
Moradores da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte foram surpreendidos nos �ltimos dias por uma n�voa seca que cobre boa parte das casas e pr�dios. A situa��o – que pode piorar nos pr�ximos dias, com a previs�o de uma onda de calor hist�rica – � causada por clima seco e excesso de queimadas, segundo a Funda��o Estadual do Meio Ambiente (Feam). Os impactos sobre a vida das pessoas s�o diretos, j� que o ar vem sendo considerado de m� qualidade, de acordo com medi��es de tr�s das 11 esta��es de monitoramento da Grande BH. Em Betim, o �ndice de Qualidade do Ar (IQA) apontou a taxa de 207, uma dos piores nos �ltimos anos. A partir de 100 a situa��o j� � considerada inadequada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
Dados da Feam e da Prefeitura de BH mostram que nos dias 14 e 15 a situa��o ultrapassou os limites considerados aceit�veis. Na capital, as duas esta��es de monitoramento de responsabilidade da administra��o municipal apontaram IQA inadequado na ter�a-feira, data do �ltimo relat�rio dispon�vel. A esta��o do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), na Regi�o Centro-Sul da capital, registrou �ndice de 157, enquanto o posto do Centro Mineiro de Refer�ncia em Res�duos, na Regi�o Leste da cidade, marcou 171. Em setembro, por exemplo, a m�dia do �ndice foi 58, considerada regular. Nos 29 dias de medi��o, os n�meros foram bons ou regulares em 28. Em um, a qualidade foi considerada inadequada.
Na regi�o metropolitana, a situa��o nos �ltimos dias foi ainda pior, conforme as esta��es da Feam. Uma delas, na Prefeitura de Betim, registrou IQA de 207, o que levou a classifica��o a chegar ao �ndice de “m� qualidade”. Em todos esses casos, a taxa � medida pela concentra��o de cinco poluentes, mas os que mais se destacam na Grande BH s�o o oz�nio e o material particulado.
Segundo o gerente de Monitoramento e Qualidade do Ar da Feam, Fl�vio Daniel Ferreira, o oz�nio � liberado a partir da rea��o qu�mica da radia��o solar com o �xido de nitrog�nio, cuja libera��o principal vem da queima de combust�veis f�sseis. J� o material particulado � a poeira proveniente de diversas atividades. Ferreira explica ainda que duas variantes principais exercem influ�ncia sobre a qualidade do ar: clima e emiss�o de poluentes. Nessa rela��o, segundo Fl�vio Ferreira, nos �ltimos dias houve uma situa��o jamais verificada nos sete anos em que trabalha na �rea.
“Tivemos uma seca extrema e est�vel, pois n�o ventava e nem chegava umidade. Por outro lado, aumentaram muito as emiss�es, puxadas pelas queimadas que se espalharam pelo estado. Isso gerou um bols�o de poluentes sobre toda a Grande BH e o Norte de Minas”, diz o gerente. Ontem, apesar de o nevoeiro ainda ter sido registrado em BH, houve melhora na qualidade geral do ar.
Mas, segundo o instituto Climatempo, a grande massa de ar quente que domina o interior do pa�s se intensifica ainda mais de hoje a domingo. Com o ar estagnado, cidades que j� atingiram recordes de temperatura podem bater novas marcas, em alguns casos chegando a 45°C.