
Um assassinato em uma das regi�es mais movimentadas de Belo Horizonte levou p�nico nessa segunda-feira ao entorno da Santa Casa, no Bairro Santa Efig�nia, Regi�o Leste. Por volta das 14h30, um homem desceu de uma moto e atirou pelo menos 10 vezes, � queima-roupa, em um rapaz de 22 anos que estava sentado em um dos bancos do quarteir�o da Rua Piau�, entre a Rua Padre Marinho e a conflu�ncia das avenidas Francisco Sales e Brasil. Investiga��o preliminar da Pol�cia Civil indica acerto de contas de tr�fico de drogas. Quem estava no local se viu no meio de muitos gritos e correria generalizada.
A v�tima dos disparos, Eduardo Henrique Nunes Monteiro, havia combinado um encontro com a m�e e a sogra, a quem iria entregar dinheiro. A m�e estava ao lado dele no momento da execu��o. Muito abalada, ela n�o quis falar com a imprensa.
Segundo a delegada da Delegacia Especializada de Homic�dios, Juliane Emiko, Eduardo foi expulso recentemente da Favela Pau Comeu, no Aglomerado da Serra, e morava no Bairro Granja de Freitas, na Regi�o Leste. Ela acredita que o dinheiro seria para ajudar a mulher da v�tima, presa h� um m�s, depois de a pol�cia encontrar 118 pinos de coca�na e dinheiro na casa deles.
Uma testemunha, que trabalha pr�ximo ao local, viu quando a moto parou na esquina da Francisco Sales com Brasil. Segundo ela, o assassino desceu sem tirar o capacete, foi direto at� a v�tima e atirou com uma pistola 9 mil�metros. “Mesmo diante do corre-corre, ele n�o se intimidou. Andou tranquilamente at� a moto, guardou a arma na cintura e foi embora”, contou. O piloto aproveitou os sem�foros fechados e fez uma convers�o irregular para entrar na Francisco Sales no sentido do Bairro Serra, na Regi�o Centro-Sul.
“Foi um susto muito grande e um barulho enorme. Nunca vi isso antes. Na hora, me abaixei perto do banco, com medo de bala perdida. Tive medo at� de abrir os olhos para ver se havia acabado”, relatou uma funcion�ria de uma loja, que preferiu n�o se identificar.
A secret�ria Ana de Assis, de 49 anos, informou que passava do outro lado da avenida quando percebeu o tumulto: “Foi tudo muito r�pido. Escutei um barulho grande e vi uma confus�o na pra�a. Minha primeira rea��o foi entrar numa loja para me esconder, mas no quarteir�o onde eu estava n�o tem nenhuma, s� o ponto de �nibus”.
O motorista Josu� de Almeida Santos, de 52, tamb�m pensou em se esconder. “Parecia cena de filme ou esses tiroteios que ocorrem no Rio de Janeiro. S�o alguns segundos de terror. Quando acaba, a gente olha para ver se n�o foi acertado e d� gra�as a Deus por estar tudo bem”, afirmou.
A dona de casa Maria Francisca Ferreira da Silva, de 59, que foi a uma consulta no hospital, ficou apavorada. “Essa � a prova de como os bandidos est�o livres e sem qualquer pudor. Antigamente, essas coisas s� ocorriam � noite ou de madrugada, para ningu�m ver. Agora, � �luz do dia e num lugar movimentado desses. E se a bala acerta algum inocente? Aqui � cheio de gente que fica sentado, �s vezes at� passando mal, esperando a hora de consulta. Estamos ref�ns dos bandidos”, disse, indignada.