

Em meio � mudan�a na empresa terceirizada que faz a manuten��o, as m�s condi��es levaram o Minist�rio P�blico a ajuizar uma a��o contra a Prefeitura de Belo Horizonte e a Funda��o de Parques Municipais, respons�vel pela administra��o do bem p�blico. “� uma viola��o tanto do patrim�nio cultural quanto do direito de quem tem seus familiares sepultados”, afirma o coordenador da Promotoria de Justi�a de Defesa do Patrim�nio Hist�rico, Cultural e Tur�stico, Marcos Paulo Souza Miranda. Com cerca de 17 mil t�mulos divididos em 54 quadras, o cemit�rio n�o recebe novos mausol�us.
O trabalho art�stico em m�rmore chama a aten��o, mas n�o pode ser apreciado. O mato dificulta o acesso dos visitantes aos t�mulos. O lixo atrai baratas e outros insetos. Na quadra 12, um t�mulo virou dep�sito onde foram colocados baldes com fia��o e outros materiais descartados de uma reforma. Na quadra 13, as ru�nas de um jazigo contrastam com edifica��es de alto valor art�stico.
“Vemos uma quantidade de vasos em excelente estado jogados no ch�o. Se a fam�lia traz, � porque quer ornar o t�mulo”, afirma Maria Moraes, de 50 anos, que vai, uma vez por semana, ao mausol�u onde esteve sepultada Irm� Benigna antes do processo de beatifica��o. Maria visita o t�mulo todas as segundas-feiras para rezar o ter�o em agradecimento por uma gra�a alcan�ada.
J� Maria Nunes de Oliveira, de 71, vai todos os dias � sepultura de Irm� Benigna. Para ela, o n�mero de cachorros e gatos perambulando pelo cemit�rio demonstra a neglig�ncia. “� um descaso com o esp�rito que j� se foram e com quem vem aqui. O cemit�rio poderia ser um ponto tur�stico, porque tem t�mulos lind�ssimos, mas as pessoas n�o v�m aqui porque ficam com medo. At� em cidades bem menores, com menos recursos, os cemit�rios s�o mais limpinhos”, queixa-se.
Problemas
Ilumina��o ruim, insufici�ncia de guardas municipais, inexist�ncia de guaritas para controle de quem entra e sai e furto frequente de pe�as em m�rmore e bronze foram alguns dos problemas levantados pelo promotor. “Muitas pessoas entram durante o dia, bambeiam os parafusos das pe�as e voltam � noite para lev�-las.” Cerca de 500 pe�as retiradas est�o entulhadas em um quarto na sede administrativa. Crucifixos e esculturas roubadas s�o vendidos no mercado paralelo a pre�os altos. Segundo o promotor, h� ind�cios de participa��o de zeladores nas quadrilhas.