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Estado de Minas

BH tem desafios para receber turistas na semifinal da Copa

Depois de se tornar destaque internacional pela alegria expressa nas comemora��es, a boa recep��o aos turistas e a gastronomia, capital quer manter sucesso at� jogo do dia 8


postado em 30/06/2014 00:12 / atualizado em 30/06/2014 07:07

Gustavo Werneck

Encerradas as duas primeiras fases do Mundial, cidade perde a movimentação de turistas. Expectativas agora se voltam para a partida decisiva da semifinal, semana que vem(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Encerradas as duas primeiras fases do Mundial, cidade perde a movimenta��o de turistas. Expectativas agora se voltam para a partida decisiva da semifinal, semana que vem (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)

Come�ou o segundo tempo da Copa do Mundo em Belo Horizonte. Depois de mais de duas semanas de jogos, gritos de gol em todos os cantos, circula��o de turistas de mais de 40 pa�ses e festa de estrangeiros e brasileiros na Savassi, na Regi�o Centro-Sul, a cidade tem pela frente, ao que tudo indica, nove dias menos efervescentes at� a semifinal do dia 8, que pode trazer de novo a Sele��o Brasileira ao Mineir�o. Ontem, na manh� seguinte � vit�ria do Brasil sobre o Chile e classifica��o para as quartas, era poss�vel ver na porta dos hot�is grupos de turistas embarcando em vans e t�xis com destino ao aeroporto de Confins.

E mesmo com o cora��o partido pela derrota, o chileno Enrique Carrasco, professor de matem�tica, partiu j� com vontade de retornar e conhecer mais de BH. “Foi um jogo forte, todos lutaram em campo. Fiquei cinco dias em Belo Horizonte e s� vim ao Brasil para esta partida de grande emo��o”, contou Enrique, enquanto brincava na porta do hotel, no Bairro Mangabeiras, com o pequeno Diego Isla, de 2 anos, filho de uma amiga. “Quero voltar para conhecer outros lugares, pois s� visitei mesmo a Pampulha. Vi Belo Horizonte como uma capital com grandes desigualdades sociais. Quero conhecer as favelas, ver a vida do povo no dia a dia”, revelou.

“A expectativa agora � o jogo da semifinal”, diz o secret�rio de Estado de Turismo e Esporte, Tiago Lacerda. E ele tem raz�o para esperar mais turistas. De acordo com estimativas do Minist�rio do Turismo, dever�o passar por Belo Horizonte, at� o fim do torneio, em torno de 140 mil estrangeiros e 300 mil brasileiros. “O planejamento para receber o Mundial foi positivo, tivemos boa promo��o internacional e a estrutura correspondeu � demanda. Com o torneio, BH  tem �timo curr�culo para receber eventos internacionais e se posicionou estrategicamente no mercado internacional”, afirmou o secret�rio, destacando a presen�a em BH de colombianos, argentinos e chilenos, al�m de argelinos e ingleses.

“A capital se mostrou acolhedora e a Savassi firmou seu nome no mundo como ponto de divers�o e gastronomia, com restaurantes e bares ideais para se assistir aos jogos”, garantiu o secret�rio, certo de que a semifinal no Mineir�o ser� uma partida “grandiosa”, n�o se sabendo ainda se o Brasil poder� jogar novamente aqui. “Sessenta por cento dos ingressos para esse jogo foram vendidos para estrangeiros”, acrescentou, embora sem prever como ser�o os pr�ximos dias com a debandada dos torcedores.

DE OLHO NO FUTURO “De todo jeito, j� estamos pensando nas Olimp�adas de 2016, no Rio de Janeiro (RJ), mas com jogos de futebol masculino e feminino no Mineir�o – as partidas ser�o tamb�m em Salvador (BA), Bras�lia (DF) e S�o Paulo (SP) – e treinamento da equipe brit�nica no Minas T�nis Clube, em BH, que recebeu a visita do pr�ncipe Harry na semana passada. “O que temos de mais importante a fazer � agradecer a hospitalidade dos mineiros”, disse o secret�rio.

Neste per�odo de entressafra at� a semifinal, os hot�is j� registram queda na ocupa��o. O Quality Hotel Afonso Pena, no Bairro da Serra, na Regi�o Centro-Sul, chegou a alcan�ar entre 90% e 100% de sua capacidade durante a Copa e agora est� na faixa de 60%, informa o gerente de vendas Carlos Eduardo Gomes. “Em BH, essa quest�o � muito sazonal, fica entre 75% e 80%, mas durante a Copa foi �timo.” No Holliday Inn, na Rua Professsor Morais, no Bairro Funcion�rios, o gerente Gabriel Nogueira informa que o hotel estar� cheio at� o fim de agosto, tendo em vista di�rias de empresas confirmadas.

Desde o dia 12, quando come�ou o campeonato, Belo Horizonte viveu um per�odo de ebuli��o. No momento, de acordo com o Minist�rio do Turismo, via assessoria de imprensa, pesquisadores est�o em campo levantando informa��es de n�mero, perfil do turista e outros dados. A previs�o � de que as informa��es sejam divulgadas em duas semanas. A Belotur, por sua vez, mant�m equipes nas ruas de BH para obter outros dados, como proced�ncia, avalia��o sobre a infraestrutura na cidade etc.

