Idosos mineiros atribuem vida mais longa a h�bitos saud�veis

Mens sana in corpore sano – do latim para o portugu�s, mente s� em corpo s�o. A filosofia de vida, acompanhada de complementos importantes como alimenta��o balanceada, pr�tica regular de exerc�cios f�sicos e harmonia familiar, norteia os dias da educadora aposentada Diva Sant’anna Pereira. Aos 73 anos, ela procura diversificar as atividades cotidianas visando o bem estar. “Atualmente, fa�o mix dance e muscula��o, mas j� aprendi at� dan�a do ventre”, conta Diva, casada h� 51 anos, m�e de cinco filhos e vov� coruja de sete netos. “Quero morrer em plena forma f�sica, chegar aos 100, com sa�de”, confia a aposentada, genu�na representante de um Brasil que vive mais. De acordo com a pesquisa T�bua Completa da Mortalidade 2013, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), a expectativa de vida ao nascer no pa�s subiu para 74,9 anos, para ambos os sexos –um incremento de 3 meses e 25 dias em rela��o a 2012 (74,6 anos). Entre 1980 e 2013, a expectativa de vida no Brasil cresceu 12,4 anos.

Minas fica acima da m�dia nacional – 76,4 anos versus 74,9 anos – e ocupa o sexto lugar na pesquisa que apresenta as expectativas de vida referentes �s idades exatas at� 80 anos e que � usada pelo Minist�rio da Previd�ncia Social como um dos par�metros para determinar o fator previdenci�rio no c�lculo das aposentadorias. Quando se trata especificamente da expectativa de vida dos homens, Minas se posiciona em quarto lugar (73,5 anos), enquanto o pa�s registra 71,3 anos; e em s�timo para mulheres (79,4 anos), maior que a marca brasileira (78,6 anos ). A pesquisa aponta que a taxa de mortalidade infantil no Brasil (at� 1 ano de idade) caiu para 15 em cada mil nascidos vivos – em 1980 era de 69,1. Minas tem 12,6 contra 65 em 1980 (veja quadro).

Caminhando na esteira ou levantando pesos em uma academia do Bairro Cidade Nova, Diva destaca que � fundamental cuidar da cabe�a para viver bem. “Depois que me aposentei, fiz o curso de artes pl�sticas na Escola Guignard. N�o fico parada, e estou terminando outro de contadora de hist�rias”, diz a aposentada, certa de que um casamento longo tamb�m � essencial para manter a felicidade dos dias.

Se para as mulheres o ganho em 2013 esteve na faixa de tr�s meses e 14 dias, subindo de 78,3 para 78,6 anos, para os homens, o avan�o foi um pouco maior: de tr�s m�s e 29 dias, passando de 71 em 2012 para 71,3 em 2013. “Fa�o a minha parte”, resume Ant�nio Macedo, de 73 . Casado, pai de tr�s filhos e adepto dos esportes, ele fez ioga durante 15 anos, mesmo tempo em que se dedica � malha��o. “S� Deus sabe quanto vou viver, mas fazer diariamente 40 minutos de esteira, me alongar bastante e usar os aparelhos. Quero chegar aos 100 e tenho hist�rico na fam�lia: minha m�e est� com 96”, sorri o comerciante aposentado.

 

CONTRASTES O professor universit�rio aposentado C�sar Roberto Ferrara, de 63, � outro integrante desta gera��o sa�de. Na tarde de ontem, ele fazia spinning na �gua. ”Deixei o cigarro, a carne em excesso e a bebida. Hoje tenho uma alimenta��o balanceada e est� tudo bem melhor”, afirma.

A t�cnica do IBGE Luciene Longo diz que a pesquisa divulgada anualmente confirma que a popula��o est� envelhecendo e se verifica o aumento da expectativa de vida dos brasileiros. Santa Catarina teve o melhor resultado quanto � esperan�a de vida ao nascer para ambos os sexos (78,1 anos) e com maior expectativa para os homens (74,7 anos) e mulheres (81,4 anos). J� os estado que apresentou o pior resultado foi o Maranh�o (69,7 anos no geral), com expectativa de 66 anos para homens e de 73,7 para mulheres. Em rela��o ao sexo feminino, o estado s� perde para Roraima (73,4 anos).

