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Estado de Minas

Estrangeiros que vieram a BH ver jogos da Copa n�o pensam em voltar para casa

Sem serem importunados pelas autoridades, torcedores se juntam a outros estrangeiros em situa��o ilegal no pa�s. Alguns sobrevivem da venda de artesanato


postado em 10/09/2014 06:00 / atualizado em 10/09/2014 06:42

Os argentinos Daniel, Maximiliano e Frederico elogiam as belezas das mulheres mineiras e não falam em ir embora (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Os argentinos Daniel, Maximiliano e Frederico elogiam as belezas das mulheres mineiras e n�o falam em ir embora (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)


No Brasil desde o in�cio da Copa do Mundo, depois de dormir nas praias do Rio de Janeiro e de pernoitar na casa de compatriotas que encontrou na capital mineira, o argentino Daniel Condotto, de 28 anos, n�o pensa em voltar t�o cedo para seu pa�s, mesmo com o tempo de estada legal se esgotando. “Quero ainda conhecer a Bahia, mas gostei de Belo Horizonte, porque encontrei amigos, as pessoas s�o boas e as mulheres muito bonitas”, afirma o portenho, que, sem tirar a camisa da sua Sele��o, sobrevive de vender artesanato em pra�as da cidade.

Enquanto a Pol�cia Federal (PF) no Rio de Janeiro se articula para deportar estrangeiros, sobretudo argentinos, que ultrapassaram o limite legal de perman�ncia tur�stica de tr�s meses, em BH os forasteiros circulam sem serem importunados pelas autoridades e at� exercem atividades remuneradas. Em Minas, a corpora��o informou agir apenas quando a Pol�cia Militar lhe encaminha estrangeiros envolvidos em ocorr�ncias.

A facilidade dos estrangeiros para permanecer em BH � escancarada no discurso do argentino Frederico D�az Baigomia, de 30. “Minha situa��o aqui � totalmente ilegal. J� estou no Brasil h� 4 anos e vendo artesanato, toco pandeiro e cavaquinho em rodas de m�sica. A pol�cia s� nos para ver se temos maconha, mas at� isso est� dif�cil de conseguir ultimamente”, brinca, demonstrando que n�o tem os documentos de perman�ncia obrigat�rios requisitados por autoridades.

Frederico monta sua banca na Pra�a Sete, no Centro de BH, e costuma ajudar os compatriotas que passam pela capital. Facilita seu estabelecimento e oferece espa�o � comercializa��o de artesanato para sobreviver. Daniel j� est� com ele h� um m�s em BH. H� duas semanas, a dupla ganhou a companhia de Maximiliano Argento, de 24. “Estou adorando o Brasil. As mulheres s�o maravilhosas. N�o quero ir embora t�o cedo”, disse Maximiliano. O trio n�o demonstra receio de ser importunado pelas autoridades e festeja dan�ando e abra�ando garotas que passam pela pra�a quando algu�m grita “Argentina!”.

O chileno Luis Antonio diz que não é incomodado pelas autoridades e, por isso, não vai à PF regularizar a permanência(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
O chileno Luis Antonio diz que n�o � incomodado pelas autoridades e, por isso, n�o vai � PF regularizar a perman�ncia (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)

Vida tranquila

Outro estrangeiro que tamb�m n�o teve os documentos requisitados e que est� a dias de completar tr�s meses de estada � o chileno Luis Antonio Gataldo, de 21, e que tem uma banquinha m�vel de artesanato na Pra�a Sete. “Outros dois amigos chilenos tamb�m est�o na cidade. Nunca me pediram nada, por isso n�o devo perder tempo de ir � Pol�cia Federal e pedir para ficar mais tr�s meses.” Natural de Punta Arena, no sul do pa�s andino, Luis Antonio quer seguir em breve para a Bahia, mas n�o descarta voltar a BH. “Aqui a gente fica em paz. Pode vender as coisas na pra�a sem ser incomodado. As pessoas s�o muito am�veis.”

A falta de interesse dos estrangeiros em regularizar a situa��o no Brasil para n�o serem deportados foi comprovada pelo EM ao procurar as representa��es diplom�ticas dos pa�ses que mais enviaram turistas � capital mineira. No caso do Consulado da Argentina, n�o houve aumento significativo de pedidos de documenta��o para obten��o de visto de perman�ncia. Um dos pap�is requisitados � o atestado de bons antecedentes. No consulado do Chile tamb�m n�o houve aumento de atendimentos ou de pedidos de expedi��o de documenta��o ap�s a Copa do Mundo. De acordo com a Secretaria Municipal Adjunta de Assist�ncia Social, n�o foi detectada presen�a de estrangeiros nos servi�os de apoio a pessoas em situa��o de rua ou migrantes, como o abrigamento em albergues.

A assessoria de imprensa da PF em BH informou por e-mail que s� averigua a situa��o de estrangeiros caso a pessoa em quest�o se envolva em ocorr�ncia policial. “Rotineiramente, a Pol�cia Federal recebe tais comunicados (das outras for�as policiais) quando � iniciado eventual procedimento de deporta��o ou � encaminhada a documenta��o ao Minist�rio da Justi�a para an�lise, objetivando a determina��o de instaura��o de Inqu�rito de Expuls�o de Estrangeiro”, afirma. Sem apresentar dados, a corpora��o admite que “ap�s a realiza��o da Copa do Mundo, a PF em Minas Gerais tem recebido muitas solicita��es de perman�ncia por parte de cidad�os argentinos, com base no Acordo do Mercosul”.

O que diz a lei

O tempo de perman�ncia de estrangeiro no Brasil, em viagem de turismo ou de neg�cios, � de 90 dias concedidos na entrada, com a possibilidade de prorroga��o de mais 90, totalizando o m�ximo de 180 dias por ano. O prazo pode ser dilatado, dependendo da nacionalidade. A prorroga��o n�o � autom�tica e os estrangeiros devem comparecer � PF munidos de comprovantes de hospedagem, meios de subsist�ncia e formul�rios preenchidos. A concess�o de resid�ncia definitiva ocorre quando a pessoa � refugiada ou asilada, c�njuge de brasileiro ou pais de brasileiro, companheiro ou companheira de brasileiro ou estrangeiro permanente, titular de visto tempor�rio na condi��o de professor, t�cnico ou pesquisador de alto n�vel ou cientista estrangeiro e v�tima de tr�fico de pessoas.


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