
Mais rigor no acesso �s depend�ncias do C�mpus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com a identifica��o de todos os frequentadores do local, e a implanta��o de novas normas de conviv�ncia, para impedir trotes violentos, de conte�do racista ou sexista. Estas s�o algumas das medidas anunciadas pelo novo reitor da institui��o de ensino, professor Jaime Arturo Ram�rez, que tomou posse segunda-feira. Em companhia da vice-reitora, Sandra Regina Goulart Almeida, Jaime Arturo avaliou que as atuais regras de conviv�ncia quanto a trotes e manifesta��es de preconceito s�o vagas e disse que ser� criada uma comiss�o para definir novas condutas, que dever�o entrar em vigor at� o fim do ano.
Ram�rez disse que planeja criar formas de identificar todas as pessoas que acessarem o c�mpus, que tem cerca de 50 mil frequentadores por dia, segundo a UFMG. “Estamos em processo de elabora��o dessa proposta. Teremos que avan�ar na identifica��o de pessoas que aqui trabalham, estudam, prestam servi�o. Isso ter� que ser discutido com a comunidade”, afirmou. Ele ressalta que n�o haver� restri��o � entrada de ningu�m. “N�o h� incompatibilidade entre a pessoa se identificar e ter acesso ao espa�o p�blico”, alegou. � poss�vel que mais c�meras de vigil�ncia sejam instaladas, segundo o reitor.
No C�mpus Pampulha j� foram registrados v�rias a��es de bandidos. No fim da noite de 20 de fevereiro, por exemplo, cinco criminosos, um deles armado, amea�aram seguran�as na portaria e assaltaram estudantes no trecho entre a entrada da Avenida Presidente Ant�nio Carlos e a pra�a de servi�os. O bando, que entrou em um Fiat Palio, roubou um Renault Sandero de uma aluna e pertences de outro universit�rio, como a carteira com documentos, R$ 100 e um celular. Horas depois, o carro foi recuperado abandonado em uma rua da regi�o.
CONTRA A OPRESS�O Com rela��o �s novas regras de conviv�ncia, a vice-reitora Sandra Regina disse que a proposta � “estabelecer uma comiss�o para pensar as normas sociais de conviv�ncia no c�mpus, para coibir todo tipo de opress�o. Vamos definir o que � ou n�o aceit�vel. Hoje h� algumas normas, mas elas n�o s�o muito claras quanto a quest�es relacionadas a trotes, racismo, sexismo. Elas s�o vagas”, afirmou a vice-reitora, professora da Faculdade de Letras.
A comiss�o ter� representantes de professores, funcion�rios t�cnico-administrativos e estudantes, segundo Sandra. Antes de entrar em vigor, as novas regras ter�o de ser discutidas no Conselho Universit�rio (Consuni). “Ainda n�o sabemos se ser� necess�rio mudar o estatuto ou o regimento da UFMG”, acrescentou Ram�rez, professor da Escola de Engenharia. Ele substitui o antigo reitor, Cl�lio Campolina, nomeado ministro de Ci�ncia, Tecnologia e Inova��o.
A cria��o de regras de comportamento � anunciada um ano depois de trote promovido por estudantes do curso de Direito. Feita em mar�o de 2013, a recep��o aos calouros provocou pol�mica depois da divulga��o de duas fotos. Em uma delas, um calouro est� amarrado com fita numa pilastra e, ao lado dele, tr�s colegas erguem o bra�o direito, � maneira da sauda��o nazista. Na outra, uma novata com o corpo tingido de preto tem as m�os atadas por uma corrente puxada por um veterano. A mo�a carrega uma placa com a inscri��o “caloura Chica da Silva”, em refer�ncia � ex-escrava.
MEM�RIA
Plano de Seguran�a
A ideia de tornar mais r�gido o controle de quem entra e sai do C�mpus Pampulha faz parte do Plano Diretor de Seguran�a Universit�ria, que est� sendo implantado desde 2010. Em maio de 2013, o ent�o pr�-reitor de Gradua��o, M�rcio Baptista, informou que at� novembro entraria em opera��o um sistema por meio do qual todo motorista seria obrigado a se identificar na portaria para ter a entrada liberada. A proposta na �poca era de que quem n�o fosse funcion�rio ou estudante da UFMG deveria se anunciar, por meio de um sistema de r�dio instalado em um totem, ao seguran�a que ficaria no interior das guaritas. Somente depois de identificados o visitante e seu destino, a cancela seria levantada, autorizando a passagem.