Chacina espalha medo em bairro de Bicas; pol�cia procura suspeitos

Tens�o que paira sobre o Bairro Campo do Al�m, em S�o Joaquim de Bicas, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, devido a crimes violentos motivados pela guerra do tr�fico de drogas, se agravou ap�s a chacina de quatro pessoas, no fim da noite de anteontem. No bairro, o clima era de muito medo. Os irm�os Ronivon Borges da Silva, de 22 anos, e Jagner Borges da Silva, de 21, estavam com os amigos Paulo Raimundo Couto, 43, e William Ribeiro Lopes, 25, num Fiat Uno vermelho, quando foram cercados na Rua Itajub� por dois criminosos da regi�o. Com uma escopeta calibre 12 e pistolas semiautom�ticas, a dupla fez mais de 30 disparos contra os quatro.

O pedreiro D.N.S., de 42 anos, pai de Ronivon e Jagner, foi o primeiro a chegar na crime. Ele tinha o objetivo de evitar os assassinatos. Ele recebeu um telefonema do filho mais jovem e ouviu Jagner repetir v�rias vezes os nomes dos autores e s�plicas para n�o deix�-lo morrer. “Meus filhos tinham acabado de sair de casa quando aconteceu a trag�dia. Eles disseram que iriam � farm�cia e os amigos foram busc�-los. Poucos metros � frente o carro que eles estavam foi cercado. L� de casa eu podia ouvir os tiros. Foram v�rios”, contou o pedreiro D.N.S., 42.

Segundo o homem, enquanto ele ouvia os disparos, seu celular tocou. Era Jagner. Assim que atendeu, o pedreiro ouviu o filho dizer: “Pai, socorre a gente, que o Gilberto e o Cleitinho est�o nos matando”. Sem nem pensar no risco de tamb�m ser morto, o pedreiro pegou o carro e correu para o local onde os filhos e os amigos estavam. Ele chegou quando os �ltimos tiros eram disparos. Ainda conseguiu ver a sombra de dois homens fugindo a p�. Os autores, que j� foram identificados, continuavam foragidos at� o fechamento desta edi��o. A dupla seria um dos l�deres do tr�fico de drogas da regi�o e temidos pela popula��o. A pol�cia est� � procura de Gilberto Vasconcelos de Miranda, 29 anos, e Cleiton Vasconcelos de Carvalho.

CENA DE HORROR

A cena que encontrou, de acordo com D., foi a pior que ele viu em toda a sua vida. No local, estavam Paulo, que era quem dirigia o Uno; Willian, que estava no banco dianteiro do carona; e Jagner, que ficou atr�s, do lado direito do carro. Todos estavam baleados. “Eu n�o encontrei o Roni (Ronivon). Ele n�o estava no carro. Sozinho, consegui arrastar o Jagner e depois o Willian, e os coloquei no meu carro. O Paulo conseguiu andar. Ele tentava falar, mas tinha sangue em sua boca”, contou o pedreiro.

O homem seguiu com um dos filhos e as outras duas v�timas at� a Policl�nica de S�o Joaquim de Bicas, mas as v�timas n�o sobreviveram. O pedreiro ainda retornou � Rua Itajub�, na esperan�a de encontrar o outro filho vivo. Quando ele chegou, a PM j� estava no local, pr�ximo ao local onde Ronivon caiu, j� sem vida.

“O Roni correu, mas foi morto pelas costas. Minha mulher tamb�m esteve no local e ficou desesperada. Nos tiraram dois filhos de uma �nica vez”, falou o pai. Ele e a mulher t�m mais cinco filhos, de 25, 14, 11, 8 e 3 anos, e s�o av�s de duas crian�as, de 3 anos e um de 6 meses. O beb� � filho de Ronivon. De acordo com o pedreiro D.N.S., 42, s� lhe resta agora se mudar com a fam�lia para um lugar bem longe.