
A migra��o do tr�fego da BR-381 para as estradas estaduais est� se propagando na regi�o do Vale do A�o, segundo a Pol�cia Militar Rodovi�ria (PMRv), respons�vel pela seguran�a das estradas estaduais. Entre 2012 e 2013, por exemplo, a regi�o foi a campe� de acidentes na malha rodovi�ria estadual, com aumento de 8,5% no per�odo, passando de 1.440 para 1.563 ocorr�ncias. As mortes em desastres tamb�m acompanharam a tend�ncia, subindo 9,3% no mesmo espa�o de tempo, de 107 para 117 �bitos. A BR-381 segue como a rodovia federal mais violenta do estado, com registro de 72 mortes entre janeiro e julho deste ano, aumento de 14,5% se comparado aos 62 �bitos do mesmo per�odo do ano passado. A segunda � a BR-040, com 58 mortes.
Viajar entre Nova Era e Itabira usando as MGs 120, 129 e 435 diminui em cinco quil�metros a viagem, que cai de 71 quil�metros pela BR-381 para 66 quil�metros pelas rodovias estaduais. Mas esta � a �nica vantagem, uma vez que as condi��es de tr�fego nas vias administradas pelo DER s�o piores. A m�dia de duas curvas por quil�metro da BR-381 � inferior, por exemplo, � da MG-120, onde h� trechos com at� 3,2 curvas a cada mil metros. Analisando tamb�m a sequ�ncia de curvas acentuadas, que representam risco maior para os condutores, comprova-se que o caminho pelas estaduais exige ainda mais de quem busca esse atalho. Enquanto o motorista que circula pela Rodovia da Morte enfrenta 21 curvas fechadas, nas MGs o n�mero � quase tr�s vezes pior, chegando a 61 curvas nessas condi��es. A velocidade na via federal � regulamentada entre 60km/h e 80km/h, enquanto no tra�ado que tem servido de op��o h� segmentos onde n�o se pode passar de 40km/h.
E n�o � s� isso. Mesmo com o asfalto em piores condi��es de conserva��o, a BR-381 tem mais espa�o para ultrapassagens seguras, com maior visibilidade, �reas de ref�gio e terceiras faixas. Apesar do pavimento em melhor estado, as rodovias estaduais t�m longos trechos sem acostamento, que se tornam ainda mais perigosos pelo fato de a pista terminar diretamente em valas de drenagem de �guas pluviais e n�o contar com muitas �reas de ultrapassagens.
PERIGO REAL Para o engenheiro civil e especialista em transporte e tr�nsito Silvestre de Andrade Puty Filho, a situa��o � de extremo perigo. “O que mais preocupa � o uso de uma estrada de tr�fego local, dimensionada para isso, como as MGs, como uma via de passagem, uma rodovia arterial. � o que experimentamos no Anel Rodovi�rio de Belo Horizonte, que era para ser rodovia e se transformou numa avenida carregada, com tr�fego local e diversos acidentes e mortes” compara. Esse desvirtuamento das estradas estaduais traz v�rios problemas, na avalia��o do especialista. “A geometria de uma rodovia como a BR-381 n�o permite curvas fechadas demais, mas numa estrada local isso n�o traz tantos problemas porque n�o h� tantos conflitos. Um volume maior de ve�culos estatisticamente traz mais acidentes e mortes e � o que essas vias de tr�fego local est�o experimentando”, afirma.
De acordo com o chefe do policiamento rodovi�rio da 12ª Regi�o Militar, respons�vel pela regi�o do Vale do A�o, tenente-coronel Ronaldo Silva, a utiliza��o dessas vias como alternativas � BR-381 trouxe o aumento de acidentes justamente num momento em que a corpora��o tem sua a��o comprometida por conta do patrulhamento dos trechos urbanos da via federal que est�o sob sua responsabilidade. “Cerca de 40% do nosso efetivo precisa policiar as �reas urbanas cortadas pela BR-381 em grandes cidades como Jo�o Monlevade, Ipatinga, Coronel Fabriciano e Tim�teo”, afirma. S� nesses segmentos, que somam 21 quil�metros, foram registradas 10 mortes em 319 acidentes.
Uma das solu��es para o problema � a duplica��o da BR-381. Segundo informa��es do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), os nove trechos divididos em sete lotes da obra de amplia��o dever�o ser conclu�dos at� 2017, sendo que alguns pontos podem ficar prontos no ano que vem. “Tendo � disposi��o uma via duplicada, sem conflitos para ultrapassagens, os motoristas dever�o imediatamente abandonar essa improvisa��o que t�m feito pelas rodovias estaduais”, avalia o engenheiro Silvestre Filho.