
A reincid�ncia de fogo, entretanto, segundo especialistas e o Corpo de Bombeiros, indica que empres�rios do setor est�o ignorando a manuten��o frequente. Mais uma vez, o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), documento que atesta a seguran�a de uma edifica��o contra inc�ndio e p�nico, n�o foi apresentado, de acordo com a corpora��o. Apesar dos n�meros de inc�ndios em estabelecimentos comerciais, que inclui restaurantes, ter diminu�do na Grande BH nos quatro primeiros meses do ano, de janeiro a abril de 2014, houve uma ocorr�ncia a cada 27 horas.
O fogo come�ou por volta das 10h, no momento em que um dos funcion�rios do restaurante foi acender a churrasqueira na cozinha. O tenente Christian Cordeiro, do 1º Batalh�o dos Bombeiros, informou que o ac�mulo de gordura no exaustor pode ter causado o fogo, que pegou no aparelho posicionado em uma �rea externa, em cima do estabelecimento. Houve fuligem na cozinha, mas a maior parte da fuma�a criou uma coluna densa que assustou quem trabalha no pr�dio ao lado e at� quem passava na Avenida do Contorno, um quarteir�o acima. O edif�cio empresarial Diamond Arch, que fica no n�mero 874 da Get�lio Vargas, precisou ser evacuado, e dezenas de pessoas aguardaram na cal�ada o fim do trabalho dos bombeiros.

A assistente administrativa Cl�udia Marcelino, de 38 anos, trabalha no s�timo andar do pr�dio e conta que a fuma�a atingiu o d�cimo pavimento, entrando em algumas salas e causando apreens�o. “Veio um cheiro bem forte e, logo depois, um aviso para todos deixarem os postos de trabalho e evacuarem o edif�cio”, informou.
O gar�om Allan Vitor Ferreira de Souza, de 24, foi um dos primeiros a atuar no combate ao fogo, que, segundo ele, pegou apenas no exaustor posicionado em uma �rea aberta. “N�o houve chama na cozinha, apenas fuma�a. N�o deu para saber de onde estava vindo, at� que eu subi e vi o exaustor pegando fogo”, disse ele, ainda coberto com restos do p� qu�mico usado para controlar a situa��o.
Nenhum respons�vel pelo Caminhos de Minas foi localizado pela reportagem do EM. Funcion�rios informaram que o estabelecimento ficou fechado ontem e n�o reabrir� hoje. N�o houve interdi��o dos bombeiros, j� que n�o existia risco iminente depois que o inc�ndio no exaustor foi controlado.
O tenente Christian Cordeiro, que comandou o atendimento dos bombeiros, informou que � comum a corpora��o encontrar casos em que o problema est� relacionado com a falta de manuten��o. “Em restaurante, � comum n�o fazer a limpeza frequente da chamin� ou do exaustor. Nesse caso, existem empresas especializadas que fazem o servi�o. Esse tipo de trabalho tem que ser constante”, alertou o militar.
O presidente da C�mara de Media��o e Arbitragem do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea/Minas), Cl�menceau Chiabi, lembra que, em primeiro lugar, o AVCB � a forma segura de atestar que o local est� preparado para combater inc�ndio e evitar p�nico em caso de fogo.
“A falta desse instrumento j� � um problema. Mas, maior do que isso, � n�o dar a manuten��o nos equipamentos de preven��o e combate ou naqueles de maior risco, caso dos exaustores”, disse. Chiabi explica que a validade do AVCB pode durar tr�s ou cinco anos, dependendo da recep��o de p�blico. “Nesse intervalo, cabe aos empres�rios fazerem ajustes e manuten��o para que o sistema funcione”, completa.
Vistoria
Em nota, a Associa��o Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) defendeu o cumprimento de regras de seguran�a: “Todo empreendimento deve, obrigatoriamente, ser aprovado pelo Corpo de Bombeiros para entrar em funcionamento. Os restaurantes devem necessariamente possuir o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiro (AVCB), documento que comprova que o local possui condi��es seguras de sa�da e acesso f�cil para os bombeiros em caso de inc�ndio, al�m de equipamentos pr�prios e espec�ficos para o combate ao fogo”.
A entidade diz ainda que recomenda aos restaurantes investimento em aparelhos seguros, principalmente em fornos, fog�es e instala��es de g�s liquefeito de petr�leo (GLP) ou g�s natural, com manuten��o permanente. “A Abrasel sempre esclarece a seus associados sobre a import�ncia de uniformes adequados e outros equipamentos de prote��o individual”, conclui a nota.