Remo��o das capivaras na Lagoa da Pampulha depende de aval do Ibama

Est� nas m�os do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov�veis (Ibama) o plano de manejo das capivaras que habitam a orla da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte. O �rg�o federal � respons�vel por dar o aval � captura dos animais antes que a empresa Equalis Ambiental, contratada pela Prefeitura de BH para fazer o servi�o, comece os trabalhos. Em maio, os t�cnicos da empresa iniciaram os estudos pr�vios para compor o plano. Com base em observa��es dos bi�logos, a Equalis chegou � conclus�o de que a popula��o dos roedores � de cerca de 100 animais, sendo que � �poca foram observados nove grupos distintos – quatro no Parque Ecol�gico Promotor Francisco Jos� Lins do Rego e o restante espalhado pela lagoa.

Segundo o analista ambiental do N�cleo de Fauna Silvestre do Ibama, Junio Augusto Silva, a proposta foi recebida na semana passada e a an�lise completa deve ser conclu�da nos pr�ximos dias. “Se estiver tudo certo, sem nenhuma pend�ncia, a autoriza��o pode ser emitida ainda na semana que vem. Do contr�rio, o munic�pio ser� oficiado caso seja necess�rio fornecer mais informa��es ou fazer alguma altera��o”, diz Silva, lembrando que normalmente o �rg�o n�o extrapola um prazo de 30 dias para esse tipo de an�lise.

Ele explica ainda que antes do recebimento de algum plano de manejo, o Ibama encaminha ao solicitante um of�cio modelo com as informa��es que normalmente devem ser encaminhadas para an�lise. Entre os itens est�o o levantamento da popula��o, com a quantidade de machos, f�meas, adultos e jovens, o plano de cercamento e prote��o, com detalhes das �reas usadas pelos animais, a proposta de controle da popula��o, os m�todos de controle dos parasitas que atacam as capivaras e tamb�m a forma com que os animais ser�o capturados.

Em maio, quando as observa��es dos h�bitos desses roedores tiveram in�cio, o diretor da Equalis Ambiental, Pablo Pezoa, adiantou que a empresa pretendia usar cevas com cana de a��car e pequenos bretes para atrair as capivaras e depois encaminh�-las aos locais de coleta de material para exame e quarentena. A ideia � levar as sadias para locais definitivos apontados pela prefeitura e sacrificar as doentes com um procedimento que elimina a dor. A estrat�gia, nesse caso, prev� o uso de dardos com anest�sicos e depois uma inje��o letal. A reportagem tentou novamente contato com o diretor Pablo Pezoa, mas ele n�o foi encontrado para comentar o plano de manejo final encaminhado ao Ibama.

FEBRE MACULOSA

J� se passaram 12 meses desde que o vice-prefeito de Belo Horizonte e secret�rio municipal do Meio Ambiente, D�lio Malheiros, anunciou a inten��o da prefeitura em retirar as capivaras da orla da lagoa. Em julho do ano passado, Malheiros apontou a destrui��o dos jardins de Burle Marx como principal motivo, acompanhado da infesta��o dos animais. Apesar da discuss�o em torno do fato de poss�veis casos de febre maculosa terem sido causados pelo carrapato-estrela, que se hospeda nas capivaras, o vice-prefeito sempre negou que os roedores tenham rela��o com a doen�a. Malheiros informou ainda que no fim de 2013 duas aeronaves arremeteram antes de pousar no Aeroporto da Pampulha, pois os pilotos visualizaram animais no leito do C�rrego Pampulha, nas proximidades da pista, e acharam melhor checar que tudo estava bem antes de pousarem.

A empresa escolhida para fazer o trabalho foi contratada em mar�o em regime de urg�ncia sem passar pelos tr�mites normais de licita��o. A prefeitura recebeu or�amentos de v�rias empresas e escolheu aquele que melhor atendia aos interesses da administra��o municipal. O contrato foi assinado no valor de R$ 182 mil em 31 de mar�o, com prazo de 180 dias para conclus�o dos trabalhos a partir da data de publica��o no Di�rio Oficial do Munic�pio (DOM), que aconteceu em 8 de abril. A reportagem solicitou � prefeitura o plano de manejo, mas o documento n�o foi fornecido.