Pedro Rocha Franco

Angola, R�ssia, Egito, I�men, Cro�cia, Espanha, Portugal, Congo, entre outros. Em busca de um emprego no Brasil, m�dicos de 27 nacionalidades participaram do teste de revalida��o de diploma aplicado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A prova de revalida��o � porta para os que desejam exercer a atividade no pa�s. Mas o percentual de aprovados pela institui��o mineira � baixo, inferior a 8% no ano passado.
Ao todo, 867 m�dicos fizeram o exame neste ano, sendo 55% deles brasileiros formados em institui��es estrangeiras e um quarto bolivianos. A maior parte dos diplomas � origin�ria de universidades latinoamericanas. Bol�via, Cuba e Paraguai juntos somam 75% da origem. A ga�cha Riana Vargas formou-se em Cuba h� seis anos. Atualmente, trabalha no programa Mais M�dicos no interior do Rio Grande do Sul. Como o tempo m�ximo de perman�ncia no programa � de tr�s anos, ela tem mais dois anos para conseguir revalidar o diploma. “A prova estava acess�vel, mais pr�tica do que te�rica”, afirma.
Os bolivianos s�o quase un�nimes em afirmar que a prova de sa�de p�blica foi a mais dif�cil entre as cinco tem�ticas aplicadas. Segundo eles, as diferen�as entre o funcionamento do setor no Brasil e na Bol�via � essencial para pontuar na prova. “Tem muita diferen�a em rela��o � nossa realidade”, afirma o boliviano Jose Luis Valverde, que tenta revalidar o diploma em busca de melhores oportunidades econ�micas. Ele tamb�m vai tentar no Chile. Apesar da dificuldade, a aprova��o no programa depende necessariamente do acerto de pelo menos 60% em cada prova (cl�nica m�dica, cirurgia, sa�de p�blica, pediatria e ginecologia obstetr�cia), diferente do que � cobrado no Revalida, aplicado pelo governo federal, que exige 60% de m�dia global.
Nas tr�s �ltimas edi��es do programa, o percentual de aprovados caiu. Em 2011, um quinto dos candidatos conseguia revalidar o diploma. Em 2012, caiu para 17,4%. E no ano passado o �ndice caiu bastante para 7,7%. O exame de 2013 foi o primeiro desde o lan�amento do programa Mais M�dicos, o que fez mais que triplicar o n�mero de candidatos do teste de revalida��o da UFMG.
Perfil
Sobre a dificuldade da prova, o presidente da Comiss�o Permanente de Diploma M�dico Obtido no Estrangeiro (CPRDM) da UFMG, Andr� Luiz dos Santos Cabral, afirma que 80 alunos do 12º per�odo da institui��o de ensino tamb�m far�o o teste para que seja poss�vel medir o que � cobrado. “A nossa prova � balizada com o perfil do estudante da medicina da UFMG”, afirma.
Casado com uma brasileira, o alem�o Michael Thomae, formado em medicina h� tr�s anos e especialista em trauma ortop�dico, tenta revalidar seu diploma para morar com a mulher e a filha no Rio de Janeiro. Mas considerou dif�cil o teste. “N�o acho que um estudante consegue ser aprovado”, diz ele.
