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Estado de Minas

Educa��o falha e mortes no tr�nsito voltam a crescer

Mortes por acidentes registradas pelo SUS em Belo Horizonte aumentam 19,2% em 2014, depois de quedas anuais consecutivas desde a implanta��o de projeto de conscientiza��o


postado em 01/11/2014 06:00 / atualizado em 01/11/2014 10:04

A implanta��o em 2010 do projeto Vida no Tr�nsito, que prev� campanhas, desenvolvimento de estrat�gias e uso integrado de informa��es, ainda n�o foi suficiente para reduzir de forma cont�nua o n�mero de v�timas de acidentes atendidas em Belo Horizonte no Sistema �nico de Sa�de (SUS). Levantamento do Datasus, feito a partir de dados enviados pela rede hospitalar credenciada na capital, mostra que o n�mero de mortes nessas unidades de sa�de, que vinha diminuindo desde 2012, voltou a crescer este ano. Foram 149 �bitos de janeiro a agosto de 2014, contra 125 no mesmo per�odo do ano passado – alta de 19,2%. J� o n�mero de feridos cresce desde 2011. No comparativo entre janeiro a agosto daquele ano com o mesmo per�odo de 2014, o aumento � de 46%, de 3.169 casos para 4.636.


(foto: Clique para ver a arte completa)
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O projeto Vida no Tr�nsito � um compromisso do governo federal, dos governos estaduais e prefeituras em parceria com a Organiza��o Pan-Americana de Sa�de (Opas) e a Bloomberg Philanthropies, com a��es previstas at� 2015 em Belo Horizonte, Campo Grande, Curitiba, Palmas e Teresina. Na capital mineira, a execu��o do projeto, que inclui uso de informa��es de �rg�os de tr�nsito e de sa�de para pol�ticas de preven��o e a��es de conscientiza��o, ficou a cargo das secretarias municipais de Sa�de e Educa��o, BHTrans, Detran-MG, Guarda Municipal e Pol�cia Militar. Segundo a BHTrans, foram definidos como principais problemas a serem combatidos pelo programa os atropelamentos, acidentes de motocicleta, consumo de bebida alco�lica, juventude v�tima do tr�fego e excesso de velocidade.

Presidente da Associa��o Mineira de Medicina de Tr�fego (Ammetra), o m�dico F�bio Nascimento, considera que campanhas e a��es previstas no projeto s�o importantes, mas cobra avan�os em conscientiza��o, ferramenta que ele avalia como mais efetiva para reduzir a viol�ncia no tr�fego. “As campanhas do Vida no Tr�nsito s�o ainda muito t�midas, restritas a poucos locais. Isso tinha de ser massivo, repetido � exaust�o para os pedestres n�o atravessarem fora da faixa, sem teclar em celular e sem ouvir m�sica em fones, por exemplo”, avalia. “Os motociclistas tamb�m tinham de dirigir com mais consci�ncia. S� esse tipo de campanha pode salvar mais vidas”, acrescenta.

No alvo A viol�ncia envolvendo motociclistas e pedestres, considera o presidente da Ammetra, � a que mais preocupa. Mesmo sendo alvo preferencial de campanhas do projeto Vida no tr�nsito, as interna��es no SUS de pessoas que conduzem motos, circulam a p� ou em bicicletas e se envolveram em acidentes foram as que mais cresceram em compara��o com o ano passado. No caso das motos, os feridos atendidos pelo SUS aumentaram de 2.460 para 2.729 (+11%) na compara��o dos oito primeiros meses de 2013 e deste ano. A alta chega a 61,5% se comparadas as interna��es de 2011 (1.690) com as de 2014 (2.729). As mortes de pessoas em motos nos hospitais aumentaram 34% entre 2013 e 2014, de 38 para 51 registros.

Ontem, por volta de 10h30, o vistoriador de seguros T�lio Rafael Martins Veiga, de 25 anos, sentiu na pele a viol�ncia do tr�nsito. O jovem estava trabalhando e seguia pela Avenida Uruguai, no Carmo, para o Bairro S�o Pedro, na Regi�o Centro-Sul, quando bateu no para-choque dianteiro de um Toyota Fielder no cruzamento com a Avenida Nossa Senhora do Carmo. A batida foi t�o forte que afundou o para-choque do autom�vel e quebrou a perna direita do motociclista, que ficou estirado no asfalto. Equipes do Samu, da Pol�cia Militar e da BHTrans interditaram duas faixas opostas das pistas centrais da Nossa Senhora do Carmo para que o ferido fosse imobilizado e levado para a ambul�ncia que o transportaria at� o Hospital de Pronto -Socorro Jo�o XXIII.

O Toyota era conduzido pela professora Lilian Sampaio, de 60 anos, que estava assustada com a situa��o. “N�o vi nada. O sem�foro da Uruguai abriu. Meu carro era o terceiro da fila e, quando atravessei a Nossa Senhora do Carmo, escutei um barulho muito forte. S� quando parei � que vi o rapaz da moto ca�do”, contou. A vis�o do homem ferido deixou a professora abalada. “Mesmo estando certa, a gente sente pena de ver uma pessoa machucada, com a perna quebrada”, disse Lilian. Um dos policiais que atendeu ao caso foi o soldado �rico Teixeira, do Batalh�o de Pol�cia de Tr�nsito (BPTran). De acordo com ele, o n�mero de acidentes e feridos em cruzamentos perigosos como o da Nossa Senhora do Carmo � maior do que consta nos registros. “A gente sabe que tem mais batidas, mas nem todas s�o registradas por quem se envolveu. Aqui � preciso ter aten��o, paci�ncia e observar atentamente a sinaliza��o para atravessar com seguran�a”, afirmou o policial.

No caso dos pedestres, as interna��es pelo SUS de janeiro a agosto passaram de 812 em 2013 para 875 no ano passado. O crescimento � de 7,7%, mas que chega a 22,4% se levadas em conta as 715 pessoas internadas em 2011, quando o projeto iniciou sua coleta de dados.

Casos menos graves O Detran-MG n�o designou um porta-voz sob a justificativa de que ontem era ponto facultativa por causa do Dia do Funcion�rio P�blico. A BHTrans indicou a Secretaria Municipal de Sa�de para informar sobre o projeto Vida no Tr�nsito. De acordo com a secretaria, o projeto busca “modificar o comportamento de risco no tr�nsito para reduzir les�es graves e mortes por acidentes”.

Apesar das informa��es mais recentes do SUS, a secretaria ressaltou que o banco de dados do projeto, sem balan�o consolidado de 2013 e 2014, indicou queda de 27% nos �bitos entre 2011 e 2012, de 338 para 248 – a estat�stica de mortes no SUS � menor do que o do banco de dados do projeto porque s� inclui casos atendidos na rede hospitalar credenciada. Na estat�stica da secretaria, houve 1.794 interna��es por acidentes de tr�nsito em Belo Horizonte em 2011, contra 1.819 em 2012, alta de 1%. “A diminui��o dos acidentes propiciou economia da ordem de R$ 8 milh�es para o munic�pio e para Uni�o, referentes �s vidas poupadas, e de cerca de R$ 10,5 milh�es, quanto � redu��o de feridos graves”, afirmou a pasta por meio de nota.


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