A empresa Consol Engenheiros e Consultores informou ontem que a obra do viaduto n�o foi executada conforme o projeto t�cnico que ela elaborou e enumerou altera��es que teriam sido feitas pela Construtora Cowan. Segunda a Consol, foram executadas mais de 40 aberturas provis�rias (janelas) na laje superior do elevado, algumas com dimens�es superiores a 2 metros de largura, mas o projeto previa apenas 2 aberturas, com dimens�es de 0,60m x 0,60m. “O sistema de protens�o (t�cnica que confere mais resist�ncia ao concreto) usado n�o foi indicado no projeto e nem a protens�o poderia ser executada com tais janelas abertas”, diz nota da empresa. “Os aparelhos de apoio n�o s�o os indicados e as cunhas de nivelamento para os mesmos n�o foram constru�das conforme o projeto. Foram constru�das vigas e paredes transversais dentro da estrutura que tamb�m n�o estavam indicadas em projeto”, completa.
A Consol voltou a contestar o laudo particular apresentado pela Cowan para justificar a queda do viaduto, alegando que o relat�rio n�o cont�m an�lise completa da estrutura. “Houve a retirada for�ada do escoramento com as janelas abertas. Tal procedimento � totalmente inadequado e imprudente”, refor�a a Consol, ressaltando que “medidas de simples precau��es e recomendadas pela boa t�cnica deveriam ter sido observadas”.
Ainda de acordo com a empresa, a interrup��o do tr�fego durante a retirada do escoramento teria sido suficiente para eliminar o risco de morte e feridos. A empresa sustenta que o contrato de apoio t�cnico e gerencial � execu��o das obras, firmado com a Sudecap, foi encerrado em mar�o de 2013. “A Consol n�o acompanhou a execu��o da obra do Viaduto Batalha dos Guararapes”, refor�a. A Cowan n�o se manifestou sobre o assunto.
DEBATE Audi�ncia de concilia��o marcada pela Justi�a para as 9h de ter�a-feira, no plen�rio do 1º Tribunal do J�ri do F�rum Lafayette de Belo Horizonte, vai tentar um acordo entre as partes e esclarecer as d�vidas sobre a demoli��o da al�a norte do Viaduto Batalha dos Guararapes, na Avenida Pedro I. A implos�o de um dos pilares, que deve levar a estrutura ao ch�o, est� prevista para 14 de setembro e deve exigir a desocupa��o de 370 im�veis em um raio de 200 metros.
O juiz da 4ª Vara da Fazenda Municipal de Belo Horizonte, Renato Lu�s Dresch, convocou representantes do Minist�rio P�blico, da Defesa Civil, prefeitura e moradores dos pr�dios vizinhos do elevado para o encontro. Segundo o juiz, o objetivo da audi�ncia � tentar encontrar o mais r�pido poss�vel uma solu��o para os problemas, “preferencialmente conciliada”, tendo em vista que a situa��o atual do viaduto est� causando “grande transtorno para a popula��o vizinha, al�m de criar tumulto no tr�nsito”.
A dona de casa Ana L�cia Machado Aguiar, de 42 anos, que mora ao lado da al�a norte, adiantou que vai participar da audi�ncia. “O jeito agora � ter paci�ncia e esperar pelo dia 14. Essa novela tem que acabar”, disse ela, que desde 28 de julho est� hospedada com outras fam�lias em um hotel, por quest�o de seguran�a, levadas pela Construtora Cowan.