Pedro Ferreira

Os baixos �ndices de umidade relativa do ar p�em Belo Horizonte em alerta. A situa��o j� � considerada critica quando a taxa � inferior a 30%, mas desde segunda-feira est� abaixo dos 18%. No domingo, a umidade relativa do ar foi a menor do ano j� registrada na capital, de 12%, por quatro horas seguidas, sem nenhuma varia��o, o que � at�pico, segundo especialistas. Na segunda-feira, o �ndice aumentou para 17%. Ontem, chegou a 18%, �s 15h e 16h. A Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) recomenda evitar atividades f�sicas sob o sol entre 12h e 17h. A Guarda Municipal suspendeu os exerc�cios f�sicos que s�o feitos durante uma hora por dia pelos seus agentes.
O vapor d’�gua existente na atmosfera � consumido pela ar seco e a baixa umidade do ar pode causar problemas respirat�rios, principalmente para as crian�as. O desconforto � maior para quem trabalha exposto ao sol, mas nem todo mundo pode parar. �s 15h de ontem, a uma temperatura de 31,3 graus, o pedreiro Odilon Pereira, de 39 anos, trabalhava normalmente em uma obra de concretagem da rodovia MG-010, em frente � Cidade Administrativa, na Regi�o Norte de Belo Horizonte. “O calor sobe do asfalto e eu sinto muito cansa�o. Minha garganta est� seca e tenho dificuldade para respirar”, disse Odilon, que toma �gua a cada duas horas, por recomenda��o da empresa.
Al�m da baixa umidade do ar e do sol forte, Odilon ainda convive com a fuma�a e o barulho dos carros. “Trabalho na obra h� tr�s meses, das 7h �s 17h, e nunca me senti t�o mal como agora. Meu intervalo de almo�o � das 12h �s 13h. � quando saio correndo procurando uma sombra”, contou. J� o carteiro Rog�rio Alves, de 32 anos, andou 10 quil�metros ontem, entregando correspond�ncia nos bairros Fern�o Dias e Dom Joaquim, na Regi�o Nordeste. Ele tamb�m reclamava de ressecamento das vias respirat�rias e de ferimentos nos l�bios. “Estou com feridas at� no nariz. � muito calor e poeira”, disse o carteiro, que recebe protetor solar dos Correios e sempre carrega uma garrafa com �gua. “Quando acaba a �gua, pe�o algu�m encher de novo”, afirmou.
Massa de ar seco
Segundo a gerente de gest�o de riscos naturais da Comdec, Cristina Louren�o, uma massa de ar seco que est� sobre a Regi�o Sudeste do pa�s ganhou for�a a partir do �ltimo s�bado, deixando o tempo mais seco e a umidade do ar ainda mais baixa. Somente a partir de amanh� � que o tempo come�a a melhorar, com a chegada de uma massa de ar frio que passa pelo litoral do Rio de Janeiro. Cristina Louren�o explica que a umidade relativa do ar inferior a 60% come�a a causar desconforto e que � motivo de alerta ao atingir 30%. “De domingo para c�, j� estamos abaixo de 20%”, disse Cristina.
Segundo ela, h� uma recomenda��o geral que a Defesa Civil para suspender atividades f�sicas quando a umidade � inferior a 20%, mas fica a cargo de cada escola suspender ou n�o as aulas. A orienta��o dela � que as pessoas bebam muita �gua, mesmo quando n�o sentirem sede, usar roupas leves, evitar exposi��o ao sol e preferir a alimentos leves, como saladas.
Aulas mantidas A Secretaria de Estado de Educa��o informou que uma eventual suspens�o de aulas por causa da baixa umidade do ar s� ocorre se houver uma chamada urgente da Defesa Civil. Segundo a secretaria, professores e funcion�rios das escolas orientam os alunos a beber �gua e a evitar atividades f�sicas sob o sol. Segundo a Secretaria Municipal de Educa��o e o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep), n�o h� ainda recomenda��o para suspens�o de aula por causa do clima seco. “Vai pelo bom senso de casa escola instalar umidicadores de ar”, informou o Sinep.
A pediatra Helena Maciel, diretora do Hospital Infantil Jo�o Paulo II, disse que as crian�as t�m mais rea��es nas vias a�reas e podem ter tosse, ressecamento do nariz, conjuntivite nos olhos por causa da secura do ar. Crian�as em idade escolar, que correm muito durante o recreio, podem ficar desidratadas, passar mal e at� desmaiar com a perda de l�quido provocada pelo tempo seco.