Mateus Parreiras

Degraus de at� meio palmo de altura que podem provocar trope�os de passageiros ficaram evidentes em pelo menos metade das seis esta��es de transfer�ncia do BRT/Move de Belo Horizonte no corredor da Avenida Ant�nio Carlos. As esta��es pr�-moldadas de metal, instaladas sobre bases de concreto, ser�o respons�veis por permitir embarques, desembarques e baldea��es no corredor e est�o quase prontas, com previs�o de operar com usu�rios em abril. A via ainda est� em fase de ajustes e de treinamento dos condutores das empresas que atuar�o no transporte dos passageiros, mas o desn�vel entre a plataforma e o piso dos coletivos j� � n�tido nas chamadas manobras de atracagem realizadas pelos motoristas.
As esta��es em que a equipe do Estado de Minas verificou o obst�culo para usu�rios s�o as chamadas S�o Francisco, perto do viaduto de mesmo nome, a UFMG e Mineir�o, pr�ximas ao c�mpus da Universidade Federal de Minas Gerais. Nenhum motorista, t�cnico ou oper�rio no local quis comentar os motivos do desn�vel, ainda que n�tido durante as medi��es de dist�ncia das plataformas que eram realizadas por agentes durante o treinamento dos motoristas e o emparelhamento dos ve�culos com as esta��es. Ontem, no segundo dia de testes do corredor Ant�nio Carlos, o trajeto dos �nibus articulados contemplou as esta��es S�o Francisco, Col�gio Militar, Liberdade, UFMG, Mineir�o e Santa Rosa, al�m da Esta��o de Integra��o Pampulha.

ALERTA
Para o presidente da Associa��o Mineira de Medicina de Tr�fego (Ammetra), o m�dico F�bio Nascimento, esse tipo de equ�voco � considerado grav�ssimo em um sistema de transporte de massas. “No alvoro�o no qual se d�o os embarques e desembarques, as pessoas mal veem onde est�o pisando e por isso se arriscam caso se deparem com degraus, podendo ser derrubadas e sofrer les�es nos tornozelos e membros inferiores em geral”, afirma. Para o m�dico, uma solu��o seria a implanta��o de rampas m�veis que ligassem os ve�culos �s plataformas, sem deixar v�os. “Se um equipamento tipo rampa estivesse acoplado aos �nibus, isso impediria acidentes perigosos. Mas era preciso que se tivesse pensado nisso antes”, alerta.
N�o h� ainda informa��es sobre poss�veis obras ou solu��es t�cnicas para corrigir o problema. A BHTrans se limitou a informar, por meio de sua assessoria de imprensa, que ainda n�o recebeu os corredores da Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), que � quem realiza as obras de implanta��o do BRT/Move. A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou apenas que relat�rios sobre o desempenho e eventuais problemas que tenham ocorrido nos dois primeiros dias de testes ser�o analisados hoje. A assessoria de imprensa do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) informou que neste primeiro momento as informa��es sobre poss�veis ajustes ser�o geradas pelos motoristas e operadores do sistema.
Expectativa e preocupa��o
Passageiros que ainda esperavam os �nibus em pontos tradicionais, abertos e expostos ao sol forte de ontem, gostaram de ver os articulados que logo estar�o dispon�veis, mas criticaram os problemas nas obras. “Se tiver degrau para embarcar, as pessoas podem trope�ar e se machucar. Quando o �nibus fica cheio voc� mal v� direito onde est� pisando. Imagino que deve ser pior ainda para os mais velhos e para quem anda carregando muitas coisas”, disse o mestre de obras Ant�nio Roberto Santos, de 40 anos, que levava os filhos para passear na Pampulha.
Muitos locais de travessia de pedestres ainda n�o tiveram faixas pintadas, apesar de as grades que deveriam segregar o corredor do BRT terem aberturas por onde pessoas atravessam durante os teste dos ve�culos articulados, em meio ao tr�fego de t�xis e �nibus comuns, que continua ocorrendo nas pistas exclusivas.
No canteiro central, em frente ao n�mero 3.520, nas proximidades do Bairro Cachoeirinha, mais imprevistos: o piso de concreto teve de ser quebrado mais uma vez. “Isso tem ocorrido em v�rias esta��es. O intenso tr�fego de carros e �nibus por aqui tem estragado o piso, que n�o est� aguentando o movimento. Em muitos pontos da Avenida Ant�nio Carlos h� rachaduras”, comentou um trabalhador da obra, que n�o quis se identificar.
N�o � a primeira ocasi�o em que partes do piso no corredor tem que ser refeitas. Em maio do ano passado, a empreiteira contratada para constru��o das esta��es tamb�m precisou quebrar o concreto no corredor central, na altura do n�mero 3.590, no Bairro S�o Francisco. A destrui��o do trecho – que antes era de asfalto e j� havia sido quebrado uma vez para a instala��o do piso de concreto – foi feita para constru��o de terminais de embarque e desembarque do novo sistema. Especialistas apontaram falha de planejamento
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No mesmo m�s, outro problema, mas na Avenida Cristiano Machado, onde uma esta��o teve de ser demolida, no Bairro Uni�o. Na �poca, a Sudecap afirmou que o terminal destru�do era um “prot�tipo”. Laudos feitos no equipamento detectaram erros e novo terminal teve de ser erguido. A explica��o oficial era de que foram feitos dois prot�tipos na avenida para que a prefeitura escolhesse a melhor das op��es. (Com Luciane Evans)
... mudan�as para liberar o caminho
Novas altera��es de tr�nsito relativas ao Move entraram em vigor ontem. Uma delas no quarteir�o da Avenida Afonso Pena, no Centro, entre a Ruas Pernambuco e a Avenida Caranda�, antes da Feira de Arte e Artesanato, que perdeu as vagas de estacionamento com as mudan�as de circula��o e implanta��o de uma m�o-inglesa no sentido hospitais-Barro Preto. Para tentar contornar os problemas de baixa velocidade de circula��o do BRT Cristiano Machado quando deixa o Complexo da Lagoinha e entra no tr�fego misto, a BHTrans providenciou a pintura de uma faixa exclusiva na pista da direita do Viaduto Leste.