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Estado de Minas

Fogo deixa heran�a sombria em Minas

Estado, que enfrenta uma semana de chamas na Serra do Cip� e ontem teve duas cidades entre as 10 com mais focos de inc�ndio no pa�s, deve esperar anos at� que a natureza se recupere por inteiro


postado em 18/10/2014 06:00 / atualizado em 18/10/2014 08:25

Fauna e flora castigadas: queimadas causam estrago que dura anos, apesar de plantas mais resistentes brotarem nas primeira chuvas(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press)
Fauna e flora castigadas: queimadas causam estrago que dura anos, apesar de plantas mais resistentes brotarem nas primeira chuvas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press)
A onda de queimadas favorecida pelo tempo seco colocou duas cidades de Minas Gerais no ranking do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que lista os 10 munic�pios com maior n�mero de focos de inc�ndio no pa�s. O levantamento leva em considera��o imagens captadas na quinta e sexta-feira e indicou Uberaba, no Tri�ngulo, e Jequitinhonha, no vale de mesmo nome, em oitavo e nono lugares, com 20 e 18 focos, respectivamente. � frente das duas, com 48, est� Formoso do Araguaia, no Tocantins. Al�m da concentra��o de v�rios pontos em chamas em determinadas cidades, o territ�rio mineiro tem ainda extensas �reas sendo consumidas pelo fogo, como � o caso do Parque Nacional da Serra do Cip�, na Regi�o Central, cuja vegeta��o queima h� uma semana. Um dano que, al�m de causar preju�zos imediatos, demanda anos de recupera��o em cada ecossistema.


O bi�logo Marcus Vin�cius Freitas, gerente do Parque Estadual Serra do Rola-Mo�a, unidade que sofreu com 110 focos de queimadas apenas neste ano, considera que n�o � poss�vel precisar o tempo exato para que flora e fauna possam se reequilibrar. No entanto, ele alerta que � errada a percep��o de que basta uma chuva para que tudo se restabele�a. Os primeiros sinais de vegeta��o em uma �rea de cinzas n�o s�o sinal de recupera��o plena, diz. “Depois de uma chuva, as pessoas podem pensar que a vegeta��o se recuperou, mas esse processo leva muito tempo e depende de diversas vari�veis”, diz.

Nas queimadas, os preju�zos s�o in�meros, com destrui��o de diversas formas nativas de vegeta��o e morte de insetos, r�pteis, anf�bios e outros organismos. Cobras e aves s�o esp�cies bastante atingidas, o que leva a desequil�brio em toda a cadeia alimentar, obrigando animais a percorrer grandes dist�ncias em busca de alimentos. Outro dano impercept�vel, mas extremamente s�rio, pelo efeito-cascata que desencadeia, � a destrui��o da microfauna. Trata-se de um conjunto de organismos microsc�picos essenciais para a alimenta��o de animais herb�voros que, por sua vez, s�o alimento dos carn�voros.

As queimadas em matas alteram tamb�m a qualidade e a quantidade de �gua que chega �s cidades. No Parque da Serra do Rola Mo�a ficam seis dos mananciais que abastecem Belo Horizonte e regi�o metropolitana. Com a destrui��o da vegeta��o, o solo fica menos perme�vel, uma vez que s�o as ra�zes que permitem a penetra��o da �gua da chuva. Com isso, menos �gua chega ao len�ol fre�tico e h� mais eros�es dos terrenos.

O professor Bernardo Gontijo, do Departamento de Geografia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), destaca o poder destrutivo do fogo, mas lembra que, com a chegada da chuva, a natureza mostra sua capacidade de recupera��o. Ele, por�m, explica que as plantas que voltar�o a brotar nessa �reas atingidas s�o, geralmente, as de ra�zes profundas, o que as faz ter prote��o maior contra os inc�ndios.

 

Seca fora dos padr�es

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, sobrevoou ontem o Parque Nacional da Serra do Cip�, na Regi�o Central de Minas, uma das �reas de prote��o nacional atingidas pelo fogo no estado. Segundo ela, o Sudeste vive uma estiagem “fora da curva”. “� uma �poca de muita seca, talvez uma seca �nica, do ponto de vista do que est� acontecendo aqui no Sudeste”, disse.

Segundo boletim divulgado pela administra��o do parque nacional ontem, a unidade de conserva��o j� havia perdido 7.052,73 hectares de vegeta��o, o que representa 22,3% da �rea total. Est� empenhada no combate uma equipe de 47 brigadistas do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), 14 do Ibama, integrantes da Brigada Municipal de Jaboticatubas, al�m de cerca de 20 volunt�rios, que atuam diretamente nas frentes de fogo e em atividades de apoio log�stico, como distribui��o de alimentos, �gua e em fun��es administrativas.

Segundo dados da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel (Semad), do in�cio do ano at� este m�s os inc�ndios atingiram 6,9 mil hectares apenas em �reas de preserva��o sob responsabilidade do estado. Outros 8,8 mil hectares no entorno dessas unidades tamb�m foram afetados. As �reas de preserva��o estaduais em Minas, que somam cerca de 100 mil hectares, s�o divididas em esta��es ecol�gicas, reservas biol�gicas, parques estaduais, monumentos naturais e ref�gios de vida selvagem. O total de focos de inc�ndio no estado ultrapassou o do ano passado. At� este m�s, foram 10.608 pontos, contra 7.180 em outubro de 2013.

A Grande Belo Horizonte � uma das regi�es mais afetadas. J� foram registrados inc�ndios em �reas urbanas, como nos bairros Sion e Belvedere, Regi�o Centro-Sul de BH, ou pr�ximo � rodovia MG-020, no Bairro Ribeiro de Abreu, Norte da capital, e nas proximidades da BR-381, no km 435, em Sabar�. Em Vespasiano tamb�m houve queimada em vegeta��o. Ontem, segundo relat�rio dos Bombeiros, foram registradas, at� as 17h, 18 ocorr�ncias de inc�ndio em vegeta��o na regi�o metropolitana, 15 em matas e tr�s em lotes vagos.


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