Moradores das comunidades Rosa Le�o, Esperan�a e Vit�ria fizeram neste domingo uma barricada que obstruiu um dos acessos � regi�o. O representante das Brigadas Populares, Rafael Bittencourt, informou que uma viatura da Pol�cia Militar desobstruiu a via, o que atraiu a aten��o dos moradores. Segundo o representante, os policiais teriam disparado tiros para cima e a popula��o respondeu lan�ando paus e pedras. O confronto teria durado cerca de 20 minutos.
A Pol�cia Militar de Minas Gerais divulgou nota nesta tarde informando que “integrantes da invas�o na regi�o do Isidoro, na Zona Norte de Belo Horizonte obstru�ram as vias de acesso com pneus e entulhos, neste domingo. Os moradores, que utilizam as vias de acesso, acionaram a Pol�cia Militar para restabelecer o acesso, a qual, mesmo tendo sido recebida por pedradas e tiro, conseguiu desocupar as vias, n�o se fazendo necess�ria a perman�ncia no local”.
N�o houve feridos e a situa��o, neste momento, voltou � tranquilidade, de acordo com informa��es tanto das Brigadas Populares quanto da Pol�cia Militar.
Reintegra��o de posse prevista para esta segunda-feira
O coronel Ricardo Garcia Machado, do Comando de Policiamento Especializado (CPE), informou aos moradores, em reuni�o na tarde da �ltima quinta-feira (7), que a pol�cia est� em plenas condi��es t�cnicas para iniciar a retirada das fam�lias.
Segundo major Gilmar Luciano, da assessoria de imprensa da PM, o informativo do coronel cumpre o �ltimo protocolo legal para realiza��o do despejo. De acordo com ele, a reuni�o foi para “dar ci�ncia �s partes interessadas”. Conforme o Estado de Minas adiantou na quarta-feira, estar�o envolvidos militares da 1ª Regi�o da PM e CPE.
Al�m deles, tamb�m foram convocados policiais da 3ª Regi�o da PM. Em nota, a corpora��o disse ainda que "as a��es ser�o levadas a efeito, na sua plenitude, a partir do dia 11 de agosto de 2014".
O efetivo entrar� na �rea ocupada pelas comunidades Rosa Le�o, Esperan�a e Vit�ria. Al�m da PM, v�o participar da opera��o 120 assistentes sociais da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), bombeiros, policiais civis e representantes do Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG).
O representante das Brigadas Populares, Rafael Bittencourt, disse que a PM continua com o posicionamento somente de informar e n�o abriu di�logo com os moradores. Para ele, o maior problema � que a pol�cia disse que as pessoas ser�o levadas para abrigos, apoiados pela prefeitura, mas n�o informaram onde s�o esses abrigos e nem se est�o preparados para receber todas as fam�lia. Com base em cadastro da prefeitura, a PM calcula que 2,5 mil fam�lias devem deixar a Granja Werneck, mas moradores declaram que j� s�o mais de 8 mil fam�lias.
A reintegra��o de posse � determinada pela Justi�a por meio de liminar. As comunidades est�o instaladas em parte de uma �rea de mais de 3 milh�es de metros quadrados. No caso da Ocupa��o Vit�ria, a perman�ncia de fam�lias tem impedido a implanta��o de empreendimentos do programa federal Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, capaz de abrigar 13,2 mil fam�lias de baixa renda em Belo Horizonte. O projeto pretende diminuir o d�ficit de 62,5 mil moradias dessa faixa na capital mineira.
Em nota divulgada, as Brigadas Populares afirmam:"Um despejo de tamanha envergadura n�o deve ser realizado sem que as possibilidades de concilia��o tenham sido esgotadas e sem que se apresente uma alternativa de moradia digna para as fam�lias, conforme previsto nos acordos internacionais dos quais o Brasil � signat�rio e no Estatuto das Cidades. O massacre est� anunciado! Clamamos �s organiza��es da sociedade civil, os poderes p�blicos, entidades de direitos humanos e pol�ticos comprometidos com as causas sociais a apoiarem as ocupa��es do Isidoro, denunciando a quest�o em todos os espa�os poss�veis, acionando contatos e inst�ncias jur�dicas nacionais e internacionais.
O comunicado diz ainda: “Diante desse grave conflito instalado conclamamos toda a sociedade brasileira e os seus setores sociais engajados na luta por uma sociedade mais justa e fraterna a unirem for�as em torno de uma solu��o pac�fica e negociada que respeite o direito � moradia e � cidade, bem como a dignidade da pessoa humana, das milhares de fam�lias que estabeleceram ali suas casas e projetaram ali seus sonhos de uma nova cidade.”
