BR-381: trecho entre BH e Monlevade � o mais perigoso em Minas Gerais

O trecho da chamada Rodovia da Morte entre Belo Horizonte e Jo�o Monlevade � o pior e mais perigoso dentro da malha mineira, mas precisa ser percorrido por quem vai viajar para o Vale do A�o e para os litorais capixaba (BR-262) e baiano (BRs-381 e 116). De acordo com levantamento feito pela reportagem do Estado de Minas avaliando os trechos da BR e as informa��es do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) e da Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF), do total de 2.216 quil�metros de vias que se somam � 381 e seguem a partir de l� para destinos como a Bahia e o Esp�rito Santo, como as BRs 101, 116, 262, 324, 367 e 418, 1.598 quil�metros (72%) est�o em condi��es que inspiram cuidados por conta de interven��es para amplia��o, reparos, curvas fortes e travessias urbanas perigosas. A extens�o considerada boa para rodar, que � de 310 quil�metros, praticamente se equivale aos trechos considerados cr�ticos com alto �ndice de acidentes, que chegam a 308 quil�metros, cada uma representando 14% do total.

O grande movimento de ve�culos de transporte de cargas come�a junto com a estrada, no Anel Rodovi�rio de BH, e � apontado pela PRF como um dos fatores mais preocupantes por a via ser de pistas simples, com poucas �reas de ultrapassagem e ter obras em quase toda extens�o at� Governador Valadares. No in�cio da estrada h� tantos caminh�es se espremendo entre carros e �nibus que os ve�culos de carga transformaram acostamentos em pistas de rodagem, n�o deixando espa�os para carros engui�ados ou que precisam de reparos.

Nos postos de combust�vel do Bairro Capit�o Eduardo, em BH, e em Sim�o Cunha, em Sabar�, h� pontos para abastecimento, restaurantes, lojas de conveni�ncia, mec�nicas e borracheiros para revisar algum problema no ve�culo. Essas estruturas acabam sendo boas sa�das para quem esqueceu algum detalhe ou decidiu viajar em cima da hora.

Logo no primeiro munic�pio que a BR-381 corta, Sabar�, a reportagem encontrou um perigo que tem se tornado recorrente. A apenas 500 metros do posto da Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF), quatro vacas pastavam � beira da estrada, amarradas de forma prec�ria e amea�ando invadir o pavimento. Uma delas estava presa a uma corda que tinha sido la�ada numa raiz de um p� de mamona, planta fr�gil demais para comportar o porte do animal, caso tentasse escapar. Algo que parecia iminente, pois os animais paravam a todo momento de pastar quando escutavam, assustados, as altas buzinas das carretas que passavam a menos de tr�s metros dos bovinos.

Situa��o semelhante foi encontrada pela reportagem, em setembro, em Ravena. Cinco p�neis que pastavam soltos � beira do acostamento de uma curva fechada. Ao ver a reportagem fotografando os animais soltos, dois empregados da propriedade de onde os animais sa�ram correram at� o local e tocaram os p�neis de volta para o s�tio. Um dos trabalhadores, Ildo Carlos Guilherme, de 57 anos, tentou justificar a situa��o. “Teve um acidente h� quatro meses e um carro arrancou a cerca. Por isso, os animais est�o fugindo para a rodovia. A gente precisa prend�-los em outro pasto”, disse. A PRF informou que a maior dificuldade nesses casos � descobrir quem s�o os donos dos animais para puni-los.

SINALIZA��O Adiante, em Ravena, distrito de Sabar�, h� mais pontos de apoio onde os viajantes podem fazer refei��es, descansar e utilizar de pequenos reparos. Os ferro-velhos com carca�as de a�o retorcidas de ve�culos v�timas de acidentes s�o mais um alerta para motoristas nesse trecho montanhoso serpenteado por curvas fechadas. “A maior dificuldade para o motorista na BR-381 � a grande quantidade de curvas que precisam ser feitas at� Jo�o Monlevade. O melhor a se fazer � respeitar os limites de velocidade e de ultrapassagem da sinaliza��o, planejar bem as ultrapassagens, que s�o a causa mais frequente de acidentes”, afirma o porta-voz da PRF em Minas, inspetor Aristides J�nior.