(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Velocidade excessiva e ultrapassagens proibidas s�o comuns nas vias estaduais

Reportagem do Estado de Minas flagrou situa��es de desrespeito nas rodovias usadas como alternativa � BR-381


postado em 09/11/2014 06:00 / atualizado em 09/11/2014 08:56

Itabira e Nova Era – Depois de passar por cinco curvas apertadas numa subida estreita da rodovia MGC-120, em Nova Era, o motorista de um caminh�o-ba� chega a uma descida forte e acelera. O radar mostra a progress�o veloz do ve�culo, que mesmo ap�s a placa que restringe a passagem no local a 40km/h chega a 81km/h, ou 102,5% mais r�pido do que o permitido, antes de sumir em outra sequ�ncia de curvas perigosas. Em trecho � frente, na mesma rodovia, o condutor de um caminh�o adaptado para transportar toras de eucalipto, produto comum na regi�o, for�a a ultrapassagem em trecho de faixa cont�nua entre duas curvas acentuadas. Esse tipo de imprud�ncia se tornou constante na antes pacata estrada que ligava fazendas e povoados de Itabira e Nova Era, no Vale do A�o, mas que agora se tornou um atalho para motoristas apressados que buscam evitar a BR-381.


Nos 66 quil�metros entre as MGs 120, 129 e 434, usados como atalho para fugir da Rodovia da Morte, a imprud�ncia � vista a todo instante. Em seis trechos onde a velocidade � regulamentada por placas de sinaliza��o, a reportagem do Estado de Minas flagrou desrespeito por parte de motoristas. Na mesma descida onde o caminh�o-ba� chegou a desenvolver 81 km/h, um carro foi ainda mais imprudente e, em vez de trafegar a 40km/h, atingiu 94 km/h, superando em 135% o limite de seguran�a. Para se ter uma ideia dos perigos para os quais a placa de 40km/h alerta, essa � a velocidade m�xima recomendada pelo Conselho Nacional de Tr�nsito (Contran) para vias de tr�nsito local, aquelas caracterizadas por “garantir acesso local ou a �reas restritas, usadas apenas por ve�culos restritos ou com algum interesse, como as ruas de um condom�nio fechado, por exemplo”, informa o Contran.



Nos demais pontos das rodovias estaduais, a velocidade m�xima de 60km/h tamb�m n�o � respeitada. Num dos segmentos da MGC-120, o motorista de um carro chegou a imprimir 104km/h, superando em 73,3% o limite. Por causa do aumento do n�mero de ve�culos que trocaram a BR-381 pelo atalho nas estradas estaduais, os caminh�es de transporte de toras de eucalipto, que recebem sal�rio por material transportado e n�o por hora, passaram a protagonizar manobras extremamente perigosas em trechos de ultrapassagem proibida, sobretudo quando est�o vazios e precisam recarregar.

ECONOMIA DE TEMPO O aumento no tr�fego j� � sentido por quem usava o atalho h� mais tempo para evitar a Rodovia da Morte, como o administrador de empresas Robson Martins, de 50 anos, que h� tr�s anos passa pelo trecho estadual entre Nova Era e Itabira duas vezes por m�s, quando sai de Belo Horizonte para trabalhar em Ipatinga. “Sinto economia de tempo e mais seguran�a passando por aqui, mas j� deu para perceber que mais gente descobriu esse caminho. Principalmente os caminhoneiros. Mas, por enquanto, ainda est� valendo a pena, porque na BR-381 o volume de carretas � ainda pior”, afirma. Nesse trajeto, o administrador conta ter visto mais acidentes a cada ano que passa. “S�o principalmente motociclistas e outros carros que costumavam passar na estrada quando era bem vazia e que agora encontram mais tr�nsito”, disse.

A impress�o de aumento do n�mero de caminh�es que o administrador de empresas teve tamb�m foi sentida por outros motoristas. Um deles, o comerciante Caio Madureira, de 46, que viaja de Belo Horizonte a Governador Valadares a cada 15 dias, conta que foi um caminhoneiro quem lhe ensinou sobre o atalho que passou a usar. “� muito mais tranquilo passar por dentro (pelo trajeto alternativo). Na BR-381 ocorrem muitos acidentes e a pista pode ficar fechada. Da� voc� perde o seu dia todo parado no engarrafamento. Fora o risco de se envolver num acidente, que � muito maior na rodovia (federal)”, afirma o comerciante.

Vanize Souza Santos, dona do posto de combust�veis Ip� Amarelo, um dos dois que existem em toda a extens�o da MGC-120, confirma o aumento do tr�fego de ve�culos que abandonam a BR-381. “Muitas pessoas fazem o desvio usando o GPS. E o aparelho manda eles at� aqui, que � perto do trevo da outra estrada (MG-129). Por isso, muitas pessoas passam aqui para abastecer e pedem informa��es de como voltar para a BR”, conta. De acordo com Vanize, nos fins de semana, quando o tr�fego na BR � muito intenso, mais ve�culos costumam usar o atalho.


DAQUI PARA O FUTURO


Al�a da duplica��o far� papel de atalho

A chamada Variante Santa B�rbara, al�a que ser� constru�da com a duplica��o da BR-381, far� um trajeto semelhante ao atalho que motoristas t�m buscado pelas rodovias estaduais. A diferen�a � que esse trecho conectar� tamb�m S�o Gon�alo do Rio Abaixo e Santa B�rbara, percorrendo 45,4 quil�metros. Com a constru��o dessa variante, a antiga pista da BR-381 passa a ser a BR-262, usada por quem quer seguir para o Esp�rito Santo, por exemplo. “Com uma pista duplicada e mais segura (como a da Variante Santa B�rbara), os motoristas certamente v�o deixar de passar pelas rodovias estaduais, porque passar�o a ganhar mais tempo numa via apropriada para esse tipo de tr�fego”, afirma o engenheiro civil e especialista em transporte e tr�nsito Silvestre de Andrade Puty Filho.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)