
Um dos homens suspeitos da morte do funcion�rio p�blico Vicente de Paula, 58 anos, em 28 de mar�o deste ano no Bairro Conc�rdia, Regi�o Nordeste de Belo Horizonte, deixou a cadeia oito dias depois de ser preso. Maur�cio Giorni, de 59 anos, � apontado pela Pol�cia Civil como o amante da ex-mulher da v�tima, a cuidadora de idosos Marcilene Isabel da Silveira, de 49 anos. As investiga��es apontam que os dois planejaram o crime e contrataram um outro comparsa para a execu��o.
De acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), Giorni deixou o Centro de Remanejamento Prisional (Ceresp) Gameleira na madrugada desta quarta-feira. Ele foi solto depois que a Justi�a emitiu uma alvar� de soltura. O Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG) n�o conseguiu informar quais os argumentos utilizados pelos advogados de defesa para conseguir o documento.
Os outros envolvidos no crime continuam presos. Marcilene segue no Ceresp Centro-Sul onde est� desde dois de junho. J� Francisco de Assis Mendes Vieira, apontado como o assassino do funcion�rio p�blico, est� no Ceresp Gameleira.
De acordo com a pol�cia, Marcilene planejou a morte do marido. Ela j� estava envolvida em um caso extra-conjugal com o caminhoneiro Maur�cio, desde dezembro de 2013. Para motivar Maur�cio a apoi�-la no crime, a mulher dizia que apanhava frequentemente da v�tima. A mentira tamb�m era contada a vizinhos e pessoas pr�ximas, na tentativa de construir uma imagem ruim de Vicente.
No entanto, os pr�prios filhos de Marcilene, fruto de um primeiro casamento, desmentiam a m�e contando � vizinhan�a que Vicente era um excelente padrasto e marido. O funcion�rio p�blico tinha uma situa��o financeira est�vel com duas casas – uma na capital e outra em Divin�polis – al�m da aposentadoria. A pol�cia acusa Marcilene de programar o crime para ficar com a heran�a do marido.
O casal estava em processo de separa��o, apesar de Vicente n�o aceitar ficar longe de Marcilene. Ela j� havia deixado a casa do Bairro Conc�rdia e assumido a rela��o com Maur�cio. No dia do crime, a mulher ligou para Vicente dizendo que gostaria de conversar com ele em uma pra�a, perto da casa da v�tima. O funcion�rio p�blico foi at� o local marcado para encontrar a ex.
Na ocasi�o, Maur�cio e Francisco estavam de tocaia e o crime foi previamente combinado. O amante daria apoio e o executor contratado mataria Vicente. No entanto, enquanto o casal conversava, o pr�prio Maur�cio atacou o funcion�rio p�blico pelas costas usando uma ferramenta para dar tr�s golpes na nuca. Na tentativa de atrapalhar as apura��es futuras da pol�cia, Francisco colocou uma bucha de maconha ao lado do corpo de Vicente, material que foi apreendido pelos investigadores no local do crime.
Logo depois da morte, Marcilene foi para casa alegando que ela e Vicente haviam sido v�timas de um assalto. A mulher sequer tratou de acompanhar o recolhimento do corpo, procedimento que ficou por conta dos enteados da v�tima. A filha de Marcilene desconfiou da vers�o de assalto da m�e, porque encontrou a bolsa intacta, com todos os cart�es de cr�dito em casa. A jovem ainda levou em conta que Marcilene j� havia tentando matar Vicente dando calmantes em excesso para o companheiro.
Em poucos dias, Marcilene colocou o amante para morar na casa do Conc�rdia e fez um seguro para o caminhoneiro. A pol�cia iniciou as investiga��es sobre o crime com base, principalmente, em imagens de circuito de seguran�a que registraram a movimenta��o de Vicente na pra�a. No local do crime, foram vistos os tr�s suspeitos.
Marcilene foi presa em dois de junho e os outros dois envolvidos no dia 25 do mesmo m�s em cumprimento de mandado de pris�o. Inicialmente, negaram o crime, mas logo depois confessaram o plano da morte de Vicente.
A mulher n�o tinha passagens pela pol�cia, assim como o amante. Somente Francisco tinha ficha criminal. Ele disse � pol�cia que receberia pelo assassinato, mas acabou n�o executando o crime.