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Estado de Minas

Lentid�o nas obras de duplica��o da Rodovia da Morte contribui para aumento de acidentes

A cada curva surge um perigo diferente para os motoristas


postado em 29/09/2014 06:00 / atualizado em 29/09/2014 07:50

Mateus Parreiras

Nos canteiros de obras já montados para as obras de duplicação da 381, a movimentação de operários e máquinas é bastante lenta, com pouca gente trabalhando (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Nos canteiros de obras j� montados para as obras de duplica��o da 381, a movimenta��o de oper�rios e m�quinas � bastante lenta, com pouca gente trabalhando (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)

Esperada para trazer seguran�a e acabar de vez com a m� fama que rendeu � BR-381 o apelido de Rodovia da Morte, a duplica��o do trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares ainda n�o tem canteiros de obras abertos em todos os per�metros licitados nos sete lotes. Desde maio, as interven��es come�aram a ser feitas nos lotes 1 (Governador Valadares/Belo Oriente), 2 (Belo Oriente/Jaguara�u), 3 (Jaguara�u/Nova Era) e 7 (Caet�/Itabira), sendo que os demais – 4 (Nova Era), 5 (Jo�o Monlevade) e 6 (Jo�o Monlevade/Itabira) –, nem sequer montaram sua infraestrutura. Mesmo nos locais onde as interven��es oficialmente come�aram, o Estado de Minas constatou um ritmo lento, desmobiliza��o de maquin�rio e de ve�culos em alguns trechos, sobretudo o do lote 7, onde �reas abertas para o nivelamento ou terraplaenagem n�o tinham qualquer trabalho perto de Ravena e de Bom Jesus do Amparo.

Enquanto isso, o n�mero de acidentes continua a crescer. Feridos e mortos j� superam o total de 2013 em 2,6% e 14,5%, respectivamente. No dia 14, um acidente no Km 367,9, em S�o Gon�alo do Rio Abaixo deixou dois mortos e trouxe � tona mais uma vez a indigna��o pela demora na duplica��o da rodovia. Um Chevrolet Prisma e um caminh�o carregado de cal se chocaram de frente, matando os dois motoristas. Uma das v�timas, a monlevadense Josiane Giacomin, de 35 anos, voltava para BH de uma visita � m�e na cidade natal. Indignado, um amigo dela, o funcion�rio p�blico Fl�vio Henrique Verli, escreveu um manifesto replicado por muitos na internet.




“Desta vez, a not�cia n�o foi uma corriqueira e passiva manchete sobre v�timas da Rodovia da Morte. Desta vez, quem faleceu era uma amiga pr�xima, m�e de uma garota de 15 anos, uma gestante, uma esposa, uma jovem jurista, uma filha amorosa e principalmente uma pessoa de bem”, descreveu. No texto, ele faz um apelo para que o poder p�blico tome provid�ncias para melhorar a seguran�a na via com urg�ncia. “Voc�s sabem quantas fam�lias foram destru�das? Quantas vidas foram ceifadas? Quantas cidades enlutadas? Quantas m�es, pais e filhos que nunca chegaram? Sabem do horror que milh�es de pessoas passam h� anos? Sabem o quanto d�i ver que nada � feito por isso? Chega!”

CARGAS PERIGOSAS N�o bastasse o alto n�mero de mortes e os perigos naturais da Rodovia da Morte, que entre Jo�o Monlevade e BH se desdobra em 200 curvas ao longo de 100 quil�metros, a omiss�o e a imprud�ncia s�o amea�as constantes. No dia 19, pouco antes de passar pelo posto da Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF), a reportagem viu um caminh�o carregado de manilhas de concreto empilhadas em tr�s camadas acima da carroceria. Apenas uma das pe�as foi amarrada por uma corda comum, que dificilmente seguraria um tranco mais vigoroso da tubula��o. Contudo, o ve�culo de transporte passou sem qualquer problema pela barreira da PRF em Caet�, que tinha, inclusive, um policial inspecionando os ve�culos que transitavam pelo local.

Animais pastando bem próximo da rodovia. Segundo a PRF, este é um problema recorrente em todas as BRs de Minas Gerais (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Animais pastando bem pr�ximo da rodovia. Segundo a PRF, este � um problema recorrente em todas as BRs de Minas Gerais (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Mais adiante, em Ravena, distrito de Sabar�, o perigo era representado por cinco p�neis que pastavam soltos � beira do acostamento de uma curva fechada. Ao ver a reportagem fotografando os animais soltos, dois empregados da propriedade de onde os animais sa�ram correram at� o local e tocaram os p�neis de volta para o s�tio. Um dos trabalhadores, Ildo Carlos Guilherme, de 57, tentou explicar. “Teve um acidente h� quatro meses e um carro arrancou a cerca. Por isso os animais est�o fugindo para a rodovia. A gente precisa prender eles em outro pasto”, disse.

As curvas fechadas continuam a causar acidentes com caminh�es, que tombam e despejam a carga no acostamento. Os diversos produtos transportados pelos ve�culos de carga v�o se acumulando em camadas, como vidros, eletr�nicos, pe�as de metal, sucata, frutas, leite, entre outros, como no Km 420, em Caet�, onde um caminh�o que transportava 65 bois tombou. Os animais estavam sendo transportados de Guanh�es para Lins, interior de S�o Paulo, e 10 deles morreram no acidente. O sangue das reses mortas se misturou aos restos de outras cargas. O acidente ocorreu quando o motorista perdeu o controle ao descer a Serra de Caet�. Moradores da regi�o e motoristas pararam para ajudar no resgate do gado, esperando ser recompensados com um peda�o de carne das reses mortas.

De acordo com o chefe do N�cleo de Comunica��o Social da Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) em Minas Gerais, inspetor Aristides Amaral J�nior, “cada carga tem uma forma de ser transportada, por isso cabe uma inspe��o mais detalhada em cada caso”, disse. Sobre os animais na pista, o policial afirma que � um grande problema. “Nunca achamos os donos dos animais depois que os recolhemos. E o recolhimento depende de a prefeitura enviar um caminh�o boiadeiro e n�o s�o todos os munic�pios que disp�em desse ve�culo”, afirma.



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