gia para conter a explos�o de caixas que n�o foi bem sucedida. “Est�vamos nos concentrando muito no com�rcio de explosivos. Infelizmente, conter esse aspecto � mais complexo, porque demanda um trabalho conjugado, que � mais dif�cil, com o pr�prio Ex�rcito Brasileiro”, explicou.

Em 2013, a estrat�gia mudou. “Passamos a buscar mais o trabalho de intelig�ncia e monitoramento dessas quadrilhas.” Tamb�m no ano passado, segundo ele, foi criada uma equipe especial do Deoesp para apurar esse tipo de crime. As explos�es de caixas diminu�ram 17% no segundo semestre, afirmou.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)