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Estado de Minas

"Desde crian�a, todos eles s�o dif�ceis", diz vizinha sobre irm�os suspeitos de crimes b�baros

Filhos do mesmo pai, jovens de 17 anos s�o acusados de executar universit�rio, no Gutierrez, e o funcion�rio da C�mara, no Buritis


postado em 20/03/2014 06:00 / atualizado em 20/03/2014 12:54

Matheus de Morais e Christiano Costa: vidas interrompidas a tiros(foto: Álbum de família/Reprodução)
Matheus de Morais e Christiano Costa: vidas interrompidas a tiros (foto: �lbum de fam�lia/Reprodu��o)
Quem v� as casas imponentes, de muros altos, muitas de dois andares, nas ruas Sabrina Ferreira de Oliveira e Augusto Degois, nos bairros Brasil Industrial e Solar, na Regi�o do Barreiro, em Belo Horizonte, n�o imagina que na vizinhan�a morem dois suspeitos de assassinatos. Filhos do mesmo pai e menores de idade, G.F.S. e L.H.P.J., ambos de 17 anos, t�m em comum ainda o fato de serem acusados de dois crimes que chocaram BH no in�cio do ano. De acordo com a pol�cia, ele s�o os autores dos latroc�nios – roubos seguidos de morte – que vitimaram Christiano D’Assun��o Costa, de 34 anos (funcion�rio da C�mara Municipal de Belo Horizonte, assassinado no Bairro Buritis) e Matheus Salviano Botelho de Morais, de 21 (estudante morto no Gutierrez).

As investiga��es indicam que os adolescentes integram uma gangue de roubos de carros do Barreiro, que vem agindo principalmente nas regi�es Centro-Sul e Oeste de BH, esta �ltima onde ocorreram os dois assassinatos. Christiano foi morto em 28 de janeiro e Matheus, em 7 de fevereiro. O delegado Alexandre Oliveira da Fonseca, da Delegacia de Homic�dios do Barreiro, em entrevista ontem no Departamento de Homic�dios e Prote��o � Pessoa (DHPP), informou que G.F.S � o assassino de Christiano. L.H.P.J. � acusado de matar Matheus.

No Bairro Brasil Industrial, ningu�m atendeu ao interfone da casa verde, onde, segundo vizinhos, moram a av�, o pai, a m�e e dois irm�os de L. O mais velho dos irm�os estaria preso h� cerca de um ano, tamb�m por roubo de carro. Na casa h� um garoto de 12 anos e uma menina, a ca�ula. Moradores que n�o quiseram se identificar contaram que a fama de envolvimento com roubo de ve�culos que cerca os adolescentes � conhecida. L. teria at� mesmo assaltado casas pr�ximas. “Desde crian�a, todos eles s�o dif�ceis. Viviam perturbando os vizinhos e assustando pessoas que passam pela rua, jogando �gua e at� bombas”, disse uma mulher. Embora surpresas com a suspeita de assassinato, pessoas da vizinhan�a n�o consideram a deten��o do jovem um fato inesperado. “H� muitos anos ele d� trabalho. S� podia acabar nisso”, disse um morador.

No bairro vizinho, a casa grande de muro vermelho, na subida da rua, guarda as hist�rias de G.F.S., que mora com m�e e av�. Os moradores foram surpreendidos com as acusa��es. Ao contr�rio do irm�o, G. n�o tinha fama de ladr�o: era conhecido pela paix�o por motocicletas e pela imprud�ncia � frente delas. “Mesmo sendo menor de idade, vivia andando de moto para cima e para baixo. A m�e dele sempre pedia para ele tomar jeito”, contou um jovem. Sobrinho de uma policial civil, o rapaz teria ganhado de um tio uma moto pequena e depois aparecido com uma de 125 cilindradas. Recentemente dirigia um Gol batido, que disse ter comprado em um leil�o.

E foi justamente um carro a pe�a-chave para chegar ao adolescente: um Ford Fiesta roubado em 24 de dezembro de 2013, no Bairro S�o Bento, Centro-Sul de BH. O carro foi visto rondando a academia onde Christiano estava momentos antes de ser morto. Uma semana depois, o Fiesta foi encontrado abandonado no Bairro Solar do Barreiro.

O ve�culo estava com placas clonadas e vinha sendo usado em uma s�rie de furtos e roubos em BH e Contagem, segundo o delegado Alexandre Oliveira da Fonseca. Durante as investiga��es, pol�cia chegou primeiro ao adolescente D.J.M.A, de 16, acusado de roubar o Fiesta. Ele teria confessado o crime e informado que repassou o ve�culo a G., pelo valor de R$ 1,5 mil.

