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Estado de Minas

Carros do transporte clandestino est�o envolvidos em 40% dos 15 mil acidentes

Estimativa do DER � de estimativa � de 506 clandestinos acidentados por m�s. Risco aumenta com greve de rodovi�rios e carnaval


postado em 26/02/2014 06:00 / atualizado em 26/02/2014 07:15

Passageiros embarcam em carro particular na 040, em frente à Ceasa, sentido sete lagoas(foto: Fotos: Marcos Vieira/EM/D.A PRESS)
Passageiros embarcam em carro particular na 040, em frente � Ceasa, sentido sete lagoas (foto: Fotos: Marcos Vieira/EM/D.A PRESS)

A greve dos rodovi�rios e a proximidade do carnaval, quando mais gente viaja pelas estradas, n�o s� evidenciam o perigo, mas servem de alerta para o aumento do risco de mais acidentes causados por ve�culos que fazem transporte clandestino de passageiros nas rodovias. Os n�meros s�o altos no estado. Dos 15.168 carros de passeio que se envolveram em acidentes de tr�nsito nas estradas estaduais mineiras no ano passado, 6.067 (40%) eram suspeitos de fazer transporte ilegal. A estimativa � de 506 ve�culos clandestinos acidentados por m�s, em m�dia.

Segundo o Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG), os acidentes s�o mais frequentes em feriados prolongados, quando de cada 10 ve�culos de passeio acidentados e suspeitos de transporte remunerado ilegal, quatro s�o clandestinos. Eles se envolvem em colis�es, queda de abismo, capotamento e tombamento.

A maior dificuldade do �rg�o de tr�nsito � obter a confiss�o do motorista e dos passageiros de que o transporte � pago. Muitas vezes, os fiscais conseguem a confirma��o conversando com parentes das v�timas dos acidentes, que n�o conhecem o condutor nem os demais passageiros. Os fiscais tamb�m levantam antecedentes dos ve�culos acidentados e descobrem que muitos j� haviam sido apreendidos pela mesma ilegalidade. “Naturalmente, a v�tima de acidente n�o confessa que contratou o servi�o para n�o ser conivente com a ilegalidade. N�o podemos punir ningu�m sem prova expl�cita”, lamenta o diretor de fiscaliza��o do DER-MG, Jo�o Afonso Baeta.

S�o 5 mil ve�culos, entre vans, carros de passeio, �nibus e micro�nibus cadastrados para fretes regulares, al�m de 8 mil �nibus do transporte intermunicipal no estado, segundo o �rg�o. A estimativa � de que existam outros 20 mil ve�culos clandestinos de todas as categorias e modelos espalhados pelo estado.

“Muitos perueiros est�o trocando vans e �nibus por carros de passeio para driblar a fiscaliza��o”, informou Baeta. Em fun��o disso, o DER faz opera��es para coibir o abuso. No carnaval, ser�o 400 agentes de fiscaliza��o e 101 ve�culos, com apoio de policiais militares e rodovi�rios. Nos �ltimos 15 meses, a m�dia mensal � de 10 mil ve�culos abordados pelo DER em opera��es, dos quais 1,1 mil s�o retidos por algum tipo de irregularidade.

A chegada da folia traz mais preocupa��o, devido � presen�a de mais gente viajando. “O potencial de acidentes envolvendo ve�culos clandestinos � 10 vez maior do que o transporte regular. Quando eles se envolvem em acidentes, s� muito tempo depois � que a gente fica sabendo que era clandestino”, afirmou o diretor de fiscaliza��o, lembrando que nesses casos as v�timas n�o s�o cobertas pelo seguro de vida, como no transporte regulamentado.

Dos 20 mil ve�culos clandestinos no estado, 11 mil (55%) circulam na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, segundo o DER-MG. Outros 9 mil (45%) est�o espalhados pelo interior, dos quais 5,4 mil nas regi�es Norte, Vale do Mucuri, Rio Doce e Jequinhonha. As cidades com maior concentra��o de perueiros nessas regi�es s�o Montes Claros, Te�filo Otoni, Ara�ua�, Pedra Azul e Governador Valadares. Outros 3,6 mil dos 9 mil carros clandestinos do interior est�o em outras regi�es, principalmente na Noroeste, com destaque para Paracatu, Jo�o Pinheiro, Una� e Arinos. Baeta esclarece que a carona solid�ria � permitida, quando pessoa viaja com amigos sem cobrar pela viagem: “O dono n�o quer aferir vantagem e divide os gastos da gasolina. � o rateio matem�tico dos gastos”, explica.

O problema dos perueiros se repete nas rodovias federais. Pela manh� e fim de tarde, � grande o movimento de perueios em vans e carros de passeio na BR-040, sentido Sete Lagoas, na Regi�o Central. Os motoristas param os carros e abordam pessoas nos pontos de �nibus e, aos gritos, informam o destino e o pre�o da viagem. Os carros ocupam o ponto de parada dos �nibus coletivos e h� risco de acidente. Alguns transportam at� cinco passageiros espremidos no banco traseiro.

Em BH, pessoas que chegam � esta��o rodovi�ria s�o abordadas por agenciadores na Pra�a Rio Branco, anunciando viagens com pre�os mais baixos para v�rias regi�es do estado. O embarque � feito em locais distantes, para n�o chamar a aten��o da fiscaliza��o.

Com a porta do carro aberta, perueiro espera passageiros em ponto na mesma rodovia
Com a porta do carro aberta, perueiro espera passageiros em ponto na mesma rodovia

FARRA NADA PASSAGEIRA


Os perueiros aproveitaram a greve dos rodovi�rios para intensificar o transporte ilegal. Na madrugada de segunda-feira, enquanto a plataforma Sul da Esta��o Vilarinho deixou de operar por falta de �nibus metropolitanos, muita gente recorreu aos perueiros para n�o perder compromissos ou deixar de trabalhar. Na noite de ontem, centenas de pessoas aguardavam pelos coletivos por quase duas horas nos pontos de embarque da Rua Aar�o Reis, ao lado da Pra�a da Esta��o, no Centro de BH.

Muitos desistiram e voltaram para casa em carros clandestinos. Perueiros passavam gritando o destino e informando o pre�o da passagem, o mesmo cobrado pelos coletivos. O motorista de um Gol cobrava R$ 3,30 para o Bairro Palmital, em Santa Luzia, na Grande BH, e em pouco tempo o ve�culo dele ficou lotado. Na MG-010, sentido Lagoa Santa, Grande BH, perueiros tamb�m aproveitaram a paralisa��o dos �nibus para faturar um dinheiro extra

Em Betim, apenas 10% dos coletivos rodaram em dire��o � capital e � Esta��o Eldorado do metr�, em Contagem, tamb�m na Grande BH. A empresa Santa Edwiges, respons�vel por praticamente todas as linhas em Betim, garantiu que o fluxo de �nibus variou ao longo da manh� entre 30% e 50% da frota.

No ponto da Rua Rio de Janeiro, em frente � C�mara Municipal, no Centro de Betim, duas vans aguardavam enquanto o n�mero de pessoas aumentava, todas aguardando uma das 20 linhas metropolitanas indicadas pela sinaliza��o.

O office boy Wesley Ferreira, 33 anos, tinha quatro op��es de linhas para ir ao metr�. Nenhuma delas passava e a van foi oferecida. "N�o acho seguro. Prefiro esperar e ver o que vai dar", disse ele. (Colaborou Guilherme Paranaiba)

 

(foto: Arte EM )
(foto: Arte EM )
 

 

 


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