
O inqu�rito que investiga a morte da menina Mariana Silva Rabelo de Oliveira, de 8 anos, que teve o cabelo sugado pela tubula��o do tobo�gua de uma das piscinas do Jaragu� Country Club, na Regi�o da Pampulha, em janeiro deste ano, j� est� com a Justi�a. O delegado da 3ª Delegacia de Pol�cia de Venda Nova, Thiago Oliveira Souza Pacheco, concluiu o caso e apontou que houve falha na instala��o do duto de suc��o do escorregador. Tr�s pessoas ligadas � diretoria do clube foram indiciadas por homic�dio com dolo eventual – quando o agente n�o quer o resultado, mas assume o risco do mesmo. Eles v�o responder em liberdade.
O afogamento aconteceu em 3 de janeiro. De acordo com testemunhas, Mariana brincava no tobo�gua quando escorregou e foi sugada pelo ralo da piscina, que � a entrada do duto. O cabelo da garota ficou preso na tubula��o, o que a deixou submersa por v�rios minutos at� a chegada do socorro. Um tio da garota contou que ela foi reanimada por m�dicos do Samu, depois de uma parada card�aca de quase 20 minutos, e encaminhada para o Hospital Odilon Behrens. A crian�a permaneceu internada por cerca de 12 horas no Centro de Terapia Intensiva (CTI) da unidade e morreu no fim da madrugada do dia seguinte.
No inqu�rito, de 300 p�ginas, foram ouvidas aproximadamente 35 pessoas. Por�m, o laudo pericial feito por engenheiros do Instituto de Criminal�stica da Pol�cia Civil foi primordial para a conclus�o do caso. O principal erro, segundo as investiga��es, foi na mudan�a do tubo de suc��o do tobo�gua, por isso o indiciamento por homic�dio por dolo eventual. “Em 2011 aconteceu uma obra no clube que alterou a suc��o do tobo�gua da piscina. Eles rebaixaram o tubo na piscina e a bomba foi afastada. Com esse rebaixamento, a press�o ficou ainda mais violenta. Em contato diretamente com as crian�as, provocou a morte da menina”, explica o delegado.
A obra foi feita pelo engenheiro �ngelo Coelho Neto, na �poca diretor de sede do clube. Ele foi ouvido durante as investiga��es, mas n�o quis se manifestar quando foi solicitado novamente para comparecer � delegacia. “Ele tocou a obra pessoalmente. Solicitamos os projetos e documentos e nada nos foi trazido pelo Jaragu�. Ent�o, n�o temos muitas informa��es sobre a obra", conta o delegado. Ainda segundo Pacheco, o diretor chegou a ser ouvido no in�cio das investiga��es e no decorrrer dos trabalhos foi intimado para responder a novas perguntas, mas se reservou o direito de ficar calado.
O engenheiro foi um dos indiciados. Al�m dele, segundo a pol�cia, v�o responder pelo crime Felisberto Carvalho G�es Neto, presidente do clube na �poca da morte,, respons�vel por autorizar a obra, e o atual presidente, Marco Ant�nio de P�dua Faria. No inqu�rito, o delegado n�o pediu a pris�o dos acusados.
Tobo�gua segue interditado
A piscina do clube j� � usada pelos s�cios e visitantes. Por�m, o tobo�gua segue interditado. “Est� fechado at� hoje para que, caso haja um pedido do Minist�rio P�blico, podemos fazer uma nova per�cia ou investiga��o no local. O clube tamb�m pode fazer uma per�cia paralela, por isso a necessidade de preserv�-lo”, diz o delegado.
O inqu�rito demorou mais de seis meses para ser conclu�do por causa da complexidade das investiga��es. “A dificuldade maior foi a per�cia. Foi um laudo que exigiu trocas de informa��es, at� com profissionais de outros estados e muito estudo. Foi um inqu�rito baseado muito em provas t�cnicas”, afirma Thiago Pacheco.
A diretoria do Clube informou que s� vai se pronunciar sobre o caso quando for notificada oficialmente sobre a conclus�o do inqu�rito