A Savassi na ordem do dia

“As pr�ximas duas semanas nos preocupam um pouco, pois as partidas ter�o um intervalo maior e os estrangeiros come�am a votar para casa. Pode ser que a Savassi fique mais parada”, diz o diretor da C�mara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH) Conselho da Savassi, Alessandro Runcini. Levantamento feito nos �ltimos dias, na regi�o, mostrou que de 11 propriet�rios de bares e restaurantes, oito informaram que o faturamento quadruplicou durante o Mundial.

Para Runcini, t�o importante quanto o faturamento � o fortalecimento da Savassi. “Os estrangeiros v�o sair daqui falando tr�s palavras: futebol, cerveja e Savassi. O nome Savassi ganha o mundo. Na sexta-feira, fiquei feliz ao ver, num telejornal, turistas dizendo que o melhor lugar do pa�s para assistir aos jogos neste ponto nobre de BH. Na verdade, trata-se de um cart�o-postal, onde n�o houve viol�ncia”, afirma o diretor da CDL-BH. O jornal franc�s Le Monde tamb�m abriu espa�o para falar de BH, “um roteiro fora da trilha tur�stica mais conhecida, que inclui Rio de Janeiro (RJ), S�o Paulo (SP), Manaus (AM), Fortaleza (CE) e Recife (PE)”. O rep�rter descobriu o Mercado Central, a Serra do Curral, a Rua do Amendoim, no Bairro Mangabeiras e outros pontos da capital.

TEMPO DE REFLEX�O O presidente da Empresa de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), Mauro Werkema, faz uma avalia��o positiva das duas primeiras semanas de Copa do Mundo e destaca que “este per�odo de agora, com menos jogos, permite uma reflex�o”. O mais importante para uma cidade tur�stica, explica, � a sustentabilidade dos setores de gastronomia, ag�ncia de viagens, aparelhamento de receptivos e outros. “Temos 30 novos hot�is em opera��o, sendo seis de redes internacionais. Nos per�odos de grandes jogos no Mineir�o, a ocupa��o de 28% deles chegou a 92% e, em outros, 100%. � fundamental, portanto, manter os eventos”, afirmou.

Reflexos positivos no interior

Ainda com muita bola para rolar entre as quatro linhas, a Copa’2014 marca gols de placa no setor de turismo em Minas. Na capital e muitas cidades de relev�ncia hist�rica do interior, donos de restaurantes, bares, hot�is e pousadas comemoram o bom movimento de brasileiros e estrangeiros nas duas �ltimas semanas e confiam em novos tempos. “O Mundial est� sendo uma surpresa para n�s. Fizemos campanha para atrair os belo-horizontinos que queriam fugir da capital devido a poss�veis problemas de mobilidade e manifesta��es nas ruas. Em resposta, recebemos n�o s� esse p�blico como tamb�m visitantes de v�rios pa�ses”, diz o especialista em turismo Ubiraney de Figueiredo Silva, presidente do Circuito do Ouro, que congrega 16 munic�pios surgidos nos tempos coloniais. Para turbinar o setor, ser�o lan�ados novos roteiros para seduzir viajantes de todos os cantos.

“A Copa realmente embalou e aqueceu os neg�cios. Dessa forma, mesmo com menos jogos at� o dia 13 – mais de 75% da tabela foi cumprida –, estamos pensando nas Olimp�adas de 2016, no Rio de Janeiro, de forma a atrair estrangeiros.

O mais interessante � que pousadas de Itabirito, na Regi�o Central, a 55 quil�metros da capital, receberam torcedores belgas, ingleses, colombianos e costarriquenhos”, afirma Ubiraney, especialista em turismo. “Podemos dizer que, at� agora, houve crescimento de 15% nas vendas no com�rcio”, afirma com satisfa��o. Estabelecimentos tradicionais, a exemplo da Mercearia Paraopeba, na mesma cidade, com doces, utens�lios dom�sticos e artesanato, encantaram os gringos.

Na opini�o do presidente do Circuito do Ouro, o torneio vai deixar um legado positivo no fluxo do turismo. “Muita gente prometeu voltar a Minas, por isso temos que manter acesa a chama em campanhas publicit�rias. Os europeus, de forma especial, t�m um olhar diferenciado, gostam de ter uma ‘viv�ncia’ nos lugares”, adianta Ubiraney. O Circuito do Ouro congrega Ouro Preto, Mariana, Congonhas, Itabirito, Ouro Branco, Nova Lima, Raposos, Rio Acima, Sabar�, Caet�, Itabirito, Santa B�rbara, Bar�o de Cocais, Catas Altas, Piranga e Nova Era.

Enquanto isso...
... Depois da festa, a limpeza



Depois da festa que reuniu uma multid�o verde e amarela para comemorar a vit�ria do Brasil sobre o Chile, um outro time tomou conta das ruas e avenidas da Savassi, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte. Para limpar a sujeira deixada pelos torcedores, 130 garis arrega�aram as mangas por cerca de 10 horas. Os trabalhos come�aram �s 2h e se estenderam at� por volta das 12h. A primeira a��o foi lavar as vias, com o aux�lio de um caminh�o-pipa, para tirar o cheiro forte de cerveja e urina. De acordo com o gerente de limpeza urbana da Regional Centro-Sul, Denilson Pereira, 220 mil litros d’�gua foram usados para lavar a Savassi, al�m de 300 litros de desinfetante e 160 quilos de sab�o em p�. Foram recolhidas 14 toneladas de garrafas, latas, copos descart�veis, pap�is e papel�es. A varri��o come�ou �s 4h e, por volta das 8h30, os garis j� haviam dado conta de praticamente todo o servi�o.


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