
O futuro das capivaras recolhidas na orla da Lagoa da Pampulha agora depende de um protocolo a ser emitido pela Secretaria de Sa�de de Belo Horizonte. Os animais podem se tornar um problema de sa�de p�blica porque exames feitos pela Funda��o Ezequiel Dias (Funed) apontaram que 28 capivaras est�o com sorologia positiva para a bact�ria da febre maculosa, a rickettsia rickettsii. Cerca de 90 animais vivem hoje na orla da lagoa, dos quais 46 foram capturados para exames.
Estiveram presentes a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, respons�vel pela captura e isolamento dos animais, a Vigil�ncia em Sa�de da Secretaria Municipal de Sa�de (SMS), que vai definir protocolos para lidar com os animais infectados e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), autarquia respons�vel por autorizar qualquer procedimento de abate de animais silvestres no pa�s.
O analista ambiental do N�cleo de Fauna Silvestre do Ibama, Junio Augusto Silva, afirma que est� aguardando a oficializa��o da Secretaria de Sa�de com os laudos de cada capivara infectada. “Na reuni�o foi apresentada oralmente a informa��o. N�o podemos emitir ju�zo de valor acerca de informa��o oral. Precisamos receber o laudo contendo resultados devidamente planilhados e ver as metodologias usadas. Assim, vamos emitir opini�o de procedimentos a serem executados”.
Uma das op��es � o abate dos animais, cuja autoriza��o deve ser feita pelo Ibama e a execu��o pela prefeitura. Em outras cidades brasileiras, por exemplo, animais infectados foram sacrificados ou passaram por procedimentos de castra��o para n�o espalhar a bact�ria. No entanto, em Belo Horizonte a quantidade animais com sorologia positiva � muito alta e o futuro dos bichos ser� definido caso a caso. De acordo com Silva, a decis�o depende do perfil de cada animal como idade, sexo e local onde habitava.
O secret�rio de meio ambiente, D�lio Malheiros, s� vai se manifestar oficialmente ap�s emiss�o de protocolo pela Vigil�ncia em Sa�de. A conclus�o da reuni�o, diante do resultado de exames, � que a orla da lagoa � um local inadequado para os mam�feros roedores. Com a informa��o da sorologia, os trabalhos de remo��o dos animais na Pampulha est�o suspensos. As capivaras j� recolhidas continuam isoladas, sendo tratadas e alimentadas.
A promotora de Defesa do Meio Ambiente da capital e representante do Grupo de Defesa da Fauna e da Flora do Minist�rio P�blico, L�liam Marotta, explica que � fundamental encontrar uma solu��o a longo prazo para os animais. “O grande fator � que essas capivaras n�o s�o fixas ali. � uma popula��o que varia, que caminha ao longo dos c�rregos. Se tirarmos de l� n�o significa que vai ficar sem. Outro grupo chega”, destacou a promotora.
Segundo ela, durante a reuni�o, os �rg�os de sa�de disseram que ainda h� tempo para deliberar o que ser� feito em rela��o � esp�cie. Entre as capivaras apreendidas, h� indiv�duos saud�veis e outros contaminados. “Estamos tentando descobrir como outras cidades est�o lidando com o problema para saber se podemos adotar aqui, para n�o tomar uma decis�o que vai causar mais problemas que solu��es”. A pesquisa, segundo ela, est� sendo realizada pelas secretarias de Sa�de estadual e municipal em outros estados que tamb�m convivem com as capivaras em �reas urbanas.
Ainda de acordo com a promotora, o papel do Minist�rio P�blico e criar um campo neutro para que a discuss�o aconte�a de forma mais abrangente, considerando a sa�de da popula��o da cidade, a necessidade de preserva��o da flora e da fauna e o patrim�nio cultural, representado pelo conjunto arquitet�nico da Pampulha.
Febre maculosa
Em fevereiro deste ano, laudo Funed confirmou que a morte de um jovem de 20 anos, em Belo Horizonte, foi causada por febre maculosa, doen�a transmitida pelo carrapato-estrela. Familiares do estudante Samir Assi acreditam que ele foi contaminado ap�s um passeio de bicicleta na orla da Lagoa da Pampulha, onde havia grande concentra��o de capivaras, animal hospedeiro e amplificador da bact�ria causadora da febre. Em setembro, come�ou o trabalho de remo��o das capivaras na orla pela empresa contratada Equalis Ambiental. A Secretaria de Meio Ambiente ainda n�o divulgou balan�o final da remo��o, mas chega a quase 90 o n�mero de bichos recolhidos.