
Uma semana depois de parar a Avenida Nossa Senhora do Carmo e a Savassi, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, integrantes do Movimento Tarifa-Zero fecharam nessa ter�a-feira a Avenida do Contorno e vias do Bairro de Lourdes, na mesma regi�o. Em minutos o tr�nsito na �rea central ficou totalmente engarrafado, em mais uma noite de transtorno na volta para casa. O protesto, contra o aumento da tarifa de �nibus da capital, teve momentos de tens�o, quando uma motorista foi perseguida por manifestantes, depois de furar o bloqueio. O ato terminou com gritaria e picha��o em frente ao pr�dio em que mora o presidente da BHTrans, empresa que ger�ncia o tr�nsito na cidade, Ramon Victor Cesar.
Por volta das 18h, pouco mais de 50 integrantes do movimento fecharam a Avenida Prudente de Morais nas esquina com a Contorno, no Cidade Jardim. Motoristas, orientados por militares do Batalh�o de Tr�nsito, deram r� e retornaram pela avenida e em pouco tempo a via estava vazia. O grupo, que chegou a somar 80 pessoas em determinados momentos, iniciou ent�o um processo de interdi��o de quarteir�es ao longo da Contorno, em dire��o � Avenida Oleg�rio Maciel, que tamb�m foi fechada.
O clima de tens�o teve in�cio no cruzamento da Rua Curitiba, principal acesso para os bairros Cidade Jardim, S�o Bento e Santa L�cia, com a Contorno. Foram quase 40 minutos de interdi��o, o que causou irrita��o de motoristas que discutiram com manifestantes. Policiais acompanhavam � dist�ncia os bate-bocas. Uma motorista de uma van escolar, que pediu para n�o ser identificada, estava com seis crian�as no ve�culo, com idades de 7 a 12 anos. “Estou parada ha 36 minutos e os pais est�o ligando, impacientes. � um absurdo que eles fechem totalmente uma rua, sem qualquer preocupa��o com as pessoas que est�o dentro dos carros”, reclamou.
A professora R.B., de 49 anos, conseguiu furar o bloqueio do movimento no cruzamento da Avenida do Contorno com Rua Conde de Linhares, mas experimentou a ira dos manifestantes. Um grupo saiu correndo atr�s do ve�culo da professora, que, ao parar no sem�foro � frente, foi hostilizada por pessoas que a acusavam de ter atropelado integrantes do protesto. Policiais militares conseguiram impedir que a mulher fosse agredida e que seu carro acabasse danificado. “Tenho meu direito de ir e vir. N�o joguei o ve�culo contra ningu�m, apenas pedi os policiais para passar na cal�ada e eles me cercaram. Meu pai, de 84 anos est� sozinho em casa e n�o posso ficar parada aqui”, disse R. A pedido dos manifestantes, um boletim de ocorr�ncia ser� registrado, segundo informou um militar, para averiguar o suposto atropelamento. Apesar da reclama��o, n�o houve registro de feridos no epis�dio.

REPERCUSS�O O movimento se refletiu tamb�m na Savassi, onde motoristas e usu�rios do transporte p�blico foram surpreendidos por longo congestionamento. Para se ter uma ideia da lentid�o, foram necess�rios 50 minutos para percorrer o trecho de sete quarteir�es entre Avenida Nossa Senhora do Carmo, no Bairro S�o Pedro, e Rua Rio de Janeiro, no Bairro de Lourdes.
Um dos motoristas que estranharam a lentid�o do fim da tarde de ontem foi o empres�rio M�rcio Talim de Figueiredo, de 62 anos, que diariamente se desloca entre a Savassi e o Bairro Graja�, na Regi�o Oeste. Ele conta que costuma gastar 15 minutos para percorrer o trecho, mas que ontem a situa��o foi bem diferente. “Percorri somente tr�s quarteir�es e j� se passaram 25 minutos. Esse tipo de protesto perturba todo mundo e n�o resolve nada. Isso � que � o pior”, disse.
Acostumado a rodar pela cidade no hor�rio de pico, o taxista Juventino do Nascimento, de 31 anos, tamb�m percebeu a mudan�a no tr�nsito ontem. “Hoje est� muito ruim. Congestionamento tem todo dia, mas hoje o tr�nsito est� mais lento”, contou o profissional, que ia do Bairro Serra com destino � Savassi.