Mortalidade infantil cai

A pesquisa T�buas Completas de Mortalidade do Brasil de 2013 mostra que a maior taxa de mortalidade infantil (at� 1 ano de idade) foi registrada no Maranh�o (24,7 por mil nascidos vivos) e a menor em Santa Catarina (10,1 por mil). No Brasil, os n�meros mostraram queda em rela��o a 1980, passando de 69,1 (1980) para 15 em cada mil nascidos vivos. Minas tem 12,6 contra 65 (1980). Para efeito de compara��o, os t�cnicos do IBGE destacam que a mortalidade infantil � de dois �bitos por mil nascidos vivos e a mortalidade na inf�ncia � de tr�s por mil.

Entre 2012 e 2013, tamb�m diminuiu a mortalidade feminina dentro do per�odo f�rtil (15 a 49 anos). Em 2012, de cada 100 mil nascidas vivas, 98.105 iniciariam o per�odo reprodutivo e, dessas, 93.568 completariam o per�odo. J� no ano passado, de cada 100 mil nascidas vivas, 98.176 atingiriam os 15 anos de idade e, dessas, 93.743 chegariam aos 50 anos. A fase adulta (15 a 59 anos) tamb�m foi beneficiada com o decl�nio dos n�veis de mortalidade. Em 2012, de mil pessoas que atingiriam os 15 anos, cerca de 848 completariam os 60 anos. J� em 2013, de mil pessoas com 15 anos, 852 atingiriam os 60 anos, isto �, foram poupadas quatro vidas para cada mil pessoas neste intervalo de idade.

SEXO MASCULINO A pesquisa mostra ainda que mortalidade da popula��o masculina em rela��o � feminina pode ser observada desde o instante do nascimento. A probabilidade de um rec�m-nascido do sexo masculino n�o completar o primeiro ano de vida foi de 16,3 para cada mil nascidos vivos. Para o sexo feminino, foi de 13,7 por mil, uma diferen�a de 2,6 �bitos. Assim, a mortalidade infantil para os meninos � 1,2 vez maior do que para as meninas. Entre um e dois anos de idade, este valor passa para 1,3 vez, mantendo-se nesse n�vel at� os 9 anos. A partir desta idade, cresce at� atingir o valor m�ximo entre os 22 e 23 anos: um homem de 22 anos tem 4,6 vezes mais chances de n�o atingir os 23 anos de idade do que uma mulher.

MAIS VELHOS, MAIS VIVOS

Expectativa de vida (2013)

Brasil
Total 74,9 anos
Homens 71,3 anos
Mulheres 78,6 anos

Minas Gerais
Total 76,4 anos (6º lugar)
Homens 73,5 anos (4º lugar)
Mulheres 79,4 anos (7º lugar)

Em 33 anos, expectativa no pa�s cresceu 12,4 anos

Mortalidade infantil (2013)

Brasil
15 mortes para cada mil nascimentos

Minas Gerais
12,6 mortes para cada mil nascimentos (7º lugar)


Fonte: IBGE

PALAVRA DE ESPECIALISTA: Bruno Eduardo de Mendon�a Carneiro, Educador F�sico

Autoestima com muscula��o
“O aumento da expectativa de vida tem a ver, sem d�vida, com a conscientiza��o dos brasileiros que buscam melhor qualidade no seu dia a dia. Como fatores importantes para a sa�de e bem e estar de homens e mulheres acima dos 60 anos, est�o a pr�tica regular de esportes, alimenta��o balanceada e menos ociosidade. � bom lembrar que a preven��o de doen�as deve ser preocupa��o permanente, e, dessa forma, o acompanhamento m�dico e o check-up anual d�o mais tranquilidade. Nessa fase da vida, muitos j� est�o aposentados, t�m filhos crescidos e desfrutam do aconchego da fam�lia, mas ningu�m pode descuidar da forma f�sica. A muscula��o � muito indicada, fortalece os m�sculos e eleva a autoestima”.