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Estado de Minas

Frio em Minas surpreende at� turistas de cidades com invernos rigorosos

Moradores de Ouro Preto se impressionam com semana de temperaturas baixas e neblina intensa. Clima � atrativo para muitos turistas


postado em 31/07/2014 06:00 / atualizado em 31/07/2014 07:07

Moradores de Lavras Novas encaram neblina de manhã cedo: proteção reforçada(foto: TÚLIO SANTOS/EM/D.A PRESS )
Moradores de Lavras Novas encaram neblina de manh� cedo: prote��o refor�ada (foto: T�LIO SANTOS/EM/D.A PRESS )

Ouro Preto – O tur�stico distrito de Lavras Novas, em Ouro Preto, na Regi�o Central, foi o local escolhido pelo casal Breno Botelho e Adelina de Deus, de Jo�o Monlevade, no Vale do A�o, para passar a lua de mel. Fascinados por natureza e montanhistas por voca��o, eles tiveram um atrativo a mais para curtir os primeiros dias depois do casamento: o frio e a intensa neblina que, desde o fim de semana, dominam a paisagem formada pelo casario colonial e matas. “Estamos hospedados num chal� e bem preparados para as baixas temperaturas”, contou o empres�rio Breno, de 35 anos, que, a exemplo da mulher, trouxe na bagagem gorros, casacos e muita disposi��o. Pela manh�, o term�metro marcou 8 graus em Lavras Novas.

Os meteorologistas preveem mais dois dias com baixas temperaturas em Belo Horizonte e no interior. “O fim de semana ser� um pouco quente, com a m�nima entre 14 e 15 graus, mas hoje ainda vai estar na casa de 11 graus”, explicou Ruibran dos Reis, do Climatempo. Para a capital, a previs�o � de que o sol voltar� a firmar s�bado e domingo. “Em agosto, as temperaturas v�o variar e somente no fim do m�s e in�cio de setembro � que ser�o mais elevadas”, disse o meteorologista. A friagem de agora resulta de massa de ar polar que j� est� se dissipando.

Em Lavras Novas, por enquanto, � tempo de luvas, cachecol e at� mantas nas costas, como pode se ver nas ruas. O casal Breno e Adelina pretendia viajar para Machu Picchu, no Peru, mas achou melhor ficar em Minas. Na manh� de ontem, por volta das 8h30, enquanto muita gente dormia imersa numa “bolha de bruma”, o casal fazia a sua caminhada matinal, depois de j� ter comprado sucos e p�o – sempre com gorro � moda dos povos andinos.

Layferson esquenta as mãos:
Layferson esquenta as m�os: "Frio assim, nunca vi", diz ele, que se mudou h� 4 meses (foto: T�LIO SANTOS/EM/D.A PRESS)

No distrito distante 21 quil�metros da Pra�a Tiradentes, em Ouro Preto, n�o h� outro assunto. “Desta vez, o frio veio mais forte. H� muitos anos n�o t�nhamos esse inverno prolongado”, observou o aposentado Carlos Correia Maia, de 67 anos, que foi tropeiro na juventude e mant�m alguns animais na propriedade – burros, mulas e uma �gua. “Sou do tempo em que, para proteger da geada, t�nhamos que p�r a m�o perto do ‘bafo’ do animal para esquentar”, contou. Arrumando tocos de lenha e levando no carrinho de m�o para a cozinha, o aposentado ensina a receita para enfrentar baixas temperaturas: “Muita coberta”.

Os mais jovens seguem esse caminho. �s 6h45, passando em dire��o � Escola Municipal de Lavras Novas, na qual cursa o oitavo per�odo, a adolescente Carolina Kume, de 14 anos, confessou, sorrindo, que dorme com “seis cobertores” nas noites de julho. Protegida pelo casaco com capuz forrado de pele, Carolina revelou que gosta da atual esta��o, pois � boa para o descanso. “Depois da aulas, chego em casa e dou uma dormidinha”, disse a jovem bem-humorada, que caminhava ao lado da amiga Maria Eduarda Azevedo, de 13, aluna do s�timo per�odo. Como Lavras Novas fica numa regi�o serrana, o ar muito frio da madrugada associado � intensa umidade provoca o nevoeiro. “Na verdade, o distrito, nesses dias, ficou dentro de uma nuvem muito baixa”, disse Ruibran.

‘Manto branco’ Eram 6h e o c�u de Lavras Novas ainda estava meio escuro. Com a neblina, a Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, na Pra�a Pedro Fernandes Marins, estava envolta num “manto branco” e dava para notar apenas a silhueta de um ou outro morador seguindo em dire��o ao trabalho. �s 6h20, Robson Gomes Peruce, de 26, casado e pai de um menino de nove, abriu o port�o e acelerou o passo em dire��o � sede do munic�pio, onde trabalha na Universidade federal de Ouro Preto (Ufop). “Nesta friagem, s� mesmo ficando em casa”, resumiu.

At� 8h, eram poucos os moradores e turistas que se arriscavam a p�r os p�s na rua. Na Pousada Carumb�, a recepcionista Elis�ngela Bispo mostrava mesa de caf� pronta � espera dos h�spedes. “O pessoal acorda sempre mais tarde. Ontem (ter�a-feira), tiramos a mesa por volta das 12h30”, contou Elis�ngela.

H� quatro meses em Lavras Novas, o belo-horizontino Layferson Dhiorgi Matarelli, gar�om da Pousada Carumb�,  comenta: “Frio assim, nunca vi”. Com um gorro e protetores nas orelhas, ele aproveitou o calor do fog�o a lenha, na sala, para esquentar as m�os. Certo de que o frio � chamariz, o dono do restaurante Vista Real, Paulo Magalh�es, oferece um card�pio de dar �gua na boca: carne de panela, l�ngua ao molho de vinho, moela e outros acepipes.

Tomando caf� numa padaria, o pedreiro Fernando Alves de Azevedo, de 42, nascido e criado em Lavras Novas, brincou sobre o fen�meno. “Neblina � chuva de molhar bobo. O sol at� queria sair, mas ficou sem for�a.” Ele e outros moradores est�o impressionados com a dura��o do nevoeiro, que tem se prolongado de manh� at� a noite. “A gente abre a janela e at� a cadeira da sala est� molhada pela umidade.”

Enquanto isso...

...bh tem menor temperatura

Belo Horizonte registrou nessa quarta-feira temperatura de 9,8 graus no Bairro Mangabeiras, na Regi�o Centro-Sul, a menor em 2014. O frio tamb�m foi recorde no estado: 2,4 graus no distrito de Monte Verde, em Camanducaia, na Regi�o Sul de Minas. As medi��es foram feitas por esta��es meteorol�gicas �s 7h. Segundo o meteorologista Davan Diniz, do Tempo Clima PUC Minas, a sensa��o t�rmica no Mangabeiras, em BH, chegou perto de 6 graus por causa do vento.

 


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