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Estado de Minas

Troca de comando da Pol�cia Militar sinaliza crise nos bastidores

Sa�da do chefe do Policiamento Especializado da PM �s v�speras da Copa tem rela��o com postura da corpora��o diante de protestos, sustentam fontes ligadas � seguran�a p�blica


postado em 05/06/2014 06:00 / atualizado em 05/06/2014 07:09

Coronel Ricardo Machado, ex-assessor da Secretaria de Defesa Social, assume nove unidades estratégicas(foto: leandro couri/em/d.a press)
Coronel Ricardo Machado, ex-assessor da Secretaria de Defesa Social, assume nove unidades estrat�gicas (foto: leandro couri/em/d.a press)
Nos bastidores da seguran�a p�blica mineira, a aposentadoria do coronel Ant�nio de Carvalho Pereira da chefia do Comando de Policiamento Especializado (CPE) n�o � tratada como simples decis�o de foro �ntimo. Fontes ligadas ao comando e � seguran�a da Copa do Mundo informaram ao Estado de Minas que Carvalho havia se desentendido com superiores, diante da pol�tica da corpora��o em caso de manifesta��es violentas de grupos politicamente engajados.

Durante a Copa das Confedera��es, no ano passado, a PM bloqueou o acesso de manifestantes ao Mineir�o, mas pouco fez para impedir que concession�rias e lojas fossem saqueadas e destru�das, gerando preju�zos de cerca de R$ 16 milh�es ao setor. Como os protestos tendem a perder a ades�o de pessoas comuns, as for�as de seguran�a p�blica teriam mudado de postura, entendendo que poderiam agir com mais energia. Uma das vers�es para o desentendimento d� conta de que o coronel discordaria dessa nova atitude. Outra, por�m, sustenta que Carvalho teria se indisposto com superiores exatamente por ser impedido de agir com mais rigor em dist�rbios.

O oficial ficou conhecido durante as manifesta��es de 2013 pelas incessantes negocia��es com manifestantes e uso moderado de for�a. Contudo, a atua��o da PM permitiu que v�ndalos depredassem e incendiassem v�rias concession�rias. “Pelo r�dio, comandantes de unidades diziam que podiam agir, que viam os v�ndalos saqueando lojas. Mas eram imediatamente contidos. Alguns eram at� deslocados, para que n�o ocorresse nenhum tipo de desobedi�ncia” disse uma das pessoas ouvidas pelo EM, referindo-se aos protestos na Copa das Confedera��es. As atitudes dele e da comandante do Policiamento da Capital, coronel Cl�udia Romualdo, foram muito criticadas dentro da corpora��o, porque teriam ignorado preceitos considerados b�sicos em opera��es, como ingressar em multid�es sozinhos para negociar.

Ainda de acordo com essas fontes, a coronel tamb�m estaria em situa��o desconfort�vel no cargo, por n�o querer participar de uma repress�o da qual se poderia perder o controle. Mas a situa��o de Carvalho seria mais urgente, devido � fun��o estrat�gica do policiamento que executava e pela grande rejei��o que enfrentaria dentro da tropa, pela qual seria considerado “leve com os manifestantes” e “duro com os policiais”.

A tese da mudan�a de postura na seguran�a p�blica � refor�ada pelo presidente da Sindicato dos Concession�rios e Distribuidores de Ve�culos de Minas Gerais (Sincodiv-MG), Mauro Pinto de Morais Filho. A institui��o foi inclusive � Justi�a para exigir que a PM n�o se omita na tarefa de impedir que lojas sejam saqueadas e destru�das durante as manifesta��es. “O estado sinalizou que haveria mudan�a na pol�tica de repress�o �s manifesta��es – para que passassem a fazer o que entendemos que deveriam ter feito antes (impedir saques e depreda��es). Mas n�o houve promessas formais.”

Oficialmente, a PM mant�m o discurso de que Carvalho pediu para se aposentar, ingressando na reserva. Em entrevista coletiva, ontem, o comandante-geral da corpora��o, coronel M�rcio Martins Sant'Ana, disse ter sido “pego de surpresa” com o pedido, �s v�speras da Copa do Mundo, mas assegurou que n�o houve desentendimento. “N�o tivemos diverg�ncias. O coronel reunia tempo suficiente para entrar para a reserva e o fez. N�o me falou seus motivos, apenas apresentou a documenta��o necess�ria e informou sua aposentadoria, um direito dele”, afirmou. O oficial evitou tecer coment�rios sobre a atitude do coronel Carvalho, a quem classificou como “competente e �ntegro”. Por�m, deixou escapar que tamb�m est� em idade de se aposentar, mas que “jamais abandonaria uma miss�o por terminar”, dando a entender que n�o aprova decis�es como a do colega.

O EM procurou o coronel Carvalho por telefone e em sua casa, mas ele n�o retornou os contatos. Um homem que se apresentou como irm�o do oficial, mas que n�o informou nome, disse, na porta da casa do militar, que Carvalho estava em outro im�vel e que n�o estaria se sentindo � vontade para falar do assunto, por quest�es de sigilo operacional. A coronel Cl�udia Romualdo tamb�m n�o atendeu aos pedidos de entrevista.


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