
Mais confrontos entre pol�cia e bandidos com a intensifica��o das opera��es na divisa de Minas com outros seis estados para coibir a a��o de quadrilhas como a que aterrorizou pequenos munic�pios no Sul do estado nas �ltimas semanas. A estimativa foi feita nessa ter�a-feira pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), que busca o aumento da parceria com outros governos estaduais. “Gra�as � propor��o das armas usadas pelos criminosos, �s vezes, n�o h� outro caminho que n�o os embates”, admitiu o secret�rio R�mulo Ferraz, durante a quarta reuni�o trimestral da Opera��o Divisas Seguras.
Nas pr�ximas semanas o governo da Bahia assinar� um termo de coopera��o t�cnica para participar oficialmente da opera��o, que j� conta com a��es integradas de Minas, S�o Paulo, Goi�s, Esp�rito Santo, al�m de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que n�o fazem limite com o territ�rio mineiro mas est�o em �rea de influ�ncia do crime organizado. O Rio de Janeiro estuda a ades�o ao grupo.
Um dos indicadores da urg�ncia de maior vigil�ncia na divisa com S�o Paulo e Goi�s, por exemplo, segundo a Seds, � o n�mero de roubos consumados, que aumentaram 55% entre janeiro de 2013 e janeiro deste ano na soma de quatro regi�es integradas de seguran�a p�blica do Tri�ngulo Mineiro e o Sul do estado, que incluem Uberl�ndia, Uberaba, Pouso Alegre e Po�os de Caldas.
Apesar de as estat�sticas n�o retratarem s� as divisas, elas tamb�m englobam munic�pios que est�o perto desses dois estados. A necessidade de maior aten��o �s fronteiras tamb�m ganha for�a depois de dois casos de confrontos das autoridades com bandidos em pequenos munic�pios, onde os contingentes policiais s�o pequenos, o que facilita a a��o de criminosos com armas de grosso calibre.
Em Itamonte, no Sul de Minas, policiais paulistas e mineiros interromperam um ataque cinematogr�fico a banco em 22 de fevereiro. Nove bandidos foram mortos depois de explodirem um caixa eletr�nico na cidade. Um professor que teria sido sequestrado por um dos ladr�es tamb�m acabou morto. Outros cinco ladr�es foram presos. Itajub�, na mesma regi�o, tamb�m foi alvo de criminosos este m�s.
Pouco mais de uma semana depois, em 7 de mar�o, bandidos invadiram Riachinho, no Noroeste do estado, para assaltar duas ag�ncias banc�rias. Seis foram presos, tr�s morreram em confronto com a pol�cia e um est� desaparecido. Na pr�tica, a Divisas Seguras j� organizou 12 opera��es em quase um ano, abordou 100 mil pessoas e prendeu 462.
H� tamb�m casos recentes em que houve atua��o das pol�cias sem confronto, desmantelando grupos criminosos que atuam especificamente em divisas. Em 9 de mar�o, policiais militares e civis de Uberl�ndia e Ituiutaba prenderam 12 suspeitos de participar de uma quadrilha que explodia caixas no Tri�ngulo Mineiro e em Goi�s. Tamb�m foram apreendidos carros, armas, muni��o e dinheiro. Um dia depois, em 10 de mar�o, 15 pessoas foram presas em Ara�atuba (SP) e Uberl�ndia por integrar quadrilha especializada no roubo de caminh�es para desmanche.
O secret�rio R�mulo Ferraz informou que o n�vel de organiza��o dos criminosos aumenta nas regi�es de divisas, o que exige uma resposta organizada das autoridades nesses locais. Ele tra�ou um perfil dos limites mineiros, apontando dois diferentes comportamentos de bandidos conforme a regi�o do estado. Entre Minas e S�o Paulo, especialmente no Sul e Tri�ngulo, a modalidade principal � roubo a bancos, al�m de caixas eletr�nicos e carros-fortes. J� na divisa com Bahia, Esp�rito Santo e Rio de Janeiro, o foco � o tr�fico de drogas. “Como Minas Gerais � o estado que tem o maior n�mero de divisas (seis), o trabalho nessas �reas � fundamental e proporciona uma maior sensa��o de seguran�a � popula��o”, afirmou Ferraz.
Mesmo esperando mais confrontos com bandidos, o secret�rio acredita na redu��o de ataques. “A tend�ncia � a diminui��o dos crimes com a entrada de outros estados e a intensifica��o dos trabalhos nesses locais que estamos fazendo”, avaliou.
ROUBO � A MAIOR PREOCUPA��O O coronel Jos� Roberto Malaspina, comandante da Pol�cia Militar de S�o Paulo na regi�o de Ribeir�o Preto, que tamb�m participou do encontro de ontem na Cidade Administrativa, sede do governo mineiro, destacou a import�ncia da preven��o: “Os roubos s�o nossa maior preocupa��o. O esfor�o conjunto � feito para identificar e prender os criminosos antes de cometerem os crimes, mas quando h� confronto n�o temos como evitar”.
J� os coordenadores da Opera��o Divisas Seguras decidiram enviar para o Col�gio Nacional dos Secret�rios de Seguran�a P�blica (Consesp) um pedido de mais rigor para penas de furto e roubo de caixas eletr�nicos, o que demanda modifica��o nas leis brasileiras. O principal objetivo � aumentar a pena para bandidos que cometem esse tipo de delito e criar mecanismos para controlar o uso e a circula��o de explosivos no pa�s.
ENQUANTO ISSO...
...Preven��o na Copa � debatida
A aprova��o pelo Congresso Nacional da Lei Antiterrorismo foi defendida pelo secret�rio R�mulo Ferraz, no encontro de ontem, como importante instrumento de apoio ao trabalho da pol�cia mineira durante o Mundial, em junho e julho. Segundo Ferraz, a nova lei vai permitir que as autoridades prendam e mantenham presos baderneiros que pretendem agir nas manifesta��es durante os jogos da Copa em Belo Horizonte. “Sem esses dispositivos, as pol�cias t�m que fazer uma gin�stica jur�dica para prender quem depreda o patrim�nio p�blico ou ataca autoridades”, afirmou. O Projeto 499/2013 est� tramitando no Senado e aguarda avalia��o de quatro requerimentos que pedem parecer de comiss�es espec�ficas da Casa. Depois de submetido � avalia��o dos senadores em plen�rio, se aprovado, ele segue para a C�mara dos Deputados para avalia��o. O artigo 4º trata de “terrorismo contra coisa”, que estabelece pena de reclus�o de oito a 20 anos para quem “provocar ou infundir terror ou p�nico generalizado mediante dano a bem ou servi�o essencial”.