Na sequ�ncia, a Pol�cia Civil recebeu den�ncias de que G. era o respons�vel pela morte do Christiano – al�m de ter matado um vizinho, o adolescente Gerson Carlos da Silva Cabral, de 17, assassinado uma semana antes do funcion�rio da C�mara. “As den�ncias afirmavam ainda que a morte de Christiano estava ligada � de Matheus. Foi quando descobrimos que G. era meio irm�o do acusado de assassinar o estudante de engenharia, 10 dias depois da morte do funcion�rio da C�mara, em circunst�ncias semelhantes. Os dois irm�os s�o da mesma quadrilha de roubos de ve�culos e vinham cometendo os crimes para ostentar bens materiais, como t�nis, roupas de marca e celulares”, informou o delegado.

ASSALTO E MORTE Funcion�rio da C�mara de BH, Christiano D’Assun��o era fisioterapeuta e advogado. Foi morto com dois tiros de uma pistola semiautom�tica 380 ao tentar fugir da abordagem de G.F.S., de acordo com a investiga��o. Segundo a pol�cia, o adolescente desembarcou do Ford Fiesta com a arma na m�o, se aproximou e mandou a v�tima entregar as chaves do Gol. Na sequ�ncia o matou quando ele tentou arrancar. Imagens de videomonitoramento de im�veis e empresas vizinhas mostram, segundo os investigadores, que G., na dire��o do Fiesta, deu duas voltas no quarteir�o antes estacionar do lado oposto ao da v�tima e tentar roubar o carro.

O acusado foi apreendido em 28 de fevereiro, um m�s depois do crime. Com ele, investigadores apreenderam 16 pares de t�nis e 17 bon�s. Na p�gina do Facebook do menor, a pol�cia descobriu uma imagem com a seguinte frase: “Somos lokos e vivemos pouco, mas vivemos como queremos”. O suspeito est� acautelado no Centro de Interna��o Provis�ria Dom Bosco, no Bairro Horto, Leste de BH.

O meio irm�o de G., o adolescente L.H.P.J. foi apreendido no fim de fevereiro, juntamente com outro menor, P.F.S., de 15 anos. A deten��o ocorreu dias depois da pris�o de Farley Bruno Bicalho Cardoso, de 18, que confessou participa��o na morte do estudante Matheus, assassinado com tiros de um rev�lver calibre 32 ao reagir � abordagem dos assaltantes, no Bairro Gutierrez. Farley afirmou ter apenas levado os outros suspeitos ao local para que roubassem o Fiat Punto do universit�rio.



M�e em sil�ncio e apoio da namorada

Gustavo Werneck

Eram 14h30 quando Fernanda Sales, m�e de G.F.S., de 17 anos, chegou ao Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional (CIA), no Bairro Barro Preto, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, para acompanhar o depoimento do filho. O adolescente � suspeito de ter assassinado um vizinho e tamb�m acusado da morte do funcion�rio da C�mara Municipal de Belo Horizonte, Christiano D’Assun��o Costa, de 34 anos, em 28 de janeiro, no Bairro Buritis. Na recep��o, informou que n�o falaria com a imprensa.

Do lado de fora, no entanto, a namorada de G.F.S, a jovem T., de 19 anos, esperou com paci�ncia por Fernanda. A princ�pio reticente, dizenda apenas n�o saber de nada, T. acabou defendendo o namorado e disse que “logo ele vai sair” – o rapaz est� acautelado no Centro de Interna��o Provis�ria (Ceip) Dom Bosco, no Bairro Horto, na Regi�o Leste. A certeza decorre, segundo ela, de que n�o cometeu infra��o nenhuma e s�o necess�rias “provas” para ficar privado da liberdade. Quando um agente da Pol�cia Civil saiu do pr�dio, a jovem perguntou sobre a situa��o do rapaz e ouviu a resposta: “No m�nimo, tr�s anos”.

Com uma garrafa de �gua mineral nas m�os e conferindo o tempo todo o telefone celular, T. disse que namora h� um ano, tem aprova��o dos pais e gosta muito de G. F. Para provar, mostrou a tatuagem no antebra�o esquerdo: o nome do namorado e o s�mbolo que representa o infinito. “� amor para sempre. E ele tem o meu nome e o mesmo s�mbolo”, afirmou, com um sorriso. �s 15h50, vestindo blusa preta e cal�a jeans, Fernanda deixou o Cia falando ao celular. T. a acompanhou pela Rua Mato Grosso. De acordo com o TJMG, o teor do depoimento n�o pode ser divulgado, nem qualquer outro tipo de informa��o sobre a vida do menor.


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