O diretor-presidente do Sindicato dos Taxistas de Belo Horizonte (Sincavir/BH), Ricardo Faeda, disse ontem que ir� acompanhar a conclus�o do inqu�rito para tomar as devidas provid�ncias contra o motoristas auxiliar Isnard Martins Vieira, de 39 anos, suspeito de estuprar 18 jovens na capital. Faeda Lamentou o caso e pediu desculpas �s v�timas e � popula��o de BH. “O sindicato repudia qualquer a��o criminosa por parte de seus prestadores de servi�o. � lament�vel uma pessoa usar o t�xi para cometer uma barbaridade. Primamos pelo atendimento de qualidade e exercemos um trabalho de confiabilidade”, afirmou o presidente do Sincavir.
Ricardo Faeda explicou que para atuar como motorista de t�xi em qualquer regi�o do pa�s, � necess�rio cumprir uma s�rie de exig�ncias. Al�m da carteira de habilita��o, o candidato tem que apresentar certid�o negativa de crimes na esfera estadual e federal. Ainda � obrigat�ria a participa��o em cursos com base em rela��es humanas, dire��o, primeiros socorros e no��es de manuten��o do ve�culo.
VIOL�NCIA A jovem T.L.A., de 18 anos, ainda lembra do terror vivido na noite de 5 de abril do ano passado, quando foi abordada em um ponto de �nibus de Venda Nova, em Belo Horizonte, por um homem em um t�xi Fiat Siena, e abusada sexualmente. O acusado pelo crime � o taxista auxiliar Isnard Martins Vieira, que foi preso na manh� de ontem pela Pol�cia Civil durante cumprimento de mandado de pris�o. O homem foi reconhecido por T. e outras nove jovens como sendo o autor de estupros ocorridos na capital entre agosto de 2011 e abril de 2014. Ao todo, j� s�o 18 acusa��es de viol�ncia sexual contra Vieira. A pol�cia acredita que o n�mero de v�timas seja ainda maior.
No momento da pris�o, o motorista confessou a autoria dos crimes e pediu desculpas a adolescentes e mulheres molestadas por ele. No t�xi onde ele trabalha, os investigadores encontraram tr�s calcinhas modelo fio dental.
A delegada Andr�a Aparecida Alves da Cunha, da Delegacia Especializada em Prote��o � Crian�a e ao Adolescente (Depca), informou ontem � tarde, na apresenta��o do suspeito, que os policiais conseguiram chegar at� o autor dos estupros cruzando as informa��es com o banco de fotografias criado com os cerca de 13.000 taxistas – entre permission�rios e auxiliares – que trabalham em BH.
“Nossos levantamentos indicavam que o respons�vel pela viol�ncia sexual em s�rie tinha entre 35 a 40 anos, era moreno, gordo, cabelos pretos e lisos. Algumas das v�timas descreveram um homem de cavanhaque e outras sem”, contou Andr�a.
Ainda de acordo com a delegada, al�m das caracter�sticas f�sicas do agressor, os investigadores sabiam que ele dirigia um t�xi Fiat Siena e agia sempre da mesma maneira. O homem abordava as v�timas � noite e em ruas de pouca movimenta��o.
Ele se aproximava delas alegando que estavam sendo seguidas, oferecia carona at� em casa, mas desviava do caminho. O taxista levava as garotas e mulheres para um local ermo, onde as estuprava. Um fato chamou dos investigadores: todas as v�timas descreveram que o motorista, antes de violent�-las, sa�a do carro para urinar.
MULHER E FILHO O mandado de pris�o preventiva contra Vieira foi expedido pela Justi�a na sexta-feira e o cumprimento foi ontem, pela manh�, no apartamento onde ele mora com a mulher e o filho de 13 anos, no Bairro Piratininga, Regi�o de Venda Nova. “Quando chegamos no im�vel do suspeito, a mulher dele come�ou a chorar e j� perguntou o que ele tinha feito dessa vez. Isso mostra que apesar dele n�o ter hist�rico de pris�o, ela sabe de algo errado que ele tenha aprontado”, disse a delegada.
Isnard Martins Vieira trabalhava como taxista auxiliar h� cinco anos. Ap�s prestar depoimento ele foi encaminhado ao Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) da Gameleira.
Sem d�vida no reconhecimento
As v�timas do taxista Isnard Martins Vieira come�aram a ser chamadas � delegacia para fazer o reconhecimento do suspeito na semana passada. Das 11 jovens que estiveram ontem na Delegacia Especializada em Prote��o � Crian�a e ao Adolescente (Depca), dez reconheceram Vieira pelo �lbum de foto e pessoalmente. Apenas uma garota afirmou que n�o conseguia se lembrar do rosto do autor. As outras sete poss�veis v�timas est�o sendo aguardadas pela Pol�cia Civil.
“Quando o taxista me abordou no ponto de �nibus ele usava um cavanhaque, cabelos arrepiados. Estava bem arrumado, com roupas sociais. Mesmo sem a barba e o cabelo e as roupas bagun�ados, n�o tenho d�vida de que foi ele”, contou T. que foi obrigada a entrar no carro sob amea�a de uma arma.