
O tempo quente que voltou a sufocar Belo Horizonte nessa quinta-feira, com m�xima de 33°C, deve se tornar mais extremo de amanh� at� segunda-feira. De acordo com previs�o do Instituto Climatempo, a grande massa de ar que j� domina o interior do pa�s se tornar� ainda mais intensa, principalmente entre as regi�es Sudeste, Centro-Oeste e parte da Sul. Com o ar parado, o aquecimento durante o dia tende a aumentar. O fen�meno, conhecido como “bolha de calor”, deve ser mais intenso entre Minas, Mato Grosso do Sul, Goi�s, S�o Paulo e Paran�. Temperaturas m�ximas devem superar facilmente os 40°C, com chances de extremos pr�ximos a 45°C � sombra na tarde de domingo.
O meteorologista Ruibran dos Reis, do Climatempo, prev� que em BH a temperatura supere os 37,1°C, recorde em um s�culo de medi��es, registrado em 2012. No Noroeste mineiro, Ruibran acredita que os term�metros superem os 40°C. “H� uma massa de ar quente sobre o estado e o que vai acontecer � uma intensifica��o do calor.” Al�m das temperaturas altas, ele explica que haver� queda da umidade do ar e que a concentra��o de raios ultravioleta ser� grande, j� que o c�u estar� aberto.
Segundo Ruibran, na segunda a sensa��o de calor deve ser ainda maior, por causa do choque entre a massa de ar quente e uma frente de ar polar que vem do Sul. O meteorologista destaca que, a partir da ter�a-feira, com a estabiliza��o da massa fria sobre Minas, as m�ximas podem cair entre 10°C e 15°C.
ALTERNATIVAS Em Belo Horizonte, antes mesmo do agravamento do calor previsto para o fim de semana, a popula��o j� busca alternativas para enfrentar as altas temperaturas associadas ao tempo seco e � alta concentra��o de poluentes. Um dos trunfos da recepcionista Franciane Pereira da Costa, de 29 anos, � beber muita �gua. No entanto, ela ainda n�o encontrou alternativa para respirar melhor. “A garganta fica seca e, para piorar, o ar est� muito polu�do”, diz.
A polui��o n�o traz apenas desconforto: tamb�m contribui para agravar alergias respirat�rias. � o que ocorre com a estudante da UFMG Vivian de Almeida Andrade, de 20, que tem sofrido com crises de rinite. “Tenho muita alergia. Preciso pingar soro fisiol�gico o dia inteiro, para evitar que o nariz sangre”, diz, afirmando que a nuvem de fuma�a se espalhou de tal forma que a cidade parece estar tomada por neblina.
Ontem, para driblar o calor, o jeito foi buscar solu��es criativas e roupas bem leves. A professora de m�sica da UFMG Maria do Carmo Souza Campara, de 65, incorporou a sombrinha ao look di�rio. “Uso como bloqueador solar. N�o saio sem ela”, diz. Na tarde de ontem, ela deu carona para a nora Maria Lu�sa. Como tem press�o baixa, a jovem n�o dispensa roupas confort�veis e uma alimenta��o bem leve.
Segundo o professor Ant�nio Leite Alves Radicchi, do Departamento de Medicina Preventiva e Social da UFMG, a piora na qualidade do ar, especialmente motivada por oz�nio e material particulado, provoca irrita��o das mucosas, que pode comprometer as vias a�reas. “Se voc� respira esses poluentes e a mucosa est� ressecada, a possibilidade de infec��es � muito grande, pois a entrada de bact�rias fica facilitada”, explica o especialista.
Ele lembra ainda que a exposi��o a poluentes a m�dio prazo pode levar ao c�ncer, assim como a doen�as cardiovasculares. “Voc� acaba for�ando o sistema respirat�rio, o que acarreta outros problemas”, completa. De acordo com os m�dicos, as principais recomenda��es para o per�odo s�o ingerir bastante �gua e evitar a pr�tica de exerc�cios ao ar livre.
