
A confirma��o do primeiro caso da chamada febre chikungunya em Minas levou a Secretaria de Estado de Sa�de (SES-MG) a montar uma for�a-tarefa para evitar alto n�mero de casos da doen�a –semelhante � dengue, menos letal, mas com sintomas mais fortes. Equipes da pasta ser�o enviadas at� amanh� a Matozinhos (Grande BH), onde houve registro da enfermidade, para refor�ar a��es de elimina��o de criadouros dos mosquitos transmissores da doen�a. A situa��o � de alerta, j� que um dos vetores da chikungunya, a f�mea do mosquito Aedes aegypti, � respons�vel pela transmiss�o da dengue, que este ano j� matou 44 pessoas em Minas. O outro vetor � o mosquito Aedes albopictus, comum em �reas rurais.
O primeiro caso em Minas foi o de uma mulher de 48 anos, de Matozinhos, que j� est� medicada e em recupera��o. H� outros cinco pacientes com suspeita da febre. No pa�s, as primeiras infec��es pelo v�rus foram confirmadas no m�s passado, no Amap� e na Bahia. Autoridades de sa�de acreditam que a doen�a foi introduzida no pa�s por conta do grande n�mero de turistas que visitam pa�ses do Caribe, onde o v�rus � comum. “A chikungunya tem sintomas semelhantes aos da dengue, embora eles possam ser mais intensos, e tem o mesmo vetor”, ressaltou a coordenadora Estadual do Programa de Controle Permanente da Dengue da SES-MG, Geane Andrade. “Isso requer um maior cuidado. Agora o risco � dobrado”, completou.
No pa�s, segundo boletim do Minist�rio da Sa�de do dia 4, h� 211 casos de contamina��o pela doen�a, 74 confirmados por crit�rio laboratorial e 137 por crit�rio cl�nico-epidemiol�gico. Do total, s�o 38 casos importados de pessoas que viajaram para pa�ses com transmiss�o da febre, como Rep�blica Dominicana, Haiti, Venezuela, Ilhas do Caribe e Guiana Francesa. Em Minas, a partir da notifica��o em Matozinhos, houve a��es de controle no munic�pio e uma busca ativa de prontu�rios m�dicos. N�o foram encontrados registros de fichas cl�nicas semelhantes �s do caso confirmado. As investiga��es sugerem que a transmiss�o do v�rus pode ter ocorrido durante uma festa popular na cidade, que teve a participa��o de barraqueiros de Feira de Santana (BA), cidade que j� registrou 156 casos de chikungunya.
Dez amostras de pacientes com suspeita de ter contra�do o v�rus foram coletadas e enviadas para a Funda��o Ezequiel Dias (Funed). At� agora, apenas a de Matozinhos deu positivo. Quatro foram descartadas e cinco ainda est�o em an�lise. S�o pacientes de Belo Horizonte e Contagem, Monte Claros (Norte de Minas), Vi�osa (Zona da Mata) e Coronel Fabriciano (Vale do A�o).
Preven��o
Segundo Geane Andrade, da SES-MG, o surgimento das suspeitas da doen�a em 10 munic�pios mineiros bastou para que investiga��es fossem iniciadas. Al�m da for�a tarefa que vai atuar de forma preventiva, principalmente na elimina��o de criadouros dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, a SES diz finalizar plano de contig�ncia que ser� aplicado nas cidades nas quais a febre chikungunya for confirmada. O plano inclui intensificar atividades de vigil�ncia, prepara��o de resposta da rede de sa�de e treinamento de profissionais.
“Nos dias 20 e 21, vamos capacitar profissionais de sa�de para enfrentar chikungunya, com vagas para 250 m�dicos da rede p�blica e privada de todas as regi�es do estado. A SES tamb�m contratar� 22 m�dicos que ser�o refer�ncia para esses e outras doen�as infecciosas”, disse Geane. “Esses m�dicos percorrer�o os munic�pios do interior, com o objetivo de levar as informa��es referentes ao diagn�stico e tratamento aos m�dicos e demais profissionais da assist�ncia”, acrescentou.
Geane ressaltou que h� uma situa��o de risco em Minas, embora apenas um caso tenha sido confirmado. “A doen�a � nova e temos um fator de risco que � a presen�a do mosquito transmissor em Minas”, refor�ou. “Os sintomas s�o muito parecidos com os da dengue, como dores no corpo, nas articula��es, febre acima dos 38,5°C, mas o que a torna mais perigosa s�o as fases em que ela pode se apresentar: aguda, que � fase mais simples; a subaguda que pode durar por tr�s meses e a fase cr�nica, que pode se manifestar por meio de fortes dores articulares mesmo depois do tratamento”, explicou.
Tira-d�vidas
1) O que � a febre Chikungunya?
� uma doen�a infecciosa febril causada pelo v�rus chikungunya, que pode ser transmitido pelos mosquitos Aedes albopictus e Aedes aegypti, respons�vel tamb�m pela transmiss�o de dengue no Brasil. O v�rus � transmitido pela picada da f�mea e circula em alguns pa�ses da �frica, �sia e Am�ricas. O termo Chikungunya significa “aqueles que se dobram” em swahili, um dos idiomas da Tanz�nia, e � refer�ncia � apar�ncia curvada dos pacientes que foram atendidos na primeira epidemia documentada no pa�s africano.
2) Quais s�o os sintomas?
Febre acima de 39 graus, de in�cio repentino; dores intensas nas articula��es de p�s e m�os (dedos, tornozelos e pulsos); dor de cabe�a, dor nos m�sculos e manchas vermelhas na pele. Os sintomas aparecem de dois a 10 dias depois da picada do mosquito, podendo chegar a 12 dias. O Minist�rio da Sa�de vai considerar como casos suspeitos todas as pessoas que apresentarem febre de in�cio s�bito maior de 38,5ºC e artralgia (dor articular) ou artrite intensa com in�cio agudo e que tenham hist�rico recente de viagem �s �reas nas quais o v�rus circula de forma cont�nua, ou qualquer rela��o com esses locais.
3) h� grupos de risco?
O v�rus pode afetar pessoas de qualquer idade ou sexo, mas os sinais e sintomas tendem a ser mais intensos em crian�as e idosos. Al�m disso, pessoas com doen�as cr�nicas t�m mais chance de desenvolver formas graves da doen�a e correm maior risco de vida, embora a letalidade seja menor que nos casos de dengue.
4) Qual o tratamento?
N�o existe tratamento espec�fico para chikungunya, como no caso da dengue. Os sintomas s�o tratados com medica��o para a febre (paracetamol) e as dores articulares (anti-inflamat�rios) de acordo com expressa avalia��o do m�dico. N�o se deve usar o �cido acetilsalic�lico (AAS/Aspirina) devido ao risco de hemorragia. Recomenda-se a ingest�o de l�quido e repouso absoluto. O paciente n�o deve se automedicar
5) Como prevenir?
Refor�ar a��es de elimina��o dos criadouros dos mosquitos; manter reservat�rios de �gua fechados; n�o acumular vasilhames no quintal; verificar se calhas n�o est�o entupidas; colocar areia nos pratos dos vasos de plantas.