
Os constantes tremores de terra em Montes Claros, no Norte de Minas, ser�o alvos de estudos mais aprofundados do Observat�rio Sismol�gico da Universidade de Brasilia (UnB), que j� mant�m um sism�grafo na regi�o e quer verificar a real extens�o da falha geol�gica existente no munic�pio, apontada como causa dos abalos s�smicos que t�m levado preocupa��o aos moradores. Um grupo de estudiosos da UnB, coordenados pelo chefe do Observat�rio Sismol�gico, Lucas Vieira Barros, instalou cinco sism�grafos na regi�o, de acordo com o que foi informado ontem pelos t�cnicos.
Os abalos mais recentes, registrados desde o domingo, fizeram com que a equipe tomasse essa decis�o. Em sete dias, foram verificados sete tremores, sendo que cinco somente no domingo. Em decorr�ncia do mais forte deles, de 3.9 graus de magnitude, o reboco de uma casa caiu e feriu levemente uma adolescente de 13 anos. O fen�meno atingiu uma subesta��o da Cemig e, por 45 minutos, ficaram sem o fornecimento de energia 90 mil domic�lios – 70 mil em outras duas cidades da regi�o (Cora��o de Jesus e Gr�o Mogol).
A equipe da UnB, que permanece na cidade at� domingo, informou que os cinco aparelhos trazidos por ela foram instalados pr�ximo aos epicentros dos tremores. Com os tr�s sism�grafos j� operados pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e pela UnB, agora s�o oito equipamentos usados para analisar os abalos s�smicos na �rea.
At� ent�o, o tremor de maior intensidade registrado em Montes Claros foi de 4.2 graus, ocorrido em 19 de maio de 2012 e que provocou danos em 60 casas, das quais oito foram interditadas pela Defesa Civil. Estudos realizados pela UnB e pela Universidade de S�o Paulo (USP) identificaram que a falha geol�gica pr�ximo � �rea urbana de Montes Claros tem de um a dois quil�metros de extens�o, a uma profundidade de 1 a 2 quil�metros. Ontem, o professor Lucas Vieira Barros disse que os novos estudos v�o verificar a real dimens�o da falha geol�gica.
Se a extens�o for maior do que tr�s quil�metros, � poss�vel que venham ocorrer tremores acima de 4.2 graus, mas devendo chegar, no m�ximo, a 5.0 ou 5.5 de magnitude, explicou o especialista, que afastou a possibilidade de acontecer um “abalo catastr�fico” na regi�o. “Os tremores n�o s�o previs�veis. Infelizmente, nunca podemos dizer que n�o acontecer� um abalo de maior intensidade. Mas, nunca teremos aqui um terremoto catastr�fico, como aconteceu no Chile. Pelas informa��es levantadas, temos como afirmar com seguran�a que podemoss ter tremores com intensidade de at� 5 graus, embora pouco prov�veis”, disse o chefe do Observat�rio da UnB.
RELAT�RIO De acordo com ele, os dados coletados v�o indicar se os epicentros dos tremores est�o nos mesmos locais dos sismos anteriores ou se “est�o migrando de lugar”. Lucas Vieira Barros disse que em 30 dias a UnB e a Unimontes v�o divulgar um relat�rio com o mapeamento da falha geol�gica e tamb�m com as medidas que v�o orientar o refor�o das constru��es na cidade, a fim de que sejam reformadas e constru�das casas com estrutura capaz de suportar os abalos s�smicos de maior intensidade. Lucas Vieira admitiu ainda que a explora��o de �guas subterr�neas pode contribuir para a ocorr�ncia dos abalos, o que ainda ser� objeto de estudos. Por outro lado, informou que pesquisas descartaram a rela��o da explora��o de pedreiras da regi�o com os fen�menos.