
A Copa do Mundo j� � sin�nimo de refor�o na poupan�a de alguns moradores, donos de oficinas mec�nicas e at� igrejas nos bairros Aeroporto e Jaragu�, na Regi�o da Pampulha. Ontem, quatro horas antes do confronto entre Argentina e Ir�, no Mineir�o, os torcedores que chegavam para a partida pagavam entre R$ 50 e R$ 100 em estacionamentos improvisados. O frentista Marcos Pereira, de 48 anos, cobrava R$ 100 para guardar carros numa oficina. Do total faturado, metade ia para o caixa do estabelecimento e a outra metade ficava com o frentista, que contava o dinheiro satisfeito. “A gente traz o pessoal para o estacionamento porque � mais seguro, mas s� ganha uma gorjetinha”, disfar�ava.
O m�dico argentino Jorge Far�as, de 54, veio a BH com o colega Rodolfo Limansky e os adolescentes Tom�s e Joaqu�n Ares, de 14. Ele pagou R$ 100 a Marcos e avaliou que o pre�o do estacionamento estava “car�ssimo”. Ainda assim, em nome da seguran�a, resolveu pagar. “Como temos d�vidas, � o melhor a ser feito. Pagamos caro, mas pelo menos teremos tranquilidade”, disse, enquanto seguia a p� para o Mineir�o. Eli Ricardo, de 39, dono da oficina que, nos dias de jogo, vira estacionamento improvisado, n�o tem do que se queixar. “Aqui cabem 120 carros e estamos faturando R$ 6 mil por jogo”, comemora. Ele explica que os motoristas que chegam sozinhos � oficina mec�nica pagam R$ 50, mas os que aparecem gra�as aos atravessadores pagam R$ 100.
Al�m disso, de acordo com moradores locais, os pre�os variam para cima conforme se aproxima o hor�rio dos jogos. “Estou aproveitando a oportunidade. As ruas est�o muito cheias e surgiu essa demanda. O que eu mais queria � que tivesse Copa todo ano, porque no entorno do Mineir�o n�o tem lugar para estacionar e a sa�da de quem vem de carro � parar por aqui”, disse.
Al�m das oficinas e lava a jatos, at� as igrejas faturam gra�as ao futebol. Numa igreja da regi�o, o estacionamento � R$ 50 e havia lugar para 20 carros ontem antes do jogo. Um funcion�rio disse que, at� o in�cio da Copa, os pastores nunca haviam cobrado pelo estacionamento, mas com o Mundial tudo mudou.
LUCRO
Numa avenida pr�xima, a auxiliar de servi�os gerais Maria Aparecida Marcelina, de 42, moradora do Beco dos Evang�licos, no Bairro Aeroporto, preparou um tropeiro de dar �gua na boca para vender aos torcedores que se encaminhavam ao Mineir�o. Ao todo, ela gastou cerca de R$ 200 em ingredientes, sem contar as quatro caixas de cerveja e outras quatro de refrigerantes. Seu objetivo era faturar R$ 1 mil em dia de partida no Mineir�o. “� a primeira vez que tento vender tropeiro na rua. Com o dinheiro, pretendo pagar minhas d�vidas com o cart�o de cr�dito. Meus parentes est�o ajudando e vamos dividir o lucro”, explicou.