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Estado de Minas

Serra da Piedade ter� museu dedicado a Nossa Senhora com mais de mil imagens

Santu�rio, em Caet�, ganhar� espa�o onde ser�o expostas pe�as referentes � m�e de Jesus em 2017, quando ser�o comemorados 250 anos de peregrina��es ao santu�rio


postado em 02/10/2014 06:00 / atualizado em 02/10/2014 07:18

Número de fiéis deve chegar a 300 mil até dezembro, 10 vezes maior que em 2010(foto: Jair Amaral/Em/D.A Press 15/8/14)
N�mero de fi�is deve chegar a 300 mil at� dezembro, 10 vezes maior que em 2010 (foto: Jair Amaral/Em/D.A Press 15/8/14)

O Santu�rio Estadual de Nossa Senhora da Piedade, em Caet�, na Grande BH, vai ganhar um espa�o cultural e religioso �nico no mundo. Depois de escolher uma �rea de frente para as montanhas, capital e outros munic�pios, a Arquidiocese de Belo Horizonte vai implantar o Museu Maria Regina Mundi, totalmente dedicado a Nossa Senhora e com acervo de 1.050 imagens referentes aos t�tulos que a m�e de Jesus recebeu em todos os cantos do planeta. “Ser� um local para enriquecer a devo��o a Nossa Senhora, garantir o conhecimento da teologia e mariologia (estudos de Maria) e tocar os cora��es”, disse, ontem, com entusiasmo, o arcebispo metropolitano de BH, dom Walmor Oliveira de Azevedo.

O Museu Maria Regina Mundi (do latim, Maria Rainha do Mundo) ser� inaugurado at� 2017, quando ser�o comemorados os 250 anos das peregrina��es ao alto do maci�o, que recebeu, s� este ano, 280 mil brasileiros e estrangeiros e tem perspectiva de chegar a 300 mil em dezembro, n�mero 10 vezes maior do que em 2010. Esta semana, a arquidiocese deu a largada para a grande celebra��o. “Estamos num tri�nio de preparo, fortalecendo a conscientiza��o sobre a import�ncia do santu�rio, valorizando o seu potencial de evangeliza��o e tamb�m ambiental, tur�stico, hist�rico, cultural e paisag�stico”, ressaltou dom Walmor.

As pe�as foram doadas � C�ria Metropolitana pelo acupunturista e dono de cl�nica Humberto Mattarelli Carli, de 61 anos, nascido, criado e residente em Sabar�, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Casado e pai de dois filhos, Humberto est� feliz com a acolhida da arquidiocese e a decis�o de dom Walmor. “O acervo vai ficar nas alturas, no lugar especial e mais indicado, pois l� est� Nossa Senhora da Piedade, padroeira de Minas”, afirma Humberto, explicando que j� tem em casa 500 imagens e vai mandar produzir mais 550. O museu ficar� numa constru��o j� existente e que ser� revitalizada.

O colecionador esclarece que o acervo n�o � composto de obras de arte, mas pe�as de gesso. O importante para ele � a devo��o � m�e de Deus. “Sei que tenho uma miss�o a cumprir”, faz quest�o de frisar o acupunturista, lembrando que, no meio do tesouro espiritual, a sua preferida � a padroeira de Sabar�. “Foi a primeira da cole��o, feita por uma artes� aqui da cidade”, revela, ao apontar a imagem de Nossa Senhora da Concei��o. Conforme mostrou o Estado de Minas em 23 de janeiro, o conjunto distribu�do pelos c�modos da casa inclui Nossa Senhora do �rtico, com capuz branco feito neve, carregando o menino no colo; a dram�tica Nossa Senhora dos Abortados, com dois anjos aos p�s e um beb� nas m�os; Nossa Senhora de Sheshan, origin�ria da China, com bra�os levantados para segurar o filho e um drag�o na base; e centenas da Fran�a, It�lia, Espanha, Portugal, Rep�blica Tcheca e outros continentes.

Humberto Mattarelli Carli, colecionador e doador das peças(foto: Jair Amaral/Em/D.A Press 15/8/14)
Humberto Mattarelli Carli, colecionador e doador das pe�as (foto: Jair Amaral/Em/D.A Press 15/8/14)

Sonho de f�

O objetivo do colecionador � chegar aos 1.050 t�tulos e, desde que come�ou a reunir as pe�as – brancas, negras, mesti�as, morenas, douradas e com outros tons na pele –, faz pesquisas em livros e internet, conta com a ajuda dos amigos para busc�-las no exterior e outros estados e adquire r�plicas onde for poss�vel. Tudo come�ou, segundo ele, h� quatro anos, quando sonhou com o falecido padre Sebasti�o Tirino, italiano que atuou durante muitos anos na Par�quia de Nossa Senhora da Concei��o, em Sabar�. “Ele me dizia para fazer o museu, a fim de resgatar a espiritualidade do nosso povo. Comecei, ent�o, a estudar o assunto, pois sou muito cat�lico, e a buscar as imagens em todo canto”, afirma. Desde ent�o, j� investiu cerca de R$ 70 mil na cole��o.

As ra�zes dessa miss�o, ali�s, est�o fincadas em 1966, quando Humberto tinha 12 anos e o padre Sebasti�o Tirino chegou a Sabar�. Sem falar portugu�s, o religioso contou com a colabora��o da fam�lia Mattarelli Carli, fluente em italiano, e o quase adolescente ficou encarregado de ajudar na comunica��o com a comunidade. “Acabei me tornando coroinha e fiquei nessa fun��o por 20 anos, ficando grande amigo do padre Tirino”, recorda-se.

Turismo

Quando ficar pronto, o Museu Maria Regina Mundi ser� um dos expoentes do Caminho Entre Serras, que liga as serras da Piedade e do Cara�a e do Caminho Religioso da Estrada Real (Crer), unindo o Santu�rio de Nossa Senhora da Piedade, que tem a escultura feita por Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1737-1814), cujo bicenten�rio de morte � lembrado este ano, a Aparecida (SP), onde est� a padroeira do Brasil. H� expectativa de implanta��o de outra rota, desta vez dedicada exclusivamente a Nossa Senhora, que come�ar� na Igreja de Santana, em Arraial Velho, Sabar�, e passar� pelos munic�pios de Raposos e Caet�.

Arquitetura divina
Os olhos do arcebispo dom Walmor brilham ao falar sobre a Serra da Piedade, que considera de “proje��o internacional” entre os pontos de turismo religioso e beleza natural. “� um lugar que jamais poder� passar despercebido aos governos e construtores da sociedade“, afirma o arcebispo, lembrando que � preciso empenho das autoridades para sinaliza��o do Caminho Religioso da Estrada Real (Crer). Para dom Walmor, as estradas para Ouro Preto e Serra da Piedade deveriam ser totalmente iluminadas, para atrair mais visitantes.

Pensando na comemora��o dos 250 anos de peregrina��o � Serra da Piedade, em 30 de setembro de 2017, muitos padres alimentam o sonho de, nessa data, contar com a visita do papa Francisco, que estar� no pa�s para o tricenten�rio do aparecimento, nas �guas do Rio Para�ba, em S�o Paulo, da imagem da padroeira do Brasil. Mas at� 2017 h� um longo caminho, embora com momentos pr�ximos e fundamentais na hist�ria do santu�rio. Nos dias 22 e 23 do m�s que vem, haver� a festa para celebrar a conclus�o da ermida, do s�culo 18, eremit�rio, inaugura��o do campan�rio com oito sinos, sonoriza��o externa e volta ao altar da imagem de Nossa Senhora da Piedade totalmente restaurada.

Em 2015, a Arquidiocese de BH vai fazer um trabalho amplo com todas as par�quias da regi�o. a fim de levar as comunidades ao alto do maci�o e visitar o patrim�nio edificado, que � tombado pelo Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan) e Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha). J� para o pr�ximo dia 12 est� programada uma s�rie de atividades, incluindo uma missa para as crian�as.

Hist�ria

Para quem est� no alto da serra, a paisagem n�o poderia ser mais espetacular. Mas � na ermida ou capela dedicada � Nossa Senhora da Piedade, chamada de “magn�fica arquitetura divina”, por dom Jo�o de Resende Costa, que olhos e ouvidos se abrem mais, para apreciar a imagem da santa ou ouvir hist�rias. A fama do lugar teria come�ado entre 1765 e 1767, conforme a tradi��o oral, com a apari��o de Nossa Senhora, com o Menino Jesus nos bra�os, a uma menina, muda de nascimento, cuja fam�lia vivia na comunidade de Penha, a seis quil�metros da serra. Nesse momento, a menina teria recuperado a fala. Na sequ�ncia, em 1773, o templo seria constru�do pelo ermit�o portugu�s Ant�nio da Silva, o Bracarena.

Em 30 de setembro de 1767, o arcebispado de Mariana autorizou a constru��o, no alto da serra, da capela dedicada a Nossa Senhora da Piedade. Em 1958, o Papa Jo�o XXIII proclamou Nossa Senhora da Piedade padroeira de Minas e a consagra��o ocorreu em 31 de julho de 1960, na Pra�a da Liberdade, em BH.

Nessa hist�ria de quase tr�s s�culos h� personagens vitais, caso de padre Jos� Gon�alves, irm� Germana, frei Lu�s de Ravena, monsenhor Domingos Evangelista Pinheiro, com suas religiosas auxiliares de Nossa Senhora da Piedade, cardeal Motta, a figura monumental de frei Ros�rio Jofylly (1913-2000), frade dominicano que ficou 51 anos � frente do santu�rio, e o mission�rio italiano padre Virg�lio Resi.


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