O j�ri popular inocentou os irm�os Robert Balbino Leonardi, o “Betinho”, e o ex-policial Rodney Balbino Leonardi, o “Robocop", acusados de integrar um grupo de exterm�nio que matou 21 pessoas entre 2004 e 2009 em S�o Jos� da Lapa e Vespasiano, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Eles foram julgados nesta ter�a-feira por duas tentativas de homic�dio. Os jurados consideraram a negativa de autoria. O promotor Herman Lott, que representa o Minist�rio P�blico no caso, recorreu da senten�a.
O Conselho de Senten�a, formado por quatro mulheres e tr�s homens, n�o apontou participa��o dos dois r�us no crime. Por causa disso, os irm�os foram inocentados pelas duas tentativas de homic�dio. O juiz determinou a expedi��o de alvar� de soltura para eles, caso n�o estejam presos por outros crimes.
Segundo o Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG), Rodney Leonardi tamb�m vai seguir preso, pois j� foi condenado por outro crime.
Depoimentos
A sess�o do j�ri foi aberta pelo juiz Glauco Eduardo Soares �s 10h20 e durou aproximadamente nove horas. Duas testemunhas foram ouvidas na audi�ncia, sendo uma de acusa��o e uma de defesa. A testemunha de acusa��o � uma das v�timas dos disparos, que pediu a sa�da dos r�us do sal�o do j�ri para depor. O homem confirmou que os irm�os s�o os autores dos disparos contra ele. Disse que os acusados tinham envolvimento com o tr�fico e deu detalhes sobre o dia do crime.
Segundo o depoente, Robert disparou v�rias vezes contra ele a caminho de uma festa. Os motivos dos tiros seriam desaven�as entre a testemunha e os irm�os Robert e Rodney. Houve troca de tiros entre os acusados e um dos alvos da tentativa de homic�dio, que estava armado porque trabalhava como vigia. O depoente admitiu ser usu�rio de drogas, mas disse que na noite do crime n�o estava drogado. Ele foi ouvido por mais de uma hora e meia.
A segunda testemunha falou em defesa do r�u Rodney e come�ou a ser ouvida �s 11h57. O homem apenas contou que um dos baleados estava "doid�o" no dia do crime.
Em depoimento, os dois r�us afirmaram que n�o tiveram nenhuma participa��o nos crimes. Rodney disse que � conhecido como Robocop por ter uma vida policial de intenso combate ao crime, digna do personagem do filme que leva o mesmo nome. Quando questionado sobre o medo que as pessoas t�m dele, disse que era temido por bandidos e n�o por colegas de farda.
O r�u negou envolvimento com tr�fico, dizendo que cinco opera��es policiais foram feitas na sua casa, sem que fosse apreendida qualquer quantidade de drogas. Disse que no dia do crime n�o estava armado, porque estava para se aposentar e havia deixado a arma no batalh�o onde era lotado.
Rodney afirmou no j�ri que era atirador de elite da PM, por isso n�o atiraria no p� ou na panturrilha das v�timas, conforme consta na den�ncia do Minist�rio P�blico. Ele ainda contou que estava em casa no dia das tentativas de homic�dio.
O irm�o dele, Robert, tamb�m negou a den�ncia do MP. Afirmou que estava tomando um caldo na casa da mulher, quando ocorreram os tiros contra as duas v�timas. Robert contou que um dos baleados j� havia sido preso por Rodney em outra oportunidade. O r�u aproveitou para se defender, dizendo que nunca foi preso por tr�fico de drogas e que foi absolvido por outros crimes dos quais foi acusado.