
Motoristas de �nibus coletivos de Belo Horizonte ser�o passageiros no primeiro dia de opera��o do BRT/Move. Representantes do Sindicato dos Rodovi�rios de BH e Regi�o (STTR-BH) embarcam na manh� deste s�bado nos �nibus articulados na Avenida Cristiano Machado para testar o primeiro corredor do BRT/Move. Enquanto uns observam, outros dirigem. Cerca de 60 motoristas come�am a conduzir o novo modelo de �nibus.
Segundo o presidente da entidade, Ronaldo Batista, a categoria deu v�rias sugest�es � BHTrans sobre o trajeto e as adapta��es das esta��es � BHTrans. Hoje, eles v�o observar o que deu certo e o que ainda pode melhorar. “Demos ideias sobre a sinaliza��o, as prote��es de borracha nas portas das esta��es”, informou Batista. Segundo ele, o novo sistema exige aten��o dos motoristas. “A tecnologia de embarque e as aparelhagens s�o completamente diferentes”, afirma.
Ao todo, cerca de 500 motoristas, 5% do total, ser�o direcionados ao BRT/Move. Uma das dificuldades para conseguir profissionais � o fato de o novo sistema, por usar carros articulados, exigir carteira nacional de habilita��o (CNH) da categoria E, espec�fica para carretas. “A maioria tem a carteira D, ent�o as empresas est�o financiando e h� motoristas que tamb�m est�o providenciando a nova habilita��o”, explica Ronaldo.
�NICA MOTORISTA Quem est� rindo � toa e n�o v� a hora de come�ar a dirigir o �nibus do BRT/Move � a motorista Yhara Lib�rio de Carvalho, de 42 anos. Com a carteira E, ela est� passando por treinamento e, em maio, vai assumir a dire��o de uma das linhas do sistema na Avenida Ant�nio Carlos. “Sou a �nica mulher a dirigir o BRT. Acho muito chique, pois os �nibus s�o mais confort�veis, t�m ar-condicionado, s�o a cara da riqueza”, diz, bem-humorada. E as diferen�as n�o param por a�. “O BRT � mais leve para dirigir, � hidram�tico e n�o precisamos passar marcha. A �nica dificuldade � estacionar nas esta��es”, completa.
Na pr�xima empreitada, Yhara pretende continuar fazendo do bom humor e da simpatia os artif�cios para enfrentar o tr�nsito estressante. “A mulher � muito visada na dire��o. Minhas responsabilidade � ter muita aten��o com passageiros e o tr�nsito”, lembra.
H� 12 anos ao volante, a ex-instrutora de auto-escola se orgulha de nunca ter se envolvido em acidentes e dos amigos que fez no coletivo. De batom rosa, unhas pintadas de vermelho, cabelo escovado, pulseiras e brincos, a motorista n�o perde a eleg�ncia ao volante e pretende manter o charme no BRT. “Quem sabe eu pinto as unhas de verde para combinar com a cor do �nibus?”, brinca.
O presidente do STTR-BH incentiva outras mulheres a assumir o volante. Atualmente, elas representam apenas 1% dos 10 mil motoristas em atividade. “� um mercado para elas. Elas dirigem muito bem, s�o muito cuidadosas e zelosas e essa maneira de conduzir ajuda muito no transporte coletivo”, diz. (FA)