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Estado de Minas

Seca faz nascentes na Serra da Canastra perderem um quil�metro de extens�o

Nova reuni�o para debater medidas emergenciais agendada para amanh�, em Belo Horizonte


postado em 29/09/2014 06:00 / atualizado em 29/09/2014 12:17

Gustavo Werneck
 

Segundo especialistas, situação na Canastra, onde nasce o Velho Chico, e em todo o Centro-Oeste de Minas Gerais, é crítica e deve ser cuidada com urgência (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Segundo especialistas, situa��o na Canastra, onde nasce o Velho Chico, e em todo o Centro-Oeste de Minas Gerais, � cr�tica e deve ser cuidada com urg�ncia (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

O Rio S�o Francisco j� perdeu um quil�metro de extens�o nas suas nascentes, na Serra da Canastra, Regi�o Centro-Oeste de Minas, por causa da seca que castiga a regi�o. A constata��o � de um grupo de autoridades, representantes de institui��es de ensino e ambientalistas que, na tarde de s�bado, visitou o trecho afetado pela longa estiagem e destru�do por inc�ndios florestais. “A situa��o � bem pior do que imagin�vamos. Se n�o chover logo, o problema vai se agravar, pois verificamos, em muitos munic�pios, um quadro cr�tico, com lagoas, c�rregos e rios secando”, disse, ontem, o presidente do Comit� da Bacia Hidrogr�fica dos Afluentes do Alto S�o Francisco, formado por 29 cidades, e secret�rio de Meio Ambiente de Lagoa da Prata, Lessandro Gabriel da Costa.

Para propor medidas emergencias, especialmente quanto ao abastecimento humano, a C�mara Consultiva Regional do Alto S�o Francisco, integrante do comit� federal do S�o Francisco, vai se reunir amanh�, em Belo Horizonte. “No Centro-Oeste, registramos falta de �gua em Arcos, Par� de Minas, Santo Ant�nio do Monte e Bom Despacho. No Norte, a quest�o envolve tamb�m preju�zos para o setor de turismo em Pirapora. Se n�o tivermos chuva, medidas eficazes e conscientiza��o das comunidades, vamos ter racionamento e enfrentar uma s�ria escassez”, prev� o secret�rio.

O trecho seco vai at� a est�tua de S�o Francisco, marco que se tornou s�mbolo do ber�o mineiro do chamado “Rio da Unidade Nacional”. Impressionado com o cen�rio de desola��o, conforme foi mostrado em reportagem do Estado de Minas, Lessandro disse que a popula��o precisa estar preparada, evitando o desperd�cio do recurso natural e evitando de vez as queimadas, pr�tica que se alastra, acaba com a biodiversidade e extermina as matas protetoras. Nesse rastro onde o cinza se sobrep�e ao verde, os animais agonizam ou morrem esturricados.


“N�o h� mais �rvores em volta das nascentes. Queimou tudo, mas n�o adianta tamb�m fazer o replantio agora, no seco”, afirma o secret�rio, certo de que � fundamental estar em alerta. “Ningu�m nunca se preparou para a falta de �gua. Pode ser que chova muito em breve, mas esse momento nos d� uma li��o: a �gua � recurso finito. � preciso aprender isso”, afirmou. “Minas est� na frente, no pa�s, em �reas destru�das pelo fogo; o reservat�rio de Tr�s Marias se encontra muito baixo, com risco para gera��o de energia. Enfim, temos que ter um plano A.”.

Onde antes havia água hoje só se vê mato seco. Para ambientalistas, o cenário é de total desolação (foto: Arquivo Pessoal)
Onde antes havia �gua hoje s� se v� mato seco. Para ambientalistas, o cen�rio � de total desola��o (foto: Arquivo Pessoal)
Outra medida importante se relaciona � outorga em toda a bacia. No per�odo cr�tico de seca, grandes consumidores, que respondem por 90% do total do consumo de �gua (70% do agroneg�cio e 20% das ind�strias), poder�o ser obrigados a aderir ao racionamento, com pedido � Ag�ncia Nacional das �guas (ANA) e ao Instituto Mineiro de Gest�o das �guas (Igam) para revis�o das outorgas. A previs�o � de que, em menos de duas semanas, esteja conclu�do o levantamento do volume de �gua dos usu�rios do agroneg�cio, ind�strias e do Projeto Ja�ba, no Norte de Minas, que usam volume acima de 1 metro c�bico de �gua por segundo.

A��es

A situa��o na nascente do S�o Francisco preocupou o secret�rio municipal de Meio Ambiente de S�o Roque de Minas, Andr� Picardi, tamb�m integrante do comit� da bacia do Alto S�o Francisco. A exemplo de Lessandro, ele n�o acredita em interven��es f�sicas, como o plantio de �rvores, para resolver a os dramas no per�odo seco. O mais indicado, ressalta, � auxiliar a unidade de conserva��o – o Parque Nacional da Serra da Canastra, vinculado ao Instituto Chico Mendes de Conserva��o da Biodiversidade (ICMBio), �rg�o ambiental federal – num plano de manejo contra o fogo, incluindo a constru��o de aceiros e outras iniciativas.

“O cen�rio que vimos � desolador e deixa qualquer um muito triste. O fogo pode fazer parte do ciclo do cerrado, mas n�o dessa forma. Moro aqui na regi�o h� 20 anos e temos que pensar no futuro”, disse Picardi. Como dado, ele cita o trabalho da Justi�a Federal de Passos, no Sul de Minas, para resolver conflitos referentes � velha quest�o fundi�ria na Serra da Canastra, criado em 1972. “H� 150 processos tramitando na comarca e vemos agora uma concilia��o com os propriet�rios de �reas confrontantes com o parque”, disse o secret�rio.


Participaram tamb�m da visita os diretores do parque nacional, representantes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Pains, da Emater e da PUC Minas de Arcos, Instituto Mineiro de Gest�o das �guas, Escola Superior de Meio Ambiente de Iguatama e Ag�ncia da Bacia do S�o Francisco Peixe Vivo. 

 


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