A entrada em opera��o da segunda fase do BRT/Move na Avenida Cristiano Machado, com o funcionamento de tr�s linhas alimentadoras, demonstrou que o novo sistema de transporte coletivo da capital ainda est� distante de satisfazer as demandas da popula��o. Atrasos, desinforma��o e �nibus cheios marcaram o primeiro dia das novas rotas: linha 734, que liga o Bairro Aar�o Reis via Minasl�ndia � Esta��o S�o Gabriel; linha 815, Conjunto Paulo VI/Esta��o S�o Gabriel e linha 9850, Esta��o S�o Gabriel/Esta��o Jos� C�ndido. A expectativa da BHTrans � que o in�cio dos servi�os dessas linhas passe a atender diariamente mais 23 mil pessoas.
Na linha 815, as opini�es dos passageiros se dividiram desde cedo. Uns reclamaram dos coletivos muito cheios numa manh� de s�bado, outros da demora no percurso at� o Centro, mesmo com a pista exclusiva na Avenida Cristiano Machado, e praticamente todos da falta de uma equipe do “Posso ajudar?” da BHTrans no ponto final no bairro. “Precisava de uma pessoa aqui para orientar. Vou pegar o metr� na Esta��o S�o Gabriel, mas muita gente n�o sabe como fazer, pois � o primeiro dia dessa integra��o”, disse a atendente de telemarketing Maria Joana Moura da Silva, de 27 anos.
A publicit�ria Ilcarem Concei��o Bispo da Costa, de 26, que trabalha no Centro, tamb�m lamentou a falta de informa��o. “Minha m�e me ligou desesperada, pois n�o sabia como fazer para pegar o �nibus. Falei o que eu sabia, acho que deveriam p�r funcion�rios � disposi��o dos usu�rios pelo menos no in�cio. Ainda h� uma desorganiza��o”, criticou ela. De acordo com a BHTrans, n�o est� previsto o deslocamento de uma equipe, em nenhum momento, para auxiliar quem pegar a linha 815, que substituiu a antiga 5523A. Na guarita dos motoristas da empresa, havia folhetos explicativos, que foram distribu�dos durante a semana no bairro, conforme a empresa municipal.
Ao longo do caminho, novas reclama��es. Eram 9h e a promotora de vendas J�ssica Figueiredo de Oliveira, de 23, residente no Bairro Nazar�, na Regi�o Nordeste, estava irritada e temerosa do que poder� ocorrer amanh�. “Costumava pegar o �nibus 5523A e gastava cerca de 40 minutos at� o Centro, mesmo com a Cristiano Machado ‘agarrada’. Hoje, fiquei 40 minutos no ponto at� conseguir entrar num �nibus que estivesse mais vazio. Depois, teve a transfer�ncia na S�o Gabriel para o BRT. Desse jeito, foram 30 minutos a mais do que o habitual. E olha que � s�bado”, observou J�ssica, preocupada com a volta para casa. “Pelo visto, vai ser pior”, prev�.
TARIFA AGRADA Estudante do primeiro per�odo de direito na PUC Minas, no c�mpus S�o Gabriel, Mois�s Morais, de 24, ficou satisfeito com a redu��o no pre�o da tarifa – antes, com a linha direta at� o Centro, os passageiros pagavam R$ 2,65, enquanto na alimentadora caiu para R$ 1,90; se o interesse for seguir at� as esta��es S�o Paulo, Tamoios ou Regi�o Hospitalar, o usu�rio pagar� o complemento (R$ 0,75). “O transporte pode ser r�pido, mas o processo � demorado, pois implica desembarque, compra de novo bilhete, espera pelo BRT e novo embarque. E os �nibus continuam os mesmos de antes”, disse o jovem, convicto de que o tr�nsito e a sa�de s�o os piores problemas da capital.
Tamb�m satisfeito com o pre�o da passagem estava o vigilante de uma escola no Conjunto Paulo VI, Edson Fernandes Alves, morador do Bairro Palmares. “Ficou bom, pois pago menos e chego mais r�pido. Des�o na esta��o e caminho at� minha casa. N�o tenho do que reclamar.” No embarque, a desempregada Fabiana de Souza Ferreira, de 29, disse que entendeu “direitinho” as explica��es do folheto distribu�do no bairro, da mesma forma que a cuidadora de idosos Vera L�cia Rodrigues de Ara�jo. Atenta �s mudan�as, ela embarcou no novo sistema com calma.