
Manifestantes de 13 ocupa��es fecharam ontem a Avenida Afonso Pena, em frente � Prefeitura de Belo Horizonte, e entraram nos pr�dios da Advocacia Geral do Estado (AGE), na Rua Esp�rito Santo, e da Companhia Urbanizadora de BH, na Contorno. O tr�nsito na Regi�o Central ficou parado e o engarrafamento se estendeu pelo entorno da rodovi�ria, Barro Preto, Regi�o Hospitalar e Savassi.
Eles chegaram de manh� em �nibus vindos das ocupa��es Dandara, Eliana Silva, Rosa Le�o, Esperan�a, Vit�ria, Zilah Sp�sito, Cafezal, Nelson Mandela, Camilo Torres, Irm� Dorothy e Jardim Gets�mani, Guarani Kaiow�, de Contagem, e Tom�s Baldu�no, de Ribeir�o das Neves. Na Afonso Pena, colocaram barracas e acamparam durante todo o dia com promessa de que estenderiam at� hoje. � noite, apenas uma pista da avenida estava liberada. Nos outros dois pr�dios, a PM n�o permitiu a entrada de almo�o para os manifestantes e teve confus�o. A expectativa tamb�m era de que a ocupa��o continuaria.
Entre as reivindica��es est�o a garantia de que n�o vai haver retirada for�ada das fam�lias e reuni�o com representantes da prefeitura e do governo estadual, al�m de infraestrutura b�sica, como �gua, luz, esgoto, pavimenta��o, atendimento de sa�de e educa��o. A reuni�o foi marcada para o dia 17 com a Secretaria de Estado de Defesa Social. Segundo o frei Gilvander, que representa as ocupa��es, o juiz da primeira vara de Fazenda P�blica prometeu ir at� o pr�dio da Urbel hoje para ouvir os manifestantes. S� depois, segundo ele, vai avaliar o pedido de reintegra��o de posse feito pela prefeitura � Justi�a.
Na invas�o ao pr�dio da Urbel estavam 50 crian�as, idosos, gr�vidas e rec�m-nascidos. Por volta das 16h30, um grupo de 20 manifestantes que estava do lado de fora do edif�cio, ent�o cercado por policiais militares, tentou for�ar a entrada a fim de entregar comida �s crian�as, mas foram impedidos. “Teve muita correria e tiros de borracha. Os manifestantes que estavam na marquise come�aram a jogar objetos nos militares. Mais tiros foram disparados”, disse o comerciante Munir Rage, que trabalha em uma galeria do pr�dio. O empres�rio Eug�nio Augusto de Melo, dono de outra loja, ficou assustado. “Alguns moradores das ocupa��es chegaram a arremessar pedras contra os policiais”, contou. Um homem identificado como Jo�o Francisco Seixas foi preso.

CRIAN�AS O comandante do 1º Batalh�o da PM, tenente-coronel Helbert Figueir�, disse que os pais podem ser responsabilizados com base no Estatuto da Crian�a e do Adolescente por levar crian�as � invas�o e que o caso ser� levado ao Minist�rio P�blico. No in�cio da noite, elas come�aram a ser retiradas para jantar. A manifestante Cirineia Alves dos Santos, m�e de tr�s meninas, de 13, 11 e 8 anos, disse que n�o poderia mais continuar na situa��o. “Estou expondo muito minhas filhas. Trabalho, n�o preciso passar por isso. Vou para casa dar comida para elas.”
A Prefeitura de Belo Horizonte informou que, por meio da Procuradoria-Geral do Munic�pio de BH, ajuizou a��o de reintegra��o de posse das �reas p�blicas de sua propriedade que est�o ocupadas. Nas a��es, segundo a PBH, o poder judici�rio concedeu liminar determinando imediata retirada dos ocupantes. “H� muito, o munic�pio aguarda apoio da Pol�cia Militar para cumprir as decis�es, sendo que muitos desses casos j� se encontram com tr�nsito em julgado, ou seja, n�o podem mais ser contestados por recursos.”
“Finalmente, a prefeitura reitera que ocupa��es irregulares de �reas urbanas sem o devido planejamento geram o aumento da demanda por servi�os p�blicos de maneira desorganizada e, do ponto de vista urbano, a aus�ncia de saneamento e infraestrutura pode gerar novas �reas de risco.” O governo do estado tamb�m enviou nota e declarou que a PM est� acompanhando o movimento para manter a ordem e garantir a integridade f�sica dos envolvidos.