
A empres�ria foi assassinada em 10 de fevereiro de 2013. A mulher estava dentro de um carro quando foi baleada e jogada na rua. Duas testemunhas disseram � Pol�cia Militar que havia duas pessoas no carro quando Val�ria foi baleada e jogada na rua. Uma delas garantiu ter visto Jos� Ant�nio pegar a arma na parte traseira do carro. Outra testemunha disse que o suspeito pegou a mulher pelo pesco�o, encostou a arma no queixo dela, disparou dois tiros e fugiu.
Para a pol�cia, Jos� Ant�nio disse que ele e a mulher estavam a caminho do supermercado e o Gol que ele dirigia foi fechado por dois homens numa moto. Segundo ele, Val�ria foi baleada e jogada para fora do carro e um dos ladr�es teria seguido com ele no carro, acompanhado de um segundo assaltante de moto. Por�m, a vers�o foi contestada pela pol�cia. “Primeiro, o local aonde ele fala que foi abordado por um assaltante � uma rua praticamente deserta que tem pr�dios residencias dos dois lados. Tr�s testemunhas presenciaram a cena e foram contundentes em seus relatos”, afirma o delegado Frederico Abelha, da Delegacia de Homic�dios e respons�vel pelas investiga��es.
Os depoimentos das testemunhas foram essenciais para a conclus�o do inqu�rito. “Ele fala que no inqu�rito que teve uma discuss�o com o assaltante durante cinco minutos. Se tivesse bate-boca duarente cinco minutos algu�m veria. Uma policial militar que mora pr�ximo, o marido e a filha dela, viram a cena do assassinato. Outro vizinho, que estava sentado na cal�ada na via p�blica, viu os dois sozinhos entrando no carro. E, quando o carro passou na curva, ouviu o barulho dos tiros. Foi coisa r�pida, ent�o, n�o teve o tempo que ele (Jos� Ant�nio) falou para ser abordado por criminosos”, explica o delegado.
O inqu�rito do crime foi encerrado em abril deste ano. Jos� Mendes foi indiciado por homic�dio duplamente qualificado – por motivo torpe e meio que dificultou a defesa da v�tima – e tentativa de aborto. Esse �ltimo crime, porque a mulher estava gr�vida. “Ele atirou e assumiu o risco da morte da crian�a”, conta Abelha. O filho da empres�ria
O garoto Mateus Santiago foi salvo em uma cesariana de emerg�ncia. Ele ficou internado por tr�s meses e sete dias na UTI neonatal do Hospital J�lia Kubitschek, em Belo Horizonte.
Den�ncia nas m�os da Justi�a
O MP avaliou o inqu�rito policial e ofereceu den�ncia a Jos� Mendes em 7 de maio deste ano. Al�m disso, pediu a pris�o preventiva do homem. De acordo com o Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG), a ju�za Amalin Aviz Sant'Anna acatou a den�ncia. Por�m, sobre o pedido de pris�o, afirmou que vai avali�-lo depois que o r�u fosse citado no processo e das argumenta��es da defesa.
Jos� Mendes chegou a ser preso em flagrante pelo crime. Por�m, o juiz Carlos Roberto Loyola entendeu que a pris�o dele n�o teve fundamento em provas da autoria na morte da empres�ria. No inqu�rito, o delegado Frederico Abelha tamb�m n�o pediu a pris�o, mesmo tendo plena convic��o da autoria. “N�o pedi a pris�o pelo fato dele ser r�u prim�rio, ter endere�o fixo, e em todos os momentos que foi chamado na delegacia compareceu. Neste caso, n�o demonstrou que queria fugir e n�o amea�ou testemunha, ent�o, n�o vi motivos para a pris�o”, comentou.
Demora para concluir as investiga��es
O inqu�rito sobre o homic�dio foi encerrado um ano e dois meses depois do caso. O delegado aponta as burocracias como os fatores que postergaram as apura��es. “O juiz que fez o alvar� de soltura e deu a liberdade provis�ria a ele requisitou que o pai biol�gico do filho mais velho dela (Maria Perotti), e o filho mais velho fossem ouvidos. Eles moram no interior do estado de S�o Paulo e para ouvi-los dependemos de libera��o de verba, e isso demora. Tamb�m houve quebra de sigilo e algumas medidas cautelares que �s vezes demoram”, concluiu.