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Estado de Minas

Prefeitura de Montes Claros vai distribuir cartilhas com orienta��es sobre tremores de terra

Material vai orientar a popula��o sobre como agir no caso de abalos e a refor�ar as casas. Moradores ainda est�o assustados com a s�rie de abalos s�smicos que atingiram a cidade


postado em 08/04/2014 06:00 / atualizado em 08/04/2014 08:17

Geraldo Gonçalves disse que estava escorado na árvore na hora do primeiro estrondo e tudo tremeu(foto: Fotos: Solon Queiroz/especial para o EM)
Geraldo Gon�alves disse que estava escorado na �rvore na hora do primeiro estrondo e tudo tremeu (foto: Fotos: Solon Queiroz/especial para o EM)
Cinco tremores num s� dia, dois deles de maior intensidade. E uma cidade que n�o consegue se acostumar com os abalos ficou em p�nico. Montes Claros, no Norte de Minas, tem um hist�rico de ocorr�ncia de eventos s�smicos que teriam como causa uma falha geol�gica localizada no munic�pio, segundo estudos feitos pelo Observat�rio Sismol�gico da Universidade de Bras�lia (UnB). Nessa segunda-feira, depois de um domingo de muitas chamadas para o Corpo de Bombeiros, vistorias da Defesa Civil e moradores contando os preju�zos, a prefeitura anunciou um plano emergencial preventivo. Especialistas criticam que os estudos sobre as causas ainda s�o poucos.

O observat�rio informou ontem que refez os c�lculos e divulgou novas magnitudes para os tremores. O primeiro abalo ocorreu �s 10h40 de anteontem e atingiu 3,9 na Escala Richter (e n�o 4,2 como tinha sido divulgado). Na sequ�ncia, foram tr�s tremores de menor intensidade que n�o foram registrados. O que assustou a popula��o foi o fato de �s 16h31 um novo abalo de intensidade 3,8 (n�o 4,1 como foi anunciado) atingir a cidade. Faltou luz e os servi�os de telefonia m�vel e internet foram interrompidos temporariamente.

Uma das medidas anunciadas pela administra��o municipal foi o aumento do trabalho de distribui��o de cartilhas em escolas para orientar sobre como agir diante dos abalos, al�m de melhorar a estrutura das casas em 18 �reas de baixa renda e propor mudan�as no procedimento que regulamenta a libera��o de projetos de constru��o. Em parceria com o curso de engenharia de uma faculdade do munic�pio, a prefeitura anunciou que vai criar um programa de melhoria da condi��o das casas para que elas suportem os abalos.

Segundo o prefeito Ruy Muniz (PRB), ser�o captados recursos do governo federal par refor�ar o trabalho de defesa civil no munic�pio. “� uma quest�o do estado brasileiro e, infelizmente, afeta Montes Claros. Sozinha, a prefeitura n�o d� conta de enfrentar essa situa��o. Temos de nos preparar, pois pode ocorrer um fato de maior propor��o”, afirmou.

A prefeitura tamb�m informou que vai adquirir dois sism�grafos. Hoje, est�o instalados no munic�pio dois aparelhos da UnB e outro da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), que pretende cirar um n�cleo de sismologia na cidade para aprofundar os estudos sobre as causas dos tremores. � o que cobram especialistas. O ambientalista Eduardo Gomes diz que as a��es preventivas demoram em fun��o da falta de conhecimento em rela��o �s causas dos tremores e questiona se realmente � uma falha geol�gica. “Para saber exatamente a causa do fen�meno � preciso uma pesquisa mais extensa”, avalia. O t�cnico em meio ambiente Jos� Ponciano Neto tamb�m critica a falta de respostas mais completas. Segundo ele, a cidade j� recebeu v�rios estudiosos, inclusive do Jap�o, e at� ent�o n�o h� uma explica��o clara sobre as causas dos tremores.

PREJU�ZO
As autoridades do munic�pio tamb�m est�o preocupadas em evitar o p�nico. Hot�is e ag�ncias de turismo, por exemplo, segundo a prefeitura, receberam cancelamentos de reservas de passagens e hospedagem por medo dos tremores. No entanto, a subchefe do Observat�rio Sismol�gico da UnB, M�nica Von Huelsen explica que, embora n�o seja poss�vel fazer previs�es precisas sobre os tremores, pelo hist�rico de Montes Claros e do Brasil, � muito pouco prov�vel que a cidade tenha abalos com magnitude superior a 5,0 graus na Escalara Richter. A pontua��o seria capaz de provocar danos em constru��es bem estruturadas.

A especialista lembrou que existe hist�rico de registros de tremores no munic�pio desde 1978 e que estudos realizados pela UnB e Universidade de S�o Paulo (USP) indicam que a causa deles � exist�ncia de uma falha geol�gica existente pr�ximo da �rea urbana. M�nica Van Huelsen destacou que tamb�m devem ser refor�ados os trabalhos de orienta��o dos moradores para a conviv�ncia com os abalos. “Quando ocorrer um tremor na cidade, as pessoas devem se proteger, ficando debaixo de uma mesa ou saindo para a rua. Elas precisam saber que o m�ximo que vai acontecer � queda de objetos”, disse.

O coordenador municipal de Defesa Civil de Montes Claros, Mattsson Malveira, disse que o munic�pio tem um plano de conviv�ncia com os abalos, que inclui tamb�m as medidas que devem ser adotadas imediatamente para evacua��o de locais fechados, como escolas e hospitais. “Quando ocorrer tremor, a primeira dica para quem estiver em local fechado � manter a calma e se proteger debaixo de uma viga (derrubada apenas por um terremoto acima de 9 pontos)”, disse Mattson, lembrando que todas as orienta��es est�o em cartilhas, das quais j� foram distribu�das cerca de 6 mil em escolas de Montes Claros.

"Dormi com muito medo", disse o aposentado Artur Soares, de 82 anos


Apreens�o e medo entre moradores


Enquanto as autoridades e �rg�os p�blicos anunciavam medidas para a conviv�ncia com o fen�meno, ontem, moradores de Montes Claros ainda estavam apreensivos por conta dos tremores de domingo. O medo maior era na Vila Atl�ntica, bairro apontado pelos estudos feitos na UnB como situado na regi�o onde est� a falha geol�gica.

O aposentado Artur Soares Ferreira, de 82 anos, um dos moradores da Vila Atl�ntica, ainda estava assustado, recordando o momento do forte tremor da tarde de domingo. “Eu estava escorado no port�o quando ocorreu o estrondo. Quase ca�. Dormi com muito medo de domingo para hoje (ontem)”, disse Artur.

O servente Geraldo Gon�alves de Jesus, de 65, contou que, na hora do primeiro e mais forte tremor, estava escorado em uma �rvore: “Fiquei com medo, a �rvore balan�ou toda”. Ele disse que na tarde de domingo, quando foi registrado um outro abalo de maior intensidade, estava acontecendo um jogo de futebol no campo de terra em frente a sua casa. “Por causa do tremor, o juiz passou mal e o jogo terminou”, relatou Geraldo.

PALAVRA DE ESPECIALISTA

Guilherme Guimar�es, Engenheiro e professor do curso de Engenharia Civil da Unimontes

Deve-se pensar nas edifica��es

“Com a ocorr�ncia mais frequente de tremores na regi�o de Montes Claros, deve-se come�ar a pensar em dimensionar as edifica��es para os efeitos dos sismos, caso exista a possibilidade de tremores de magnitude maiores. O refor�o da estrutura deve ser verificado em todo tipo de constru��o, incluindo hospitais, hot�is, ind�strias e casas. Deve-se levar em conta aspectos como a intensidade usual dos sismos na regi�o da obra; caracter�sticas do subsolo em que se faz a funda��o; caracter�stica de resist�ncia e flexibilidade da estrutura.”

Tecnologia

A f�brica das sand�lias Havaianas, inaugurada em Montes Claros em outubro de 2013, j� foi constru�da com o sistema de amortecimento nos pilares da constru��o, capaz de suportar abalos s�smicos. A tecnologia � semelhante � usada no Jap�o, onde h� registros de terremotos.

Entenda como acontecem os abalos em Montes Claros


(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)

 


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