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Estado de Minas

Indicadores mostram que hipercento de BH est� saturado

Indicadores do Centro de BH, por onde a cada dia circulam R$ 22,8 milh�es em vendas e 30% do faturamento da cidade, ajudam a explicar por que todos os caminhos levam � regi�o


postado em 02/03/2014 00:12 / atualizado em 02/03/2014 07:17

A referência: apenas pela Praça Sete estima-se que passem 91 mil veículos e 400 mil pedestres a cada dia, atraídos por comércio, serviços e trabalho. Proposta é aliviar a pressão sobre a área(foto: Crsitina Horta/EM/D.A Press)
A refer�ncia: apenas pela Pra�a Sete estima-se que passem 91 mil ve�culos e 400 mil pedestres a cada dia, atra�dos por com�rcio, servi�os e trabalho. Proposta � aliviar a press�o sobre a �rea (foto: Crsitina Horta/EM/D.A Press)

A meta da Prefeitura de Belo Horizonte de espalhar com�rcio e servi�o pela cidade e desafogar a �rea central tem como ponto de partida um hipercentro saturado. Todos os dias, 2 milh�es de pessoas – 37% da popula��o da Grande BH – passam pelo caldeir�o que tem na Pra�a Sete a principal refer�ncia, por onde cruzam 91 mil ve�culos diariamente. Muitos dos frequentadores est�o ali apenas de passagem, levados pelos 3.036 �nibus que t�m a �rea central como destino. Outros v�o atr�s das conveni�ncias da �rea, que concentra mais de um em cada 10 pontos comerciais da cidade (10,8%). Segundo a C�mara dos Dirigentes Lojistas (CDL), o Centro de BH conta com 21.141 estabelecimentos do total de 194.420 na cidade e concentra 30% do total de faturamento da capital. Um dia de vendas na regi�o movimenta R$ 22,8 milh�es.


Quando o assunto � com�rcio especializado, o hipercentro cresce em import�ncia. No cora��o de BH est� cerca de um ter�o das lojas de eletrodom�sticos da cidade, com 286 empresas, do total de 910. Tamb�m est� l� um quarto das lojas de cal�ados (316 no Centro, 1.285 em BH), um quarto dos bancos (86 do total de 361), al�m de um sexto do com�rcio varejista de vestu�rio e de acess�rios, com 1.434 do total de 9.401 estabelecimentos. “Tenho que vir ao Centro todos os dias. No meu bairro n�o tem �tica, n�o tem op��o de com�rcio de roupa e nem m�dico que n�o seja o do posto de sa�de. Atualmente, estou fazendo fisioterapia aqui no Centro”, conta a porteira Cleusa Gomes Guimar�es, de 53 anos, moradora do Bairro Hava�, na Regi�o Oeste.

Vice-presidente de Centros Comerciais e Shoppings Centers da CDL, Davidson Cardoso, que tamb�m tem lojas no Centro, acredita que a variedade, o pre�o mais acess�vel do com�rcio de rua e o fato de a maioria dos �nibus ter a regi�o central no itiner�rio mant�m o hipercentro como refer�ncia. “Sentimos o impacto dos shoppings, mas acho que a descentraliza��o s� vai ocorrer se houver uma migra��o dos �nibus, uma mudan�a na mobilidade. Percebemos que as pessoas j� n�o est�o t�o dispostas a se deslocar por grandes dist�ncias para consumir”, afirma. Cardoso defende tamb�m mais cuidado com a regi�o central. “� preciso melhorar a seguran�a e aumentar as vagas, com a libera��o de estacionamentos verticais”, diz.

COMO DESCENTRALIZAR De acordo com o professor Fl�vio Carsalade, da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a tentativa de explorar novos polos de com�rcio e servi�os fora do hipercentro deve estar em sintonia com a regi�o metropolitana. “N�o podemos pensar apenas na capital, mas tamb�m nos outros munic�pios que dependem daqui”, ressalta. “O mais importante � discutir como criar essas novas centralidades. A quest�o da mobilidade est� bastante envolvida e alguns lugares sem voca��o t�o forte precisam de incentivo maior, como equipamentos de sa�de e maior presen�a de servi�os p�blicos”, afirma.

Vice-presidente da Federa��o das Ind�strias de Minas Gerais (Fiemg), Teodomiro Diniz Camargos, que tamb�m � presidente da C�mara da Ind�stria da Constru��o, lembra da tentativa do poder p�blico, em 1994, de conciliar o uso comercial e residencial nos bairros, autorizando edifica��es maiores sob essa condi��o. O objetivo, assim como atualmente, era incentivar a diversifica��o das atividades econ�micas fora do Centro. “O crescimento de Lourdes e do Santo Agostinho ocorreu muito nessa linha, mas o mercado n�o sentia vontade real de fazer o lado comercial. Ent�o, depois transformavam as lojas em garagens, pois elas desvalorizavam os pr�dios”, conta. Mas ele acredita que os investidores j� est�o preparados para se voltar para o com�rcio de bairro. “A quest�o da mobilidade superou o exclusivismo do uso residencial. Hoje a tend�ncia � morar, servir e comprar em uma mesma �rea, sem depender do carro”, afirma, lembrando que, em S�o Paulo, j� h� no mesmo condom�nio torres comerciais dividindo espa�o com residenciais.

Treinados para definir o futuro de BH

Come�a no pr�ximo s�bado a etapa de capacita��o da 4ª Confer�ncia Municipal de Pol�tica Urbana, em que cidad�os aprovam as mudan�as na cara da capital para os pr�ximos anos. Os 243 delegados dos setores popular, t�cnico e empresarial, eleitos em fevereiro, receber�o 32 horas de forma��o sobre legisla��o e conhecer�o as propostas da prefeitura de altera��o do Plano Diretor municipal e da Lei de Parcelamento, Ocupa��o e Uso do Solo. As duas leis tratam da organiza��o da cidade, para onde vai crescer, quais �reas devem ser protegidas, como devem ser as constru��es, entre outros pontos.

A capacita��o � um preparativo para debater as propostas de mudan�as nos grupos de trabalhos, j� em abril. Entre as propostas est� o incentivo � cria��o e � intensifica��o de polos de com�rcio e servi�o nos bairros, fora do Centro. Os grupos ser�o divididos entre os eixos estrutura��o urbana, desenvolvimento, ambiental, cultural, habita��o e mobilidade. Em maio a confer�ncia termina, com o fechamento das altera��es no Plano Diretor e na Lei de Parcelamento, Ocupa��o e Uso do Solo. Para as mudan�as come�arem a valer, a prefeitura tem que mandar um projeto de lei � C�mara Municipal para ser votado pelos vereadores.

Menos �nibus

De acordo com a BHTrans, atualmente, 239 linhas de �nibus circulam pela �rea central origin�rias das avenidas Cristiano Machado e Ant�nio Carlos. Com a implanta��o completa do sistema BRT/Move, que come�a a operar no pr�ximo s�bado, ser�o 26 linhas. Atualmente s�o realizadas 937 viagens de �nibus no hor�rio de pico da manh� (das 6h �s 7h) vindos das duas avenidas. Com o novo sistema, ser�o 297 viagens.

N�MEROS DO CENTRO

MOBILIDADE


2 milh�es -  de pessoas por dia
    
3.036 - �nibus diariamente

470 mil - ve�culos/dia na �rea central
    
15.039 - vagas de estacionamento
rotativo (15,8% do total)

91 mil - ve�culos/dia cruzam a Pra�a Sete
    
400 mil - pedestres/dia na Pra�a Sete

ECONOMIA

R$ 22,8 milh�es - de faturamento di�rio
    
10,8% -do com�rcio de BH
    
31% - das lojas de eletrodom�sticos
    
24% - das lojas de cal�ados
    
23,8% - dos bancos
    
15,2% - do com�rcio varejista de roupas e acess�rio


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