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Estado de Minas

Com�rcio da Grande BH se rende � banana verde, costume de haitianos

Os caribenhos adoram comer pratos que levam banana verde, o que levou muitos comerciantes do S�o Pedro a colocar a fruta dessa forma � venda


postado em 14/09/2014 06:00 / atualizado em 14/09/2014 07:15

Haitianos que vivem na Grande BH dificilmente se misturam. “S�o fechados, desconfiados”, comentam brasileiros. Mesmo no local de trabalho s�o de pouca conversa. Nos fins de semana, os imigrantes re�nem parentes e conterr�neos em suas casas e se divertem ao som da “kompa”, m�sica popular haitiana, cantada em crioulo. N�o fazem bagun�a, garantem os vizinhos, que s� estranham a “fala embolada”. Os caribenhos adoram comer pratos que levam banana verde, o que levou muitos comerciantes do S�o Pedro a colocar a fruta dessa forma � venda. “N�o serve banana de vez. Tem que ser verde, mesmo. Tamb�m compram muita pimenta”, percebe a balconista de supermercado Luciana Cardoso.

Marc�lio de Moura � gerente de log�stica em uma distribuidora que emprega 35 haitianos em Contagem, e tamb�m considera os imigrantes muito fechados. “N�o se relacionam com os brasileiros, o que n�o � bom, principalmente no trabalho. Pe�o a eles que se envolvam mais com os colegas, para que saibam diferenciar quem � do bem, quem � do mal”, disse Marc�lio. O gerente tem medo de que eles se envolvam com pessoas erradas e com o uso de drogas. “Fico tranquilo em saber que eles t�m uma orienta��o religiosa r�gida”, disse.

ENDIVIDAMENTO Apesar dos princ�pios que chamam a aten��o dos brasileiros, muitos haitianos se renderam ao consumismo e est�o endividados. “Gastam o sal�rio com smartphones e notebooks”, confirma o int�rprete de uma empresa, Daniel Alves, contratado para acompanhar os haitianos no servi�o. “Quando sobram R$ 300 para mandar para a fam�lia no Haiti, � muito”, completa o gerente Marc�lio. Segundo ele, sua empresa demitiu cinco ou seis haitianos para que eles pudessem pagar d�vidas usando o acerto. “N�o entendem direito como funciona o cart�o de cr�dito. Com tr�s meses j� devem at� R$ 5 mil”, conta o gerente.
Segundo o professor Duval Fernandes, muitos imigrantes se esfor�am para pagar d�vidas de at� US$ 5 mil com “coiotes” e ainda mandam parte do sal�rio para as fam�lias no Haiti. “Muitas vezes, at� a casa onde moravam no pa�s natal � penhorada, tudo para come�ar uma nova vida no Brasil. Muitos sonham em trazer os filhos para o pa�s, onde a escola � gratuita. L� � muito cara.”

H� tr�s anos, o Minist�rio da Justi�a concede vistos de perman�ncia em car�ter humanit�rio aos haitianos, por causa dos efeitos do terremoto em 2010. Segundo Duval Fernandes, o consulado do Brasil no Haiti emite 680 vistos por m�s e a demanda n�o para de crescer: deve aumentar para mil mensais at� o fim do ano. De janeiro de 2012 at� agosto deste ano, segundo o Minist�rio das Rela��es Exteriores, a embaixada em Porto Pr�ncipe concedeu 8.661 vistos a cidad�os haitianos, em car�ter humanit�rio, v�lidos por cinco anos. “Al�m disso, h� 22 mil processos de pedido de ref�gio em an�lise pelo Minist�rio da Justi�a”, disse o professor da PUC Minas.


Mem�ria


Piv�s de conflito entre estados

Em abril, o governo do Acre foi acusado de “despejar” na cidade de S�o Paulo centenas de haitianos que cruzavam a fronteira pelo estado da Regi�o Norte. A estimativa da Prefeitura de S�o Paulo na �poca era de que 700 haitianos haviam chegado � cidade e que outros �nibus estavam a caminho. Devido aos efeitos das cheias do Rio Madeira, o governo do Acre desativou um abrigo em Brasileia e passou a custear o transporte dos imigrantes para o Sudeste. A secret�ria de estado de Justi�a e da Defesa da Cidadania do governo paulista, Eloisa de Souza Arruda, amea�ou acionar o estado do Acre na Comiss�o Interamericana de Direitos Humanos. O governador acreano, Sebasti�o Viana (PT), reagiu amea�ando denunciar a secret�ria por preconceito e tentativa de higieniza��o